O município de Almino Afonso, na região do Médio/Alto Oeste do Rio Grande do Norte, vive o caos. São problemas acumulados e que afetam a vida das pessoas, sem que a administração municipal adote medidas para minimizar a crise.
Salários atrasados, sistema de saúde parado, lixo acumulado e a pandemia da Covid-19 avançando.
A população já vinha denunciando os problemas, mas afirma que a situação se agravou ainda mais depois das eleições de 15 de novembro, quando o prefeito Waldênio Amorim (PSB) foi rejeitado nas urnas, ficando em terceiro lugar com uma votação de pouco mais de 900 votos.
A coleta de lixo foi suspensa. A sujeira está presente em todos os bairros da cidade. Por consequência, os moradores têm que suportar a proliferação de insetos e o mau cheiro.
Os testes para Covid-19 não são feitos, nem outras medidas são adotadas para preservar a vida, apesar de o município ter recebido repasses federais para o enfrentamento à pandemia. As pessoas com suspeita da doença, que não podem pagar o tratamento, estão isoladas em casa e apelando para a própria sorte.
A população afirma que desde o insucesso nas urnas, o prefeito encontra-se ausente, deixando o município abandonado, sem cumprir com as suas obrigações.
Bernardo, irmão do prefeito Waldênio, elegeu a filha Jéssica nas eleições deste ano.
ABÉIS
Almino Afonso é administrada pela tradicional família Abel nas últimas três décadas. A família se reversa no poder municipal, com irmãos, tios e sobrinhos passando pela cadeira de prefeito.
Antes de Waldênio, o prefeito era o seu sobrinho Lawrence Amorim (Solidariedade), que foi eleito vereador em Mossoró nas eleições deste ano. Lawrence já havia recebido a Prefeitura das mãos do tio Bernardo Amorim (Avante), irmão de Waldênio e atual deputado estadual.
E a família vai continuar controlando a Prefeitura. Em 1º de janeiro de 2021, sai Waldênio e entra a sua sobrinha Jéssica Amorim (MDB), filha de Bernardo e prima de Lawrence.
Neste ano, a família se dividiu para manter o poder municipal. Bernardo rompeu com o irmão Waldênio para eleger a filha Jéssica. A oposição tentou romper o processo familiar com a candidatura de Dr. Netinho (Republicanos), mas ele acabou em segundo lugar, entre a eleita Jéssica e o terceiro colocado Waldênio.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.