NOVO JÁ ESTÁVELHO
Se convencionou em Mossoró, e é verdade, que o Legislativo serve de puxadinho do Executivo. Nas últimas décadas, nem de longe respeita o que aconselhou a Constituição Federal de 1988: ao Legislativo compete legislar e fiscalizar os atos do Executivo. A Câmara Municipal de Mossoró não faz uma coisa nem outra.
Talvez, e provavelmente, essa renúncia levou o eleitor a fazer novas escolhas por meio do voto. No pleito de 15 de novembro de 2020, promoveu mudança profunda ao mandar para a Casa Legislativa 17 novos vereadores e renovar o mandato de apenas seis. Uma Câmara de cara nova, se levar ao pé da letra.
Mas, será mesmo que a “Casa do Povo”, com seus novos inquilinos, terá comportamento diferente? Será que o Legislativo finalmente cumprirá o seu papel?
Essa resposta se dará ao longo das atividades que serão iniciadas em fevereiro próximo, no entanto, o comportamento há desconfianças. É que boa parte dos novatos já se entregou as velhas práticas. Eles estão negociando apoio político ao Palácio da Resistência em troca de cargos para familiares, amigos, assessores e correligionários na máquina pública.
Uma leitura rápida nas últimas edições do Jornal Oficial do Município (JOM), com a publicação de mais de 340 nomeações em apenas 12 dias da nova gestão, é possível encontrar as primeiras digitais dos senhores vereadores governistas, e essas marcas certamente se ampliarão nas próximas edições do JOM e nas contratações das terceirizadas.
Observe que vereadores eleitos em palanques adversários do novo prefeito já fizeram a travessia da oposição para a situação, passando pela eleição da presidência da Câmara (Lawrence Amorim, escolhido presidente, recebeu a bênção do Executivo) antes de ancorar na calçada do Palácio da Resistência. Poucos não embarcaram.
Há, inclusive, a projeção de formação de uma bancada governista com até 18 vereadores, o que sobraria apenas cinco para a oposição. Nesse caso, a se confirmar, o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) não terá dificuldades com o Legislativo, com aprovação de tudo e fiscalização de nada. Aliás, dando sequência a longa e interminável caminhada de subserviência do Legislativo mossoroense.
Os bastidores apontam que o novo já está velho. As práticas são as mesmas. E o eleitor nada pode fazer. A não ser, esperar quatro anos para fazer novas opções. Se for o caso.
Segue o fluxo.
FRASE
É a nossa vacina; ela vai nos ajudar a salvar vidas”.
NATÁLIA PASTERNAK - Microbiologista sobre a vacina CoronaVac que tem 50,4% de eficácia.
ANTECIPAÇÃO
O presidente Jair Bolsonaro vai anunciar a antecipação dos pagamentos do 13º salário de aposentados do INSS e do abono salarial. A intenção é pagar a primeira parcela em fevereiro e a segunda em março. A antecipação, que tem o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, é para atenuar os efeitos do fim do auxílio emergencial. A medida não tem custo extra para o governo federal.
BB EM MOSSORÓ
O Banco do Brasil vai fechar três agências no Rio Grande do Norte, dentro do programa de demissão incentivado que visa alcançar 5 mil funcionários. Serão fechadas agências em Mossoró, Natal e Parnamirim, além do posto de serviço de Tangará. A nova superintendente do BB no Estado, Priscila Requejo Simões de Araújo, confirmou a notícia à governadora Fátima Bezerra, nesta terça-feira, 12.
CADÊ O DÓRIA?
O governador João Doria não foi para a entrevista do Butantan, que revisou a eficácia global da vacina CoronaVac para 50,4%. Na semana passada, no anúncio - equivocado - que o imunizante tinha eficácia de 78% a 100%, Doria foi o garoto propaganda da coletiva, se exibindo para as câmeras.
ABSURDO
A vacina contra a Covid-19 foi politizada no Brasil, assim como transformaram a pandemia em palanque eleitoral. E a tendência é piorar. Quando a vacina chegar, teremos a briga de prefeitos, governadores e o presidente Bolsonaro para assumir o feito imunizante.
VOTO DA BANCADA
O deputado Arhur Lira (PP-PI) visita Natal na sexta-feira, 15, em campanha pela presidência da Câmara. Ele tem o apoio de quatro dos oito membros da bancada potiguar: Beto Rosado (PP), João Maia (PL), General Girão (PSL) e Carla Dickson (Pros). O quinto voto pode ser de Walter Alves (MDB).
CONSTRUÇÃO CIVIL
O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) recebeu os diretores da GTW para discutir projetos na área da construção civil. Tião Couto, Genivan Batista, Marcelo Rosado e Wilson Fernandes receberam sinal positivo para parceria com o município.
É NOTÍCIA
1 - A política paraibana perdeu o deputado estadual João Henrique (PSDB) nesta terça-feira, 12. O parlamentar morreu vítima da Covid-19, aos 77 anos. A diabetes foi o agravante.
2 - Hoje, completa 19 anos da morte de Francisco Guilherme de Souza, o popular “Chico Guilherme”, um dos fundadores do “Sindicato do Garrancho”. Também foi vereador de dois mandatos em Mossoró, defendendo os seus ideais e do PCB.
3 - O Instituto Butantan diz que a eficácia geral da CoronaVac é de 50,4%, mas garante que o imunizante salva vida 100%. Portanto, vamos confiar no instituto de reputação ilibada.
4 - A Polícia Rodoviária Federal colocará em leilão 675 veículos retidos no RN. Serão divididos em 635 lotes - entre carros e motos, que podem ser colocados em circulação pelos compradores ou serem destinados a sucatas. O martelo vai bater nesta sexta-feira, 15.
5 - A Polícia Civil iniciou investigação do furto do trator da Prefeitura de Mossoró. O veículo desapareceu do pátio da Secretaria de Agricultura. O prefeito Allyson Bezerra, avisado, pediu a investigação. E deve apurar a falha na segurança do patrimônio público.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.