Terça-Feira, 04 de fevereiro de 2025

Postado às 15h15 | 02 Fev 2021 | Cinco dos oito deputados potiguares votaram para eleger Arthur Lira

Crédito da foto: Arquivo Arthur Lira foi eleito com 302 votos

A vitória do deputado Arthur Lira (Progressistas/AL) foi acachapante. O parlamentar alagoano obteve mais do que o dobro dos votos (302) sobre o segundo colocado, deputado Baleia Rossi (MDB/SP), que recebeu 145 votos.

A bancada federal do Rio Grande do Norte ajudou para o placar elástico. Dos oito deputados potiguares, cinco votaram em Lira: Beto Rosado (Progressistas), Carla Dickson (Pros), General Girão (PSL), Benes Leocádio (Republicanos) e João Maia (PL).

Já os deputados Rafael Motta (PSB) e Walter Alves (MDB) votaram em Rossi; e Natália Bonavides (PT) votou em Luiza Erundina (Psol).

Apesar do placar elástica, com vitória do presidente Jair Bolsonaro, que apostou todas as fichas em Lira, o novo presidente da Câmara tem a missão de buscar um acordo político para pacificar a casa. Hoje, Lira se reunirá com o antecessor, deputado Rodrigo Maia (DEM/RJ), para encaminhar o processo.

A opinião unânime é de que é preciso aglutinar a centro-direita para que a pauta econômica seja apreciada já que a esquerda, que tem cerca de 130 votos na Câmara, não deverá aceitar a agenda reformista.

O problema é que o processo eleitoral deixou feridas. Maia e seu grupo divulgaram uma nota no começo da madrugada desta terça-feira na qual classificam de “autoritário” o primeiro gesto de Lira na presidência: tornar sem efeito a decisão de Rodrigo Maia de validar o bloco de Baleia Rossi.

“Os partidos que se uniram em torno da defesa de uma Câmara livre e independente repudiam, com a mais intensa veemência, o ato autoritário, antirregimental e ilegal praticado pelo deputado Arthur Lira. A eleição é una: não se pode aceitar só a parte que interessa. Ao assim agir, afrontando as regras mais básicas de uma eleição - não mudar suas regras após a sua realização -, o referido deputado coloca em sério risco a governabilidade da Casa”, diz a nota, encaminhada à imprensa à 1h39 desta terça e assinada por “líderes e parlamentares do PT, MDB, PSB, PSDB, PDT, PCdoB, CIDADANIA, PV e REDE”. Todos integrantes do bloco de Baleia Rossi.

Arthur Lira argumenta que eles perderam o prazo regimental para protocolar o bloco, cujo horário-limite era as 12h desta segunda-feira. O documento de fato mostra que o bloco não foi protocolado, mas Maia rebate dizendo que houve uma falha do sistema. Sob essa justificativa, acabou horas depois, em um dos seus últimos atos na presidência, validando o bloco.

Se for mantida a decisão de Lira, o bloco que o apoiou ficará com cinco das seis vagas da Mesa Diretora. Maia e seu grupo querem tentar na Justiça resgatar a sua decisão que validou o grupo de Baleia horas antes da eleição e assim dividir de forma equânime os cargos da mesa.

Bom. O fato é que Lira é o presidente da Câmara; a oposição saiu mais azeda do processo; e o presidente Bolsonaro ganhou fôlego para melhorar a sua relação com a Casa. De pronto, pode-se afirmar: a ideia de impeachment do presidente da República desceu degraus. Os últimos, talvez.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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