A defesa da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) e do ex-deputado estadual Carlos Augusto emitiu nota, no fim da tarde desta quarta-feira, 9, sobre denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) quanto a suposto esquema de corrupção que teria desviado cerca de R$ 16 milhões da construção da Arena das Dunas, em Natal, para a Copa do Mundo de 2014, período em que Rosalba era governadora do estado.
Na nota, Rosalba e Carlos destacam, entre outros pontos, que irão provar a verdade dos fatos, ressaltando que a obra da Arena das Dunas “foi aprovada e fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público Federal, este representado pelo Sr. Dr. Rodrigo Teles, MD. Procurador da República, além doutras autoridades institucionalizadas”.
Ainda na nota, o casal aponta que a denúncia “adota o repetido estilo clássico de propagar a notícia para gerar consequências antes de algum pronunciamento ou análise da Justiça com o devido contraditório constitucional e informações que provarão a total inocência de quem não tem culpa alguma”.
Rosalba Ciarlini e Carlos Augusto afirmam que está havendo “uma primária falta de respeito a pessoas com vidas sérias e honradas”. “Já se tornou um dito popular, que uma mera suposição ou fala seja ela irreal ou surreal, jamais será prova, isso porque o estardalhaço de comportamentos que buscam os holofotes já se tornou comum contra aqueles que lutam na vida pública”, diz a nota, relembrando também que Rosalba precisou voltar a trabalhar como médica na rede pública e dar plantões na rede particular dois dias após sair do Governo do Estado e “tem orgulho disso”.
Conforme a denúncia do MPF, Rosalba Ciarlini, Carlos Augusto, o ex-presidente da Construtora OAS, José Pinheiro Filho (conhecido como Léo Pinheiro), e outras sete pessoas teriam participado de esquema de corrupção que desviou R$ 16 milhões da construção do estádio. Segundo o Ministério Público, o desvio de recursos foi comprovado por meio da “Operação Mão na Bola”, deflagrada em dezembro do ano passado pelo MPF e Polícia Federal.
“As investigações apontaram, entre 2011 e 2014, o pagamento de propina com valores do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção da arena, por meio de pagamentos a empresas subcontratadas para prestação de serviços fictícios ou superfaturados, a fim de gerar “caixa dois” com “dinheiro vivo”. O objetivo das propinas foi assegurar o contrato de parceria público-privada da Arena das Dunas com os agentes públicos envolvidos e evitar greves de trabalhadores que pudessem comprometer a execução da obra junto ao sindicato local”, diz o MPF em notícia publicada em seu site.
Entre os denunciados também estão Demétrio Paulo Torres, então secretário extraordinário do Estado do Rio Grande do Norte para Assuntos Relativos à Copa do Mundo de 2014; Luciano Ribeiro da Silva (conhecido como Xuxa), na época vice-presidente do Sindicato da Construção Civil Pesada do RN; Charles Maia Galvão, então presidente da Arena das Dunas Concessões e Eventos S/A e do Consórcio Arena Natal, empresas criadas pela OAS para gerenciamento da obra; além dos executivos da empreiteira Adriano de Andrade, Ramilton Machado Júnior, José Maria Linhares Neto e Matheus Coutinho Oliveira.
Fonte: JORNAL DE FATO
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.