Quarta-Feira, 05 de fevereiro de 2025

Postado às 09h15 | 05 Dez 2020 | coluna César Santos - 5 de dezembro de 2020

Crédito da foto: Ilustração Salas de aulas vazias

PANDEMIA EXPÕE FRAGILIDADE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

O diretor geral da rede Luminova, Nathan Schmucler, faz um diagnóstico bem próximo da realidade sobre fragilidade da educação brasileira exposta em tempos de pandemia. A leitura vale a pena, e a reflexão também.

“A pandemia de Covid-19 escancarou o que já era sabido por muitos: a desigualdade educacional no País é altíssima e desencadeia em diversos outros problemas sociais e econômicos. Com dimensões continentais, o Brasil já vinha penando no âmbito educacional, conforme mostrou o ranking global segundo o Anuário de Competitividade Mundial 2020, que o fez amargar a 63ª posição, última da lista.

O que chama atenção é que, embora 6% do PIB seja destinado à pasta Educação - algo comparável a países ditos de primeiro mundo - o valor investido por estudante está abaixo da média mundial. Reflexo disso é que, apenas 19% da população de 25 a 34 anos alcança o nível superior de ensino, contra 42% da média mundial.

Se no cenário pré-pandemia os índices não eram animadores, o que esperar agora, que enfrentamos uma das maiores crises - econômicas e sanitárias - e que trazem reflexos negativos na educação? Com as medidas de isolamento social e consequente suspensão das aulas presenciais, a realidade do ensino foi duramente impactada.

Novamente, classes menos favorecidas sofreram mais por inúmeros motivos e o principal deles foi pela falta de estrutura tecnológica, impedindo-os de acompanhar as aulas remotas. Estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas mostra que alunos brasileiros tiveram menos horas/aula do que o estabelecido pela Lei de Diretrizes Básicas da Educação. Foram em média 2,37 horas contra quatro horas recomendadas. Existem diferenças enormes entre as regiões do País e, mesmo os melhores exemplos, ainda entregam resultados ruins.

Uma vez que existam tantos desafios e entraves na esfera pública, como déficits orçamentários, falta de qualificação dos profissionais e de investimentos em estruturas, a iniciativa privada tende a suprir essas demandas e assume também um papel importante na formação de cidadãos, o que, espera-se, fará a desigualdade social diminuir. Isso porque, ainda segundo a FGV, a cada ano de ensino representa cerca de 15% de ganho a mais em salário e aumenta em 8% a chance do aluno conseguir um emprego no futuro.

Os dados revelam que há uma grande lacuna a ser preenchida no que diz respeito à educação do Brasil. O segmento deve adaptar-se à realidade dos alunos e a tecnologia se mostrou crucial para o aprendizado, sobretudo na pandemia. É possível oferecer com expertise um conteúdo atualizado, em um espaço integrativo e otimizado, que estimule o estudante o tempo todo a assumir seu papel de protagonista na vida e na sociedade, de forma a se tornar, sobretudo, um agente de transformação social. E esses benefícios não devem e não podem ficar restritos a uma minúscula parcela da população que pode pagar mensalidades altas, que podem chegar até R$10 mil.

Longe de ferramentas caras e inacessíveis ou em um ambiente que lembre uma matrix, o jovem precisa mesmo é de uma dinâmica em sala de aula que favoreça a comunicação entre alunos e os incentivem a trocar experiências e conhecimentos. Provocar investigações e validações os colocam como desbravadores do saber, dando condições para seguir, ao longo da vida, testando diferentes formas de mudar seus espaços sociais.

O cenário é favorável e não à toa o número de matrículas nas escolas privadas cresceu 1,55%, passando dos 8.995.249 de 2018 para 9.134.785 em 2019. Se é consenso entre pais, educadores e sociedade geral que a educação é a chave para mudar o País, resta a nós investirmos em projetos e negócios que de fato promovam a mudança que desejamos e sejam, sobretudo, viáveis para todas as classes sociais.”

 

FRASE

Vamos inaugurar a barragem de Oiticica em setembro de 2021, para receber as águas do São Francisco

ROGÉRIO MARINHO - Ministro do Desenvolvimento Regional ao visitar o canteiro de obras em Jucurutu

 

SANTA LUZIA

O padre Charles Lamartine é o pregador da noite de hoje na Catedral de Santa Luzia, com o tema: “Todos comeram e ficam saciados”. A novena começa às 19h. A programação deste sábado da festa da padroeira dos mossoroense será aberta às 6h, com missa na Catedral; de 7h às 10h, adoração ao Santíssimo e confissões; 11h, missa; 16h, novena; 18h45 – Palco Luz, com música religiosa.

 

UTI

A prefeita Rosalba Ciarlini autorizou a reabertura de dez leitos de UTI no hospital São Luiz para pacientes da Covid-19. A decisão é consequência do aumento do número de casos nos últimos dias. A recontratação será autorizada por meio um TAC entre o Ministério Público, município, Estado e Apamim, que administra o São Luiz. No momento, quase todos os leitos estão ocupados.

 

COVID-19

A Covid-19 matou a prefeita eleita Izalda Maria Barros Boccacio, do município de Santo Antônio das Missões, no noroeste do RS. Ela fez campanha aos 72 anos e foi eleita no primeiro turno com 53,47%. Não há informação se Izalda foi infectada durante o corpo a corpo.

 

DE OLHO EM 2022

O presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), teve uma conversa rápida com o prefeito eleito de Mossoró Allyson Bezerra (Solidariedade). E agendou outra para falar sobre administração, política e eleição, de olho na disputa 2022.

 

DOBRADINHA

Ezequiel esteve em Mossoró acompanhando a agenda do ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. Chegou na quarta-feira, 2, cheio de vitalidade. O líder do tucanato potiguar pavimenta o caminho ao Senado, apostando em Rogério ao Governo do RN.

 

OITICICA

Em dois anos, o governo do presidente Bolsonaro liberou R$ 230 milhões para as obras da barragem de Oiticica. Os governos anteriores, em duas décadas, liberaram pouco mais de R$ 200 milhões. Os números foram apresentados pelo ministro Rogério Marinho. A barragem fica pronta em 2021.

 

É NOTÍCIA

1 - A Banda Grafith aglomera hoje em Macaíba na festa de seus 32 anos. Vai superlotar pelo sucessão que a banda natalense tem. E, certamente, por lá ninguém está preocupado com a Covid-19.

2 - Nesta data, em 2003, era inaugurada a sede própria da Escola Municipal Professor Antônio da Graça Machado, no bairro Santo Antônio. Obra da terceira gestão da prefeita Rosalba Ciarlini, com investimento de mais de R$ 1 milhão.

3 - A cantora Nida Lira apresenta o show "Alma Brasileira" na exposição do Fórum do Desenvolvimento do Semiárido, na Estação das Artes Elizeu Ventania. Também tem o Forró do Severo.

4 - Hoje é celebrado o Dia Internacional do Voluntário, criado em 1985 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para promover ações de voluntariado em todas as esferas da sociedade. O Abrigo de Idosos de Mossoró espera voluntários neste Natal. Seja um.

5 - O preço médio do gás de cozinha (botijão de 13 quilos) subiu para R$ 82,00 no Rio Grande do Norte. O aumento de R$ 3,00 é consequência do reajuste de 5% autorizado pela Petrobras. Este é o nono aumento do gás de cozinha somente neste ano.

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Coluna César Santos
JORNAL DE FATO
Mossoró
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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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