Quarta-Feira, 05 de fevereiro de 2025

Postado às 08h45 | 17 Out 2020 | Coluna César Santos - 17 de outubro de 2020

Crédito da foto: Ilustração Martelo da Justiça está cada vez mais caro

O POVO PAGA A FATURA

O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta sexta-feira, 16, que o Estado deve gastar R$ 2 milhões para tentar recapturar o traficante André do Rap, que foi solto pela caneta do ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). A força-tarefa terá esse custo a cada 120 dias. Ou seja, se não conseguir prender um dos braços fortes do PCC nesse período, mas dinheiro sairá do cofre público para a missão.

As buscas foram iniciadas no sábado, 10, no mesmo dia que o bandido foi solto. Mais de 600 policiais civis dos três principais departamentos de segurança de SP estão mobilizados. Não há, porém, qualquer garantia de que o traficante seja localizado. A Polícia Federal desconfia que Rap deixou o Brasil para o Paraguai ou Bolívia.

A equipe que prendeu o traficante em setembro de 2019, depois de longo e minucioso plano para localizá-lo, entende que é possível recapturá-lo, mas é muito difícil.

Pois bem.

André do Rap estava preso desde setembro de 2019, quando foi encontrado num condomínio de luxo em Angra dos Reis, litoral fluminense, numa operação da Polícia Civil de São Paulo. Naquela ocasião, foi detido por tráfico internacional de drogas após ficar quase seis anos foragido da Justiça.

O traficante estava preso por duas condenações em segunda instância por tráfico internacional de drogas, com penas que totalizam 25 anos, nove meses e cinco dias de reclusão em regime fechado. Porém, estava atrás das grades por prisão preventiva (provisória), já que os senhores ministros da Suprema Corte entenderam, em 2019, acabar com prisão por condenação em segunda instância.

André do Rap acabou beneficiado pelo artigo 316 do processo penal, alterado pelo “pacote anticrime”, que determina que prisões provisórias devem ser reanalisadas a cada 90 dias para verificar se há necessidade de manutenção de prisão. A reanálise não foi feita e a prisão do traficante, sob a luz da lei, tornou-se ilegal. Marco Aurélio, que faz parte da chamada turma “garantista”, usou a caneta e colocou o bandido nas ruas.

O presidente do STF, ministro Luiz Fux, derrubou o habeas corpus concedido pelo colega de casa e determinou nova prisão, mas já era tarde. Na quinta-feira, 15, o plenário da Suprema Corte reverberou a decisão de Fux, por 10 votos a 1, e confirmou a prisão do traficante. Tarde demais. O membro do PCC ganhou o mundo.

Tudo isso seria desnecessário se a Suprema Corte não tivesse derrubado a prisão em segunda instância para beneficiar a turma do colarinho branco. O que incomoda é que a sociedade assiste de forma passiva. Pior ainda, torce pela impunidade para beneficiar o delinquente de estimação. Quando caiu a prisão em segunda instância, uma massa organizada foi às ruas comemorar a soltura de elementos beneficiados pelos senhores ministros.

Agora, se assusta com o André do Rap. Francamente.

 

FRASE

Usurparam o nosso mandato, mas não calarão a nossa voz

SANDRO PIMENTEL - Ex-deputado estadual, que teve mandato cassado pelo TSE

 

ESTAÇÃO

Há 23 anos, o município de Mossoró recebia a cessão da antiga Estação Ferroviária para transformá-la em Estação das Artes. O termo de cessão foi assinado na sede da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), no Rio de Janeiro, com a presença da prefeita Rosalba Ciarlini, que cumpriu o primeiro ano do segundo mandato. A estação foi transformada e respira arte com o nome de Elizeu Ventania.

 

BISPO

Nesta data, em 2004, a Igreja Católica empossava o sexto bispo da Diocese de Santa Luzia de Mossoró, dom Mariano Manzana. O religioso italiano havia sido nomeado pelo papa João Paulo II quatro meses antes, em 15 de junho de 2004. A celebração de posse foi presidida pelo arcebispo dom Luigi Bressan. Dom Mariano Manzana sucedeu o bispo dom José de Oliveira Neto.

 

PESQUISA

Se as eleições fossem hoje, a prefeita Rosalba Ciarlini (Progressistas) seria reeleita com 31,5% dos votos. O deputado Allyson Bezerra (SDD) terminaria em segundo com 27,5%, seguido de Cláudia Regina (DEM), 10,5%; Isolda Dantas (PT), 4,2%; Professor Ronaldo (Psol), 0,8%; e Irmã Ceição (PTB), sem votos. É o que diz a pesquisa Rádio Difusora Mossoró/Agora Sei.

 

PESQUISA II

A próxima pesquisa a ser divulgada é da TV a Cabo Mossoró (TCM)/Ts2, devidamente registrada na Justiça Eleitoral. A emissora revelará os números sobre a corrida pela Prefeitura de Mossoró na segunda-feira, 19.

 

MENOS UM

O advogado Fernando Pinto, do Partido Novo, retirou a candidatura a prefeito de Natal, para tratar da saúde. Ele está internado com pneumonia, consequência da Covid-19. O Novo não vai colocar substituto. Agora são 13 candidatos na disputa pela Prefeitura da capital.

 

EM CAMPANHA

A presidente da Câmara de Mossoró, Izabel Montenegro (MDB), afirma que sua campanha pela reeleição continua nas ruas. E diz que as questões jurídicas serão sanadas na Justiça. Izabel tenta o quarto mandato.

 

É NOTÍCIA

1 - O JORNAL DE FATO publica na edição deste domingo, 18, as propostas dos seis candidatos e candidatas à Prefeitura de Mossoró para a área da saúde. Confira.

2 - O ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, lançou o edital das obras da última etapa da transposição do São Francisco, o chamado Ramal do Apodi/Salgado, que levará as águas do rio para o RN, CE e PB. Valor total do projeto: R$ 1,77 bilhão.

3 - Segundo o Governo de São Paulo, a operação para recapturar o traficante André do Rap deve custar R$ 2 milhões. Bem que o STF, responsável pela soltura do Rap, deveria pagar essa conta.

4 - Morreu nesta sexta-feira, 16, dona Florinda Barbosa, a viúva do maior apresentador da televisão brasileira, Chacrinha (1917-1988). Ela completaria 100 anos hoje. Deixa o único filho vivo, Leleco Barbosa, que está escrevendo a biografia da mãe.

5 - Sandro Pimentel (Psol), agora ex-deputado, diz que o seu mandato foi "usurpado" e que sofre "perseguição política". Noves fora o desabafo, a verdade é que o mandato de Pimentel foi cassado pelo TSE por irregularidades nas suas contas de campanha.

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Rio Grande do Norte

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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