AINDA NÃO É A HORA
Estamos vendo a oposição aumentar a pressão pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). São mais de 60 pedidos protocolados na Câmara dos Deputados, uns mais recentes com assinaturas de partidos mais à esquerda e de instituições ligadas a esses partidos e movimentos.
Essa pressão acontece justamente no momento em que o governo está mais fragilizado, com a pandemia da Covid-19 vivendo a sua fase mais aguda, forte repercussão da falta de oxigênio em Manaus, debitada na conta do Palácio Central, e as consequências na economia agravadas pelo fim do auxílio emergencial.
As pesquisas de opinião mostram a queda de popularidade do presidente. A última divulgada pela revista Exame/Ideia, revelou que o governo central teve a aprovação despencada de 37% para 26% em uma semana, justamente na semana que a população de Manaus viveu o inferno com dezenas de cadáveres enfileirados para sepultamento.
No entanto, não é possível cravar, nesse momento, que o processo de impedimento do presidente seja encaminhado na Câmara, isso porque os brasileiros estão divididos sobre o assunto. A pesquisa Datafolha, publicada na segunda-feira, 25, revelou que a maioria rejeita o impeachment: 53% contra 42% que aprovam o processo.
Essa divisão dificulta o trabalho da oposição para que, de fato, o impeachment ocorra. É improvável que a Câmara encaminhe um processo sem o respaldo da massa popular. Ademais, o presidente Bolsonaro tem a maioria no Congresso e uma aliança com o Centrão que impede o avanço de qualquer proposta de impeachment.
Deve-se observar, também, que o Congresso vive o processo de escolha dos presidentes da Câmara e do Senado da República, com eleições marcadas para a noite do dia 1º de fevereiro. O resultado dessas eleições terá peso na discussão sobre a saída de Bolsonaro do cargo de presidente.
Se o eleito na Câmara for Arthur Lira (PP/PI), os mais de 60 pedidos de impeachment continuarão “engavetados”. Se a vitória for de Baleia Rossi (MDB/SP), a possibilidade de um processo andar é palpável.
Contudo, é bom lembrar que Rossi é liderado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM/RJ), que não teve iniciativa de colocar um só pedido de impeachment em análise.
Outro ponto preponderante é que estamos à porta da sucessão presidencial, o que sugere que Brasília daqui a pouco passará a respirar as eleições 2022, deixando para trás temas espinhosos como é o caso de um impeachment do presidente. Essa tese ganha ainda força porque a voz do asfalto – em maioria – ainda está a favor de Jair Bolsonaro e, historicamente, os parlamentares brasileiros não costumam contrariar eleitores.
Aliás, nas democracias, e assim é no Brasil, quem coloca e tira o político do Poder é o povo. Primeiro, com o voto; depois, com a pressão no asfalto. Foi assim com Fernando Collor de Mello, em 1992; e com Dilma Roussef (PT), em 2016. Os motivos pelos quais os processos de impeachment são estabelecidos têm importância secundária, uma vez que as decisões no Congresso são exclusivamente políticas.
Portanto, Bolsonaro respira, mas sem margem para deixar faltar oxigênio nos gabinetes do Congresso Nacional.
FRASE
Sem o Proedi, com certeza a nossa seria mais uma empresa a se instalar no Ceará
JOSÉ LUIZ - Empresário sobre o incentivo do Proedi para reabertura da antiga Aficel em Mossoró
AMOP
Está oficialmente criada a Associação dos Municípios do Oeste Potiguar (AMOP), sob a presidência do prefeito de Patu, Rivelino Câmara (MDB). A entidade vem suprir a lacuna na luta dos interesses dos gestores oestanos, desde a extinção da Amos e Amorn. Rivelino afirma que a nova entidade vai centralizar a atenção no movimento municipalista e na luta em prol dos municípios oestanos.
EXPEDITO FERREIRA
O desembargador Expedito Ferreira de Souza assumiu a presidência do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec) do Tribunal de Justiça do Estado (TJRN). Sucede o colega desembargador Dilermando Mota, atual corregedor geral de Justiça. O Nupemec, entre outras funções, coordena os Centros Judiciários de Solução Consensual de Conflitos.
SOCIAL
Das quatro secretarias que estão sem titulares, o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) conseguiu solução para a de Desenvolvimento Social e Juventude. A jornalista e assistente social Janaína Holanda aceitou o convite. Ela, inclusive, já se desligou da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Ufersa. Falta resolver Administração, Agricultura e Segurança.
CONTAS PÚBLICAS
Secretários da área econômica da gestão Allyson Bezerra apresentam hoje a situação financeira do município de Mossoró. Os números serão revelados em coletiva aos jornalistas, no auditório da Estação das Artes Elizeu Ventania, às 11h.
PUXA-ENCOLHE
O último capítulo do "Caso Kerinho", até o fechamento desta coluna, às 18h, a juíza Érika Paiva havia rejeitado efeito suspensivo do acórdão do julgamento do mérito e autorizado a recontagem dos votos, que coloca Fernando Mineiro (PT) no lugar de Beto Rosado (PP) na Câmara dos Deputados.
DE OLHO EM 2022
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (sem partido), mandou avisar: não pretende disputar o Governo do Estado em 2022. Seu projeto eleitoral aponta para o Senado da República. Tem dito.
É NOTÍCIA
1 - O presidente Bolsonaro admite zerar imposto para baratear o diesel e atender o apelo dos caminhoneiros. Por gravidade, evitar a greve dos caminhoneiros marcada para segunda-feira, 1º de fevereiro.
2 - O empresário José Luiz, novo sócio da antiga Aficel, confirma que a indústria de beneficiamento de castanha volta a funcionar em fevereiro, com 400 empregos. Agora com o nome de Best Nuts, a indústria mossoroense promete recuperar sua fatia no mercado.
3 - Até as 16h desta quarta-feira, 27, o Brasil tinha vacinado 1.069.213 pessoas contra a Covid-19. No primeiro momento contemplam profissionais de saúde, indígenas, quilombolas e idosos.
4 - O RN é o segundo estado brasileiro, proporcionalmente falando, que mais vacinou contra o novo coronavírus, atrás apenas de Alagoas. Na noite de terça-feira, 26, o estado havia aplicado 32.639 doses, algo em torno de 29% do volume de vacinas recebidas.
5 - O Governo do Estado ainda não decidiu se o RN terá feriado na terça-feira de Carnaval, 17, já que a festa momesca está cancelada em razão da pandemia da Covid-19. O assunto será sendo discutido entre a governadora Fátima Bezerra com auxiliares.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.