União política deve prevalecer em momento de crise
QUE NÃO SEJA DA BOCA PRA FORA
Os governadores concordaram com o congelamento dos salários dos servidores das três esferas públicas, por 18 meses, em troca da ajuda a estados e municípios de R$ 125 bilhões. Serão R$ 60 bilhões em espécie, maior fatia livre para qualquer tipo de gasto, e R$ 65 bilhões em suspensão de dívidas dos entes federados.
A necessidade de ter os recursos para atenuar o efeito da Covid-19 nos cofres estaduais e municipais, fez com que os governadores balançassem a cabeça para o presidente Jair Bolsonaro, que condicionou a sanção do projeto ao apoio dos gestores estaduais ao veto de trechos que livram algumas categorias do congelamento de salários.
O armistício foi selado nesta quinta-feira, 21, em reunião remota comandada por Bolsonaro. Inédita, que se diga, pelo clima ameno que se estabeleceu entre o capitão palaciano e seus adversários estaduais. Foi à primeira reunião equilibrada desde que Bolsonaro assumiu a Presidência da República, com bandeira branca hasteada e discursos de elogios mútuos entre os seus participantes.
Que bom se fosse sincero ou se essa união durasse até o fim da pandemia do novo coronavírus. No entanto, não há como não ressaltar a importância do encontro. Por alguns aspectos que sugerem que os representantes do povo entenderam a necessidade de baixar as armas em nome do objetivo de derrotar o inimigo invisível.
A reunião foi positiva, sim. Bolsonaro deu sinais de disposição de orquestrar ação conjunta de enfrentamento à Covid-19. Uma coordenação central para unificar as ações de Brasília e dos estados. Deve ter entendido que o discurso de defesa intransigente da economia, que bate de frente com o discurso dos governadores, que defendem primeiro a vida, depois a economia, não pode sobrepor-se a unificação de forças.
Esse entendimento ficou bem evidenciado quando o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou que primeiro deve salvar vidas; depois salvar empresas, empregos e a economia, sem rebate do presidente Bolsonaro.
Que as palavras do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, não se limitem a retórica: não é momento de crise política, mas, sim, união.
Aguardemos os dias próximos.
FRASE
Essa é a cota de sacrifício dos servidores, não ter reajuste até 31 de dezembro do ano que vem
JAIR BOLSONARO – Presidente, sobre o congelamento dos salários dos servidores públicos
ARENA
Os dois deputados de Mossoró, Isolda Dantas (PT) e Allyson Bezerra (Solidariedade) compõem a CPI da Arena das Dunas, instalada na Assembleia Legislativa. Completa a comissão os parlamentares Sandro Pimentel (Psol), autor do pedido de CPI, Tomba Farias (PSDB) e Coronel Azevedo (PSC). A comissão vai vasculhar as contas do contrato entre Governo do Estado e o Consórcio Arena das Dunas S/A.
MASSACRE
É gravíssima a denúncia do Sindsaúde que afirma que não tem EPIs para os servidores do Hospital Regional Tarcísio Maia. Também não tem teste rápido para isolar o paciente da Covid-19 dos demais pacientes. Os servidores ficam expostos e à mercê da sorte. Para piorar, a categoria sofre com dois meses de salários atrasados e os 40% de insalubridade que deveria ser pago na folha de maio.
VAI TER ELEIÇÕES
As eleições municipais devem ser adiadas de 4 de outubro para 15 novembro, e o eventual segundo turno no dia 6 de dezembro. A proposta é apoiada pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (PSDB-AP). Vai passar no Congresso.
UFERSA
O professor doutor Jean Berg Alves decidiu registrar candidatura à Reitoria da Ufersa. Ex-pró-reitor de Pesquisa e Graduação, havia ventilado a candidatura no início do ano, mas surpreendeu ao registrá-la, uma vez que eram esperadas apenas quatro candidaturas.
UFERSA II
Os demais candidatos são: Josivan Barbosa Menezes, ex-reitor por dois mandatos; Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira, diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas; Rodrigo Nogueira Codes, e Rodrigo Sérgio, ex-pró-reitor de Extensão e Cultura.
UFERSA III
O processo de consulta à comunidade acadêmica está cheio de polêmica e, muito provavelmente, sofrerá a interferência do Ministério da Educação. As eleições serão remotas, pela net, em razão da pandemia do novo coronavírus. A campanha começa segunda-feira, 25, e o voto será no dia 15 de junho.
É NOTÍCIA
1 - Pela primeira vez em 260 anos, a cidade de Caicó não terá a Festa de Sant'Ana. A pandemia do novo coronavírus não permitirá. As celebrações religiosas serão remotas, transmitidas pela internet.
2 - O Mossoró Cidade Junina era lançado nesta data, em 1997, pela prefeita Rosalba Ciarlini, em sua segunda gestão. Em mais de duas décadas o evento se consolidou como maior vetor do turismo local. Neste ano, ficará em silêncio por imposição da Covid-19.
3 - O prefeito Naldinho está certo de fechar o município-praia para invasão dos mossoroenses nos fins de semana. É inadmissível Tibau ser infectada pelos que não têm respeito à vida.
4 - A Apamim, que administra o hospital de campanha de Mossoró, aguardava até ontem o governo pagar a primeira das três parcelas de R$ 633 mil. O pagamento era para ter sido feito na quarta-feira, 20. O atraso compromete a luta para salvar vidas.
5 - Termina hoje o prazo para inscrição ao Enem 2020. O candidato deve abrir a página do Inep até as 23h59. O fato de o Ministério da Educação ter adiado as provas, de 30 a 60 dias, não modifica o calendário de inscrição. Mais de 5 mil já se inscreveram.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.