O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) lançou nesta quinta, 29, chatbot que esclarecerá as principais dúvidas dos eleitores quanto aos procedimentos e serviços prestados pela Justiça Eleitoral, especialmente informações relativas às eleições 2020. A assistente virtual chama-se Celina, uma homenagem à natalense Celina Guimarães, primeira mulher a exercer o direito de voto no Brasil.
A assistente virtual pode ser acessada via Portal do TRE-RN, pelo Messenger do Facebook e também no aplicativo Telegram, seja pelo celular, tablet ou computador, trazendo diversos assuntos de interesse eleitoral. Interagindo com ela, a partir da informação de alguns dados pessoais, é possível saber se houve mudança no local de votação de qualquer eleitor potiguar. Dúvidas sobre outros assuntos também são respondidos prontamente pelo chatbot, tais como: aplicativo e-Título, cartórios eleitorais, procedimentos quanto ao alistamento, multas, justificativa, mudança de domicílio, biometria, candidaturas, emissão de certidões, telefones e endereços.
O presidente do TRE/RN, Desembargador Gilson Barbosa, destaca que a Celina é um caminho virtual eficiente para que o eleitor tenha acesso rápido e fácil a todas as informações que precisa para votar com tranquilidade nas Eleições deste ano. “A assistente virtual é um importante mecanismo de transparência e informação da população, ao lado de outros como o Disque Eleitor e o aplicativo e-Título. Nosso objetivo é proporcionar segurança e tranquilidade para que as pessoas exerçam o seu direito ao voto e contribuam para a democracia”, destaca.
Para interagir com a Celina, basta acessar o Portal do TRE-RN, no endereço celina.tre-rn.jus.br; entrar no perfil do TRE-RN no Facebook ou buscar, no aplicativo de mensagem Telegram, o usuário @jern_bot.
A homenageada pelo TRE-RN com o nome do chatbot é a primeira mulher eleitora no Brasil, a professora Celina Guimarães Viana, nascida em Natal/RN. Ela requereu sua inclusão no rol de eleitores da cidade de Mossoró em novembro de 1927, com base na lei eleitoral do mesmo ano que determinava, no artigo 17, que no Rio Grande do Norte poderiam “votar e ser votados, sem distinção de sexos”, todos os cidadãos que reunissem as condições exigidas pela lei.
A professora marcou seu nome na história do Rio Grande do Norte e do Brasil, abrindo o caminho para que outras 19 mulheres registrassem participação nas eleições de 5 de abril de 1928 e abrindo as portas para a participação política feminina. Celina faleceu em 1972, em Minas Gerais.
Professora Celina Guimarães quando depositiva o voto na urna em 1928
Saiba mais sobre Celina
Celina Guimarães Viana era filha de José Eustáquio de Amorim Guimarães e Eliza de Amorim Guimarães. Estudou na Escola Normal de Natal, onde concluiu o curso de formação de professores. E foi nessa mesma escola que conheceu Elyseu de Oliveira Viana, um jovem estudante vindo de Pirpirituba, com quem se casou em dezembro de 1911. Em 1912 foi para Acari e em 13 de janeiro de 1914 mudou-se para Mossoró.
Com o advento da Lei nº 660, de 25 de outubro de 1927, o Rio Grande do Norte foi o primeiro estado que, ao regular o "Serviço Eleitoral no Estado", estabeleceu que não haveria mais "distinção de sexo" para o exercício do sufrágio. Segundo pesquisa do escritor João Batista Cascudo Rodrigues, o histórico despacho continha os seguintes termos:
“Tendo a requerente satisfeito as exigências da lei para ser eleitora, mando que inclua-se nas listas de eleitores. Mossoró, 25 de novembro de 1927”.
Aprovada a Lei, várias mulheres requereram suas inscrições. As eleitoras compareceram às eleições de 5 de abril de 1928, mas seus votos foram anulados pela Comissão de Poderes do Senado. Somente com o Código Eleitoral de 1932, é que "o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo…" poderia votar efetivamente.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.