Quarta-Feira, 05 de fevereiro de 2025

Postado às 11h30 | 17 Jan 2021 | Prefeito Alan Silveira é o entrevistado do 'Cafezinho com César Santos'

Crédito da foto: Reprodução Prefeito Alan Silveira revela onde será investido o dinheiro que era para o Carnaval 2021

Por Maricelio Almeida -JORNAL DE FATO

Na noite da última quarta-feira, 13, o prefeito Alan Silveira (MDB) confirmou o cancelamento da edição 2021 do tradicional Carnaval de Apodi, um dos maiores do Rio Grande do Norte. De acordo com o gestor, não há condições sanitárias que garantam a segurança dos foliões, já que a vacinação contra a Covid-19 ainda não começou. O cancelamento da festa foi oficializado por meio do decreto nº 0328/2021, publicado na edição da quinta, 14, do Diário Oficial dos Municípios do RN.

Durante o anúncio, Alan Silveira explicou que, ao longo do período de festa, Apodi recebe diariamente cerca de 30 mil pessoas. "É o maior carnaval de rua do estado. O planejamento já vinha acontecendo, com a expectativa da vacina, da redução da taxa de transmissibilidade, mas, como a vacinação só deve iniciar em fevereiro, e o carnaval começa no dia 13, decidimos cancelar a festa. Importante frisar que o público-alvo do evento não está contemplado nas primeiras fases de vacinação", disse durante a coletiva.

A seção “Cafezinho com César Santos” desta semana entrevista o prefeito de Apodi. Na conversa a seguir, Alan Silveira revela que os cerca de R$ 700 mil inicialmente reservados e economizados para o carnaval deste ano serão destinados para áreas que foram e continuam sendo afetadas pela pandemia do novo coronavírus, como Saúde, Turismo e Cultura.

Alan também reforça que não se cogitou adiar a realização do evento para uma nova data ainda este ano. “Se a vacina tivesse chegado ainda em 2020, talvez o carnaval fosse realizado na data prevista, mas mudança de data não foi discutida”, pontuou o prefeito, que aborda também na entrevista a sua reeleição, os desafios do novo mandato e responde se pretende renunciar em 2022 para disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Acompanhe.

 

A Prefeitura anunciou o cancelamento do carnaval deste ano.  Havia uma expectativa de que o evento pudesse realmente acontecer, mesmo nesse contexto pandêmico que ainda estamos vivenciando?

Com relação ao carnaval 2021, a gente tem que trabalhar com planejamento. Então, passei o ano sentando com a Secretaria de Saúde para planejar as ações de combate à Covid, com a Secretaria de Educação o planejamento da volta às aulas presenciais e também com a Secretaria de Turismo com relação aos eventos da cidade. Mas, para que tudo acontecesse, principalmente os eventos, era necessário a imunização, que infelizmente não chegou em 2020, e esse foi um dos motivos que fizeram a Prefeitura de Apodi cancelar o carnaval 2021, além da questão do carnaval atrair mais de 30 mil pessoas de diversas cidades do RN e de outros estados, isso aí também prejudica um pouquinho, porque a gente não sabe se essas pessoas que vêm de fora vão trazer o vírus ou não para contaminar a população, e com relação também à pandemia que ainda não passou. Ainda vemos o nosso país com um número bastante considerável de casos positivos.

 

Quais os impactos da não realização do evento? Do ponto de vista econômico, por exemplo. E a Prefeitura chegou a cogitar a possibilidade de adiar o evento e realizá-lo em uma outra data?

Sabemos que o carnaval é viável (do ponto de vista econômico). Já fizemos um estudo, em parceria com a Uern, em 2018, que mostrou a viabilidade econômica do carnaval, mesmo ele sendo realizado todo com recursos próprios, mas não dá para realizar o evento durante a pandemia. Em nenhum momento a gente cogitou mudar a data do carnaval, em nenhum momento. Se a vacina tivesse chegado ainda em 2020, talvez o carnaval fosse realizado na data prevista, mas mudança de data não foi discutida. O carnaval de Apodi sempre é realizado com recursos próprios, com investimento em média de R$ 700 mil. O Município passa alguns meses juntando esse recurso para realizar esse grande evento. Então, o recurso do carnaval vai ser destinado a áreas que foram afetadas pela pandemia e pelo cancelamento do carnaval, que são as áreas da Saúde, Turismo e também Cultura.

 

E como a rede municipal de Saúde de Apodi tem enfrentado a pandemia? Que medidas estão sendo tomadas?

