PANDEMIA DESTROI O EMPREGO
O Rio Grande do Norte tem 29% das pessoas não ocupadas que não procuraram trabalho por conta da pandemia do novo coronavírus ou por falta de trabalho na localidade onde moram. Esse percentual representa 420 mil potiguares. Entre os estados do Nordeste, essa é a segunda menor proporção. Só a Paraíba (27%) tem um percentual menor.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) – Covid-19, divulgada nesta quarta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com dados estaduais.
No entendimento de pesquisadores do IBGE, o contexto de pandemia e isolamento social,o dado das pessoas impedidas de procurar trabalho - por medo de contaminação ou por não encontrarem vagas na localidade onde moram - é até mais importante que a taxa de desocupação. Isso porque essa taxa considera apenas aqueles que procuram efetivamente trabalho.
No Rio Grande do Norte, a taxa de desocupação foi de 12,3% em maio, a terceira maior do Nordeste e sexta maior do Brasil. São 173 mil potiguares em busca de trabalho formal ou informal.
A pesquisa também revela que o RN tem a menor taxa de informalidade entre os estados do Norte e Nordeste: 39,2%. Em números absolutos, são 483 mil informais.
No entendimento do supervisor de Disseminação da Informações do IBGE no RN, Flávio Queiroz, o baixo índice de informalidade, nesse caso, não significa crescimento do mercado formal no período de pandemia. Pode, sim, representar consequência da saída de muitas pessoas do trabalho informal da força de trabalho, ou seja, simplesmente pararam de trabalhar ou procurar trabalho.
Mais da metade dos domicílios do Rio Grande do Norte, 53%, tiveram algum morador que receberam auxílio emergencial. A média do rendimento proveniente do auxílio emergencial recebido pelos domicílios foi R$ 888,00.
No Nordeste, 54,8% dos domicílios tiveram recebimento do auxílio, que correspondeu, em média, a R$ 907,00. O Amapá foi o estado com média mais alta do valor recebido de auxílio por domicílio R$ 1.028,00 e o maior percentual de residências onde moradores recorreram ao auxílio (61,8%).
FRASE
Estamos chegando ao pico da pandemia e precisamos conter a propagação
FÁTIMA BEZERRA - Governadora criando novo marco do pico da pandemia do coronavírus no RN
BOLETIM
Das 64 novas mortes pela Covid-19 confirmadas pela Sesap-RN, nesta quarta-feira, 24, apenas três ocorreram nas últimas 24 horas. Os outros 61 óbitos vinham sendo investigado e tiveram a confirmação ontem. Com isso, o RN passou a contar com 814 mortes pela doença. O número de casos confirmados subiu para 21.844, suspeitos foram para 29.001 e descartados: 2.240 casos.
CULPA DIVIDIDA
A governadora Fátima Bezerra (PT) dividiu com o Ministério Público Estadual a culpa por não ter aberto, até agora, o hospital de campanha em Natal. Disse que recebeu recomendação para não colocar o hospital em funcionamento. Qual o motivo alegado? a governadora não revelou. Ontem, Fátima participou da primeira coletiva sobre a Covid-19 depois de 100 dias de pandemia.
DÍVIDA
Uma dívida de 400 mil reais do Governo do Estado com a Infracea ameaça as atividades do Aeroporto Dix-sept Rosado. A administradora avisa que vai embora se o governo não pagar o que deve. O aeroporto, mesmo sem voos comerciais em razão da pandemia, continua operando transportes aeromédico e de valores.
DECIDIDO
O vereador João Gentil (Rede) decidiu reassumir o mandato na Câmara Municipal de Mossoró. Falta apenas definir a data de retorno. Com isso, o vereador Naldo Feitosa (PSC) volta para a condição de suplente.
INELEGÍVEL
João Gentil não será candidato nas eleições deste ano. Ele tornou-se inelegível quando assumiu a Secretaria de Esportes de Natal dentro do período vedado pelo calendário eleitoral. O seu partido, o Rede, também não oferecerá nominata à Câmara Municipal de Mossoró.
HOSPITAL
A Prefeitura de Manaus zerou o número de pacientes da Covid-19 internados no hospital de campanha, e iniciou o fechamento da unidade. O local voltará a receber um complexo estudantil. Enquanto isso, no Estado do RN o hospital de campanha não passou de promessa.
É NOTÍCIA
1 - A quarta-feira, 24, começou e terminou com mais de 95% dos leitos de UTI e críticos ocupados no RN. É uma fila de 116 pacientes esperando uma vaga de UTI. Dados da Sesap/RN.
2 - O novo decreto do município de Mossoró mantém a economia fechada até terça-feira próxima, 30, com exceções dos setores que já foram flexibilizados. A prefeita Rosalba Ciarlini justifica a prorrogação na superlotação de leitos para pacientes da Covid-19.
3 - O Fundo Monetário Internacional prevê queda de 9,1% do PIB brasileiro este ano, em razão da pandemia do novo coronavírus. Se confirmado, será o pior PIB dos últimos 120 anos.
4 - Nesta data, em 1992, o Tribunal de Contas da União rejeitava pela primeira vez em 56 anos, as contas do governo federal. O TCU carimbou o governo do presidente Fernando Collor de Mello, que em passo seguinte sofreu o impeachment. .
5 - O democrata Joe Biden colocou 14 pontos percentuais de vantagem sobre o republicano Donald Trump na corrida eleitoral. É o pior cenário para Trump desde as manifestações contra o racismo. A Covid-19 também vem derrotando o presidente americano.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.