Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Postado às 16h45 | 22 Out 2020 | Uso de hospital e Ursap é questionado na campanha eleitoral de Pau dos Ferros

Crédito da foto: Reprodução Nota do Hospital Regional de Pau dos Ferros e da VI Unidade Regional de Saúde

Uma nota conjunta do Hospital Regional Dr. Cleodon Carlos de Andrade e da VI Diretoria Regional de Saúde, de Pau dos Ferros (Alto Oeste potiguar), está gerando desconfiança de uso do cargo público em prol de interesses político-eleitorais. Diretores dos dois órgãos estão recomendando à Justiça Eleitoral a proibição de eventos eleitorais como carreatas, passeatas, comícios e reuniões, usando a pandemia da Covid-19 como justificativa.

Só que em Pau dos Ferros a pandemia está estabilizada, conforme números de boletins oficiais, emitidos por órgãos públicos, inclusive, a taxa de transmissibilidade na cidade, atestada pelo Lais/UFRN é uma das mais baixas da região do Alto Oeste, com 0,64. Bem abaixo, por exemplo, do que em Alexandria, cuja taxa chegou a 3,24, e onde a campanha eleitoral transcorre normalmente.

Portanto, não há justificativa plausível para suspender atividades da campanha eleitoral, até porque o próprio Governo do Estado, em decreto assinado pela governadora Fátima Bezerra (PT), liberou shows, festas, vaquejadas, exposições e tantos outros eventos coletivos, que sugerem aglomeração.

Há uma desconfiança que iniciativa dos dirigentes do hospital e da regional de saúde é uma tentativa de evitar a mobilização de rua da campanha do prefeito Leonardo Rêgo (DEM), marcada para este fim de semana. A suspeita torna-se ainda maior porque os diretores que assinam a nota são ligados politicamente ao grupo de oposição, inclusive, com declaração de público de apoio a candidata Mariana (PSD), adversária de Leonardo Rêgo.

Uma foto (veja acima) nas redes sociais mostra o diretor do Hospital Regional de Pau dos Ferros, dr. Raimundo Faria, anunciando o seu apoio a Mariana.

Já a diretora da VI Ursap, Monalisa Torquato, que também assina a nota, é irmã do ex-prefeito Fabrício Torquato, “padrinho” da candidatura de Mariana.

O caso ganhou repercussão, uma vez que há forte indício do uso da coisa pública em prol de interesses eleitorais. A Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral devem ser sentir provocados para acompanhar de perto polêmico caso.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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