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Postado às 09h30 | 16 Jul 2020 | Coluna César Santos - 16 de julho de 2020

Crédito da foto: Arquivo Fátima Bezerra após votar nas eleições de 2018

FÁTIMA VERSUS FÁTIMA

A reforma da previdência dos servidores públicos estaduais do Rio Grande do Norte é necessária. Aliás, deveria ter sido feita por governos anteriores. O sistema não se sustenta faz muito tempo. Em números atuais, o estado enfrenta um déficit mensal de R$ 140 milhões. Ao final ano, colocará mais 1 bilhão e 680 milhões de reais no “rombo” das contas públicas estaduais.

Portanto, a reforma da previdência era para ontem. A sua necessidade é indiscutível. Ponto.

Agora, o que se questiona é a maneira como o Governo do Estado está conduzindo o processo. É imoral a tentativa de colocar em votação uma proposta tão importante, se aproveitando da escuridão da pandemia do novo coronavírus, sem dá oportunidade de debate ao servidor público, o mais atingindo pelas mudanças previstas.

A votação na surdina depõe contra a história de vida pública da governadora Fátima Bezerra (PT), que foi toda ela alicerçada e construída pela luta em defesa da classe trabalhadora. Fátima está fazendo tudo que condenava no passado. Votar uma reforma da previdência sem ouvir o servidor, no passado, seria crime na concepção da petista.

A postura da governadora torna-se ainda mais crítica porque até pouco tempo ela condenava a reforma da previdência nacional, considerando “perversa” e que “usurparia” os direitos dos trabalhadores. Fátima Bezerra fez coro com o seu partido, o PT, acusando que o governo do presidente Jair Bolsonaro iria matar velhinhos com a nova previdência.

A ironia, cruel, é que a reforma da previdência de Fátima é muito mais dura do que a reforma da previdência de Bolsonaro, na medida em que atinge principalmente os aposentados mais pobres, que hoje são isentos e voltarão a contribuir.

A ideia que passa é que a Fátima de ontem condenaria a Fátima de hoje. Na época de deputada estadual, federal e senadora, a defensora intransigente dos trabalhadores. Agora, governadora, o sangue frio para tratar os servidores, sob a rigidez das medidas de governo.

É o divórcio com a própria história, ou a revelação de quem apenas usou os trabalhadores para construir carreira política vitoriosa, e se revelou ao escalar a rampa do Poder.

 

FRASE

Defendemos uma reforma discutida, que não penaliza tão drasticamente o menor.

JOSÉ DIAS - Deputado estadual, que é contra a votação da reforma durante a pandemia

 

CORRETO, DEPUTADO

O deputado Nelter Queiroz (MDB) decidiu retirar o projeto que mudaria o nome da Universidade do Estado do RN (UERN) para Universidade Estadual Doutor Raimundo Soares de Souza. Recuou porque virou polêmica, mas o parlamentar continua defendendo como justa homenagem ao prefeito de Mossoró que assinou a lei criando a instituição pública de ensino superior, em 1968.

 

BIG BOMPREÇO

O grupo Big inaugura hoje em Mossoró o hipermercado Big Bompreço. É a nova fase com reposicionamento de marca, que muda a bandeira Hiper. Foi investido alto valor na reestrutura do estabelecimento, localizado na Avenida Diocesana. O Bompreço foi inaugurado em Mossoró em 3 de dezembro de 2009, atraído pela força econômica da cidade e região. Agora, aposta em nova fase.

 

DOIS VOTOS

O governo não conseguiu os 15 votos necessários para aprovação da reforma da previdência estadual do RN, por isso, a proposta não foi colocada em votação na sessão remota desta quarta-feira, 15. O governo conta com 13 votos, faltam dois. Existem 11 deputados que não aceitam a votação remota.

 

GRUPO DOS 11

O deputado José Dias (PSDB) afirma que nenhum dos 11 deputados ouvirá o "canto da seria" da governadora Fátima Bezerra (PT). Ou seja, não mudarão o posicionamento em relação à votação da reforma da previdência.

 

ESQUERDA

Um atento observador dos bastidores da Ufersa corrige a coluna: o professor doutor Rodrigo Codes, que encabeça a lista tríplice para Reitoria da instituição, não tem militância político-partidária. Porém, confirma que ele é o representante da esquerda na lista encaminhada à Presidência da República. Completam a lista Jean Berg e Ludimilla Oliveira.

 

NOMEAÇÃO

O presidente Jair Bolsonaro deverá nomear o novo reitor ou reitora da Ufersa na primeira quinzena de agosto, antes de terminar a gestão do reitor José Arimatea Mattos em 28 de agosto. A posse acontecerá um mês após a nomeação do reitor.

 

É NOTÍCIA

1 - O Grupo Guararapes/Riachuelo demitiu 320 empregados da fábrica de Extremoz, na Grande Natal. Consequência de quase 120 dias de atividades econômicas paralisadas no estado.

2 - Há 70 anos, acontecia um dos maiores revés da história do futebol brasileiro. A derrota por 2 a 1 para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950. Os uruguaios calaram 200 mil brasileiros no Maracanã, no que ficou eternizado como "Maracanazo".

3 - Nesta data, em 2004, era realizada a cerimônia da pedra fundamental da fábrica de cerâmica Itagrês. Era o sonho do polo cerâmico no Distrito Industrial de Mossoró, que não aconteceu.

4 - A vereadora Sandra Rosado (PSDB) voltou a externar preocupação com a sede da Faculdade de Medicina da Uern, no bairro Aeroporto. O prédio está deteriorado, necessitando de obras de reforma urgentemente. Sandra pediu ação do Governo do Estado.

5 - O Rio Grande do Norte registra redução de 37% na média móvel de morte por Covid-19. É a melhor taxa do País. A redução foi aferida com base nos dados dos últimos sete dias comparados com a média das duas semanas anteriores.

 

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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