Quinta-Feira, 06 de fevereiro de 2025

Postado às 09h30 | 22 Set 2020 | Coluna César Santos - 22 de setembro de 2020

Crédito da foto: Reprodução Fake news nas eleições municipais

VERDADE VERSUS MENTIRA

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, pediu amplo apoio à imprensa no combate à desinformação, na checagem de fatos e no compromisso com a verdade no período eleitoral.

De acordo com o ministro Barroso, o país e o mundo nunca precisaram tanto da imprensa profissional e de qualidade, capaz de separar, com profissionalismo, fato de opinião.

Talvez, a pior consequência das campanhas de desinformação seja precisamente essa deterioração do debate público e a formação de enclaves de pessoas que só falam para si mesmas e, quando têm interlocução com as outras é para agredir e desqualificar.
Para o ministro, é preciso haver um filtro adequado para a grande quantidade de desinformação e de inverdades que circulam pelas redes sociais.

“As redes sociais têm um lado positivo, mas vêm sendo palco para pessoas totalmente pervertidas difundirem mentiras deliberadas, campanhas de ódio e de difamação.” Precisamos enfrentar isso. As instituições democráticas vêm sofrendo um ataque massivo de milícias digitais e de terroristas verbais que fazem muito mal a todos nós. Não só pelo possível impacto no resultado das eleições, mas pela deterioração do debate público de uma maneira geral”.

A desinformação, potencializada pelo ambiente tóxico, cresceu assustadoramente nesta década. A partir de 2014, principalmente, dada ao acirramento de disputa eleitoral entre PT e PSDB, quando Dilma Rousseff derrotou nas urnas o atual deputado federal Aécio Neves. E se agravou no último pleito eleitoral, que transcorrem com faca nos dentes e na barriga. O País se dividiu e deu margem para os delinquentes das redes sociais armarem seus esquemas criminosos contra a verdade.

As eleições municipais deste ano, que concentrarão as redes sociais, serão tóxicas, desrespeitosas, agressivas, mas serão, também, apenas consequência do país das Fake News.

O apelo do ministro Luís Roberto Barroso chama a atenção pelo fato de alertar a imprensa para combater a desinformação. Aí, temos, como jornalistas, que fazer uma autocrítica. Somos nós, no contexto geral, que mais abrimos espaço para a falsa notícia.
A máxima de que o veículo e o jornalista têm compromisso com a notícia, muito mais do que com a verdade, acaba reforçando a via de escoamento do “boato” como se fosse notícia.

O fato é que, para jornalistas sérios, blogueiros ou não, o alerta, o pedido do presidente do TSE se faz desnecessário. E para aqueles predispostos a usar o seu meio de comunicação para difundir a falsa verdade, também não.

O fato é que as novas tecnologias chegaram para impactar a vida das pessoas de forma positiva, mas também trouxeram o lado ruim. E, a escolha de um dos lados é do caráter de cada um. Profissionais da comunicação, ou não.

 

FRASE

A pior consequência da desinformação é a deterioração do debate público

LUÍS ROBERTO BARROSO - Presidente do TSE ao pedir apoio à imprensa para combater a desinformação nas eleições 2020

 

DESEMPREGO

A Hering está indo embora do Rio Grande do Norte, dentro do processo de reposição no mercado. A gigante da indústria têxtil passa a investir no estado de Goiás. A saída é consequência de um estado que não dá segurança jurídica aos investidores, nem incentivo. Sem a Hering, as pequenas fábricas de confecção perdem fôlego e muitas não continuarão as suas atividades.

 

PRÓ-SERTÃO

A relação da Hering com as pequenas facções de costura foi construída pelo Pró-Sertão, programa criado na gestão da governadora Rosalba Ciarlini, com Rogério Marinho no Desenvolvimento Econômico, em 2013. A região do Seridó foi a maior beneficiada. Só que um movimento questionou na Justiça a relação da indústria com os trabalhadores das facções, o que acabou afugentando.

 

PREVIDÊNCIA

A reforma da previdência estadual deve entrar na pauta de hoje da Assembleia Legislativa do RN. A aprovação era para outro, dada necessidade urgente, mas a governadora Fátima Bezerra (PT) não conseguiu voto suficiente para aprovar a reforma no período de sessões remotas. Agora, espera ter os 14 votos necessários.

 

BARULHO

Sindicalistas terão acesso às galerias da Assembleia Legislativa, em número reduzido. Porém, o suficiente para fazer barulho contra a reforma da previdência estadual. A "PEC da morte", batizada pelos sindicatos, é antipática ao servidor.

 

REGISTRO

Até esta segunda-feira, 21, partidos e coligações haviam pedido registro de candidaturas em 61 municípios no RN. Em Mossoró, apenas o Solidariedade e o PSD pediram o registro da chapa Allyson Bezerra/Fernando das Padarias. O prazo termina no próximo sábado, 26, conforme o calendário eleitoral.

 

VEM DE FORA

Dos 57 leitos críticos de Mossoró para covid-19, 27 estavam ocupados nesta segunda-feira, 21. Eram nove pacientes da cidade e 18 de outros 13 municípios da região. A rede pública de saúde fechou o dia com 30 leitos críticos disponíveis.

 

É NOTÍCIA

1 - A vereadora Eleika Bezerra não será candidata à reeleição em Natal, mas deixa exemplo. Em oito anos de mandato, Eleika abriu mão dos salários e de verba de gabinete, economizando R$ 2 milhões.

2 - A professora doutora Fátima Raquel, vice-reitora da Uern, assumirá a Reitoria por um ano a partir do dia 1º de outubro. O titular, reitor Pedro Fernandes vai gozar licença-prêmio e cursar doutorado em uma universidade de Portugal. Em boas mãos.

3 - O município de Mossoró tem um prazo de 120 dias para providenciar a licença ambiental dos cemitérios São Sebastião e o Novo. A determinação é do juízo da 3ª Vara da Fazenda Pública.

4 - A saída da Hering do Rio Grande do Norte sugere um registro importante: o estado ficou sem um secretário de Desenvolvimento Econômico por mais de dois meses. Por gravidade, sem política e incentivo às atividades econômicas e seus protagonistas.

5 - Confirmada a edição 2020 do Mossoró Oil & Gas Expo, entre os dias 24 e 26 de novembro. O maior evento onshore do Brasil será realizado em formato digital, sem perder a importância de reunir especialistas nacionais e internacionais em petróleo e gás.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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