SAÚDE NA BANDEJA POLÍTICA
O jornalista Carlos Brickmann, em sua conceituada coluna distribuídas em redes sociais, levanta a sinuca de bico em que se encontra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação à compra de vacina para imunizar o povo brasileiro contra a Covid-19.
Brickmann adverte:
Pode chamar de “vaChina”, de “vacina chinesa do Doria”, mas o presidente Bolsonaro talvez não tenha saída: a vacina elaborada pelo Imperial College de Oxford, em cooperação com o laboratório AstraZeneca, sofreu um pequeno acidente de percurso. É provável que tenha havido alguma confusão no cálculo das doses. Nada que prejudique a vacina, criada por equipes conceituadas, competentes, e que tem tudo para funcionar com eficiência; mas talvez gere um atraso. É bem possível que a Coronavac seja a primeira a sair, obrigando Bolsonaro a comprá-la. Ele acabará comprando, mas vai odiar.”
O jornalista segue:
Das vacinas que estão quase prontas, duas – a Coronavac e a de Oxford – são tradicionais, clássicas: usam vírus inativado ou de baixa atividade. São mantidas em geladeiras. Duas outras, da Pfizer e da Moderna, são revolucionárias, com base em informações dadas ao RNA, o ácido riboxinucleico humano, que a partir daí prepara as defesas do corpo. Ambas exigem temperaturas bem mais baixas, o que complica a distribuição. As vacinas clássicas dão menos trabalho, mas de qualquer maneira será preciso comprar todas, ou não haverá material suficiente para imunizar a população inteira. Mas a primeira a chegar deve ser a vaChina. Justo aquela que o presidente Bolsonaro criticou e disse que não compraria.
Pois bem.
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, anunciada em março pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que a doença foi politizada no Brasil. De um lado, o presidente se negando a reconhecer a letalidade do vírus e, por gravidade, deixando de adotar medidas recomendadas pela comunidade científica mundial: isolamento social, uso de máscara e álcool em gel e testagem em massa. Do outro, a oposição usando o contágio politico para sangrar o presidente da República.
O debate seria, e deveria ser, exclusivamente de saúde pública. Única via para vencer o novo coronavírus. Não há outra alternativa. No entanto, é improvável que os políticos – e seus interesses individuais e/ou inconfessáveis – tenham a responsabilidade a vida dos brasileiros. Eles vão continuar atuando de acordo com os seus projetos eleitorais.
Veja o (mau) exemplo recente: o prefeito e o governador de São Paulo, Bruno Covas e João Doria, anunciam o retorno da “fase amarela” na capital e no estado, um dia após Covas ser reeleito no domingo, 29, justificando que o número de novos casos da doença aumentou consideravelmente. Essa medida deveria ter sido adotada semanas atrás, mas eles procrastinaram para não prejudicar a candidatura à reeleição do prefeito tucano.
Pior fez o Congresso Nacional, que se negou a cancelar as eleições deste ano, optando pelo adiamento para novembro, porque se o pleito municipal fosse transferido para 2022 atrapalharia a reeleição da maioria dos congressistas. Eles deram as costas para a saúde da população brasileira.
E a Justiça Eleitoral foi cúmplice, aceitou a aglomeração eleitoral, sob a justificativa que não teria como organizar eleições gerais no País em 2022. Ou seja, tudo acima da saúde pública.
No Brasil é sim: “farinha pouca, meu pirão primeiro”
Infelizmente.
FRASE
Precisamos fortalecer várias bandeiras. Temos ações para promover na Femurn
LUCIANO SANTOS - Prefeito reeleito de Lagoa Nova, se lançando candidato a presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte
HABILITADOS
O Ministério da Saúde prorrogou a habilitação de 71 leitos de UTI para pacientes da Covid-19 no Rio Grande do Norte, atendendo solicitação do Governo do Estado. Os leitos estão distribuídos em Natal, Caicó, Pau dos Ferros e Mossoró. Recursos da ordem R$ 3,4 milhões. Os leitos para Covid-19 têm valor acima do normal, subindo de R$ 800 para R$ 1.600, pagamento em parcela única.
ORÇAMENTO
Os vereadores votam nesta terça-feira, 8, o primeiro orçamento da gestão do prefeito eleito Allyson Bezerra (Solidariedade), mas com assinatura da atual prefeita Rosalba Ciarlini (Progressistas). O orçamento previsto para 2021 é de R$ R$ 689.065.410, considerado "enxuto". O bolo maior vai para as secretarias da Saúde e Educação, que juntas somam mais de R$ 365 milhões.
CORONEL
Duas semanas se passaram da vitória do único vereador eleito pelo Podemos no RN, sem que o presidente estadual da sigla tenha parabenizado pelo feito. Até aqui, a arrogância não permitiu ao senador Styvenson Valentim parabenizar o mossoroense Wiginis do Gás. E é porque Valentim foi eleito em 2018 para derrotar os "coronéis".
CONTAS
O conselheiro Paulo Roberto Chaves Alves foi eleito presidente do Tribunal de Contas (TCE/RN) para o biênio 2021/2022. Será a sua terceira passagem pela presidência da Corte.
QUEM É COXO...
O empresário Lenio Maia iniciou caminhada por um mandato de deputado estadual. Está visitando amigos e recebendo incentivo de alguns segmentos. Os salineiros e o segmento de revenda de veículos estão com ele. Lenio garante que o longo tempo para o pleito de 2022 não o desestimulará.
... PARTE CEDO
Lenio é sobrinho do ex-governador, ex-senador, ex-deputado federal e estadual Lavoisier Maia, e primo da ex-deputada Márcia Maia. Quer sequenciar a história. Ele sabe que a caminhada é longa e cheia de obstáculo. Por isso, faz valer a sabedoria popular: quem é coxo, parte cedo.
É NOTÍCIA
1 - Mossoró recebeu uma filial do Atacadão Mega Torra, uma das maiores redes de variedades do Nordeste. A loja foi inaugurada nesta terça-feira, no cruzamento da Coronel Gurgel/Felipe Camarão.
2 - Hoje completa 14 anos da morte do médico e político Leodécio Fernandes Néo. Ele tinha 70 anos. Leodécio foi fundador da Casa de Saúde Santa Luzia. Na política, foi candidato a prefeito de Mossoró e a deputado estadual. Fez parte do governo Geraldo Melo.
3 - A Rádio Globo do RJ completa 76 anos no ar e de audiência. Fundada pelo jornalista e empresário Roberto Marinho, sendo a primeira emissora de rádio criada pelas Organizações Globo.
4 - O Governo Federal mandou mais R$ 26,4 milhões para investimentos na segurança pública do Rio Grande do Norte. Os recursos deverão ser destinados para aquisição de equipamentos, tecnologia, viaturas mais seguras e qualificação profissional.
5 - No Dia Mundial contra a Aids, transcorrido nesta terça-feira, números revelados assustam: 38 milhões de pessoas em todo o mundo vivendo com HIV; 7.423 pacientes tratam o HIV/AIDS no RN. Somente em 2019, foram registrados 632 novos casos no estado.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.