A Prefeitura de Apodi, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vem realizando diversas ações, desde a criação de decretos municipais, recomendações, fiscalização, hoje Apodi tem duas unidades de campanha no combate à Covid-19, uma na cidade, que é o Centro de Saúde do município, e a outra na zona rural, que é o Distrito de Soledade, na região da Chapada. Além disso, a gente tem uma parceria com o hospital regional do nosso município, para funcionamento dos leitos, mão de obra que o município cede, dentre outras coisas. Temos também a ronda quarentena, que é uma equipe que fica atendendo e acompanhando os pacientes positivos para Covid-19 em suas residências, temos a ronda de dispersão, que é uma parceria com os bombeiros civis, onde a gente realiza de segunda a domingo o controle de pessoas, fazendo com que se evite aglomerações no centro comercial, nos bairros. Temos também a distribuição de máscaras, de EPIs, testagem também, que é um marco, um diferencial no combate à Covid-19 no nosso município. Para vocês terem uma ideia, a gente já testou mais de 32% da população até essa semana, e agora realizamos um drive thru, um Dia D, em que foram testadas mais de 2,7 mil pessoas na última quinta-feira, dia 14, testando aí quase 8% da população. Apodi já está na faixa de praticamente quase 40% da população testada.

 

O Município já possui um Plano de Vacinação? Como ele será executado?

O município possui sim um planejamento para a vacinação, imunização da nossa população. Esse nosso plano, ele segue basicamente o do Governo Federal, a gente sempre segue as orientações do Ministério da Saúde, mas a gente já está com as equipes preparadas, as unidades aptas a receber as vacinas e também, caso seja necessário, utilizar pontos de drive thru, onde o município tem estrutura do Odontomóvel que pode ser utilizado para a realização desses drives. Então, a gente segue o plano nacional e também o plano estadual de vacinação, fazendo algumas adequações, que são adequações com a realidade que cada município tem, mas a gente já está apto a realizar a vacinação. Agora é aguardar que a vacina chegue para que a gente comece a realizar a imunização da população do nosso município.

 

Mudando um pouco de assunto. O senhor foi reeleito para governar Apodi por mais quatro anos. A que o senhor atribuiria o resultado das urnas?

A nossa reeleição foi um conjunto de vários fatores. Primeiro o trabalho que realizamos durante esses quatro anos, onde trouxemos a Prefeitura de volta para a população, dialogando, realizando parcerias, onde entregamos mais de 70 obras em quatro anos de gestão, colocamos o básico para funcionar, colocamos ações e serviços para chegar à população do nosso município, tanto na zona urbana como na zona rural, e o principal, sempre ao lado do povo. Esse foi um dos nossos diferenciais, e com isso, como resultado, conseguimos obter a reeleição, acabando esse tabu que Apodi não reelegia prefeitos e conseguimos ampliar a nossa votação, onde aumentou 1.108 votos em relação à votação de 2016. Tivemos a maior votação da história política de Apodi, com 13.731 votos

 

Foi também a maior diferença para o segundo colocado...

Isso. Tivemos também a maior diferença para o segundo colocado, com 4.706 votos de diferença. E também elegemos a maior bancada da Câmara, com nove vereadores dos 13 que compõem o Poder Legislativo, desses nove vereadores eleitos do nosso grupo, seis fazem parte do meu partido, o MDB. E para completar também, agora, conseguimos, junto com nossos vereadores, eleger o presidente da Câmara, que também faz parte do MDB, o presidente, o vice, que é Júnior Souza e Railton, os dois são membros do MDB. Tudo isso foi uma dedicação, um trabalho e também estar sempre ao lado do povo, dialogando e dando essa atenção. Foi uma eleição que ficou pra história na política de Apodi.

 

E quais as expectativas para esse segundo mandato?

O segundo mandato, a gente pretende continuar realizando o trabalho que realizamos no primeiro, colocando as ações e serviços que deram certo para que continuem, lógico que sempre buscando melhorar cada vez mais, criar novas ações e serviços em todas as áreas do nosso município e buscar resolver os problemas macros de Apodi. Buscaremos também aumentar a geração de emprego e renda no nosso município, tentar resolver os problemas na questão do cemitério, drenagem, lixão, dentre outros.

 

Algum desafio em especial?

Iremos focar para entregar mais obras do que a gente entregou na primeira gestão. Como eu falei, em quatro anos, a nossa gestão entregou mais de 70 obras e o nosso foco nessa próxima gestão é continuar nessa pegada, lógico que aumentando a quantidade de obras, sem deixar de fazer o básico funcionar, os serviços, as ações sem deixarem de chegar à população do nosso município. Temos um desafio, que é um desafio para todos os gestores, começar uma gestão dentro de uma pandemia. É um desafio enorme, porque a gente não sabe quando é que essa pandemia vai acabar, quando é que toda população vai ser imunizada e como serão as receitas durante o ano de 2021 e os próximos anos.

 

Para finalizar, o senhor pretende cumprir os quatro anos de mandato, ou há o desejo de renunciar e disputar algum outro cargo? A Assembleia Legislativa é uma possibilidade?

Não. O desejo de Alan Silveira é mostrar resultado para população. Eu pretendo continuar os quatro anos sendo gestor do município, fazendo acontecer, fazendo o meu Apodi crescer, desenvolver e fazer com que as ações cheguem até todos do meu município, tanto na zona urbana como na zona rural. A nossa pretensão é essa, é continuar sendo gestor pelos próximos quatro anos.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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