Quinta-Feira, 19 de dezembro de 2024

Postado às 07h45 | 07 Fev 2021 | Isolda Dantas: ‘O PT de Mossoró é oposição à gestão municipal do Solidariedade’

Crédito da foto: Blog do César Santos/Wigna Ribeiro Deputada estadual Isolda Dantas está no Cafezinho com César Santos

Tarde de sexta-feira, 5, na sede do Jornal de Fato, a deputada estadual Isolda Dantas (PT) tomou o “Cafezinho com César Santos”. Longa conversa, que rendeu a entrevista que segue. A parlamentar fez revelações importantes, algumas já esperadas, como a confirmação que será candidata à reeleição e que a governadora Fátima Bezerra (PT) também tentará renovar o mandato em 2022. Isolda Dantas explica, sob o seu ponto de vista, porque fracassou nas urnas em 2020 quando foi candidata a prefeita de Mossoró e confirmou que o PT tem posição firmada de oposição ao governo do Solidariedade, do prefeito Allyson Bezerra.

A senhora obteve uma votação pequena nas eleições 2020, pouco mais de 8% dos votos válidos, e terminou em terceiro lugar na disputa pela Prefeitura de Mossoró. O resultado das urnas surpreendeu a senhora?

Obrigada pelo convite para tomar o “Cafezinho”. Falar de política é sempre muito prazeroso, principalmente a política de Mossoró. As eleições de Mossoró foram uma surpresa para todo mundo. Na verdade, eleições sempre nos ensinam isso e a gente nunca aprende que cada eleição é uma eleição, cada processo é um processo, eleição não se congela, resultado eleitoral pode até se congelar, mas o resultado político, as consequências dele são muito imprevisíveis. Nós trabalhamos para ter outro resultado, numa perspectiva que Mossoró pudesse fazer uma mudança, mas uma mudança de verdade. Mas, como toda eleição sempre surpreende, acho que a polarização se deu de forma muito, muito rápida. Isso é consequência de Mossoró não ter segundo turno, porque se tivesse, a eleição teria outra conotação, outro rumo. Então, a polarização se deu muito rápida e o voto útil passou a vigorar muito antecipado nas eleições. Para nós do PT, quem acompanha nossa trajetória, eleições pra gente é sempre um aprendizado, nunca é só derrota. Pra nós, particularmente, é muito importante a gente ver o Partido dos Trabalhadores sendo revigorado na cidade.

 

Qual foi o aprendizado que o pleito de 2020 deixou?

O PT recuperou uma vaga de vereador em 2016, passou a fazer parte do cenário político, quando inclusive a gente quebrou um tabu de 26 anos de Mossoró, quando um vereador não se elegia deputado estadual e a gente, fruto do que foi o nosso mandato, um mandato muito firme, muito de oposição, mas uma oposição responsável, a gente conseguiu se eleger deputada Estadual. A gente entrou no tabuleiro político da cidade. Nós estávamos também no tabuleiro político das eleições de 2020 e mesmo o resultado eleitoral tendo sido impactado pelo voto útil, mas a gente conseguiu chegar à camada mais popular de Mossoró, coisa que o PT tinha dificuldade de chegar e nós chegamos. Fizemos um debate para uma Mossoró viável, sustentável e isso, por si só, já é uma vitória, a gente dialogar com a classe trabalhadora, lá da ponta. O PT teve dificuldade fazer isso, principalmente em Mossoró, e a gente conseguiu fazer isso, então, tem uma semente plantada.

 

O fato de a senhora ser da bancada do Governo do Estado e o Governo teve que conduzir uma agenda não popular, como a reforma da previdência estadual, por exemplo, isso pode ter interferido nesse processo, sob o ponto de vista da sua votação?

Não, eu acho que na verdade nós somos muito bem recebidos em Mossoró inteira. Nós não tivemos um retorno negativo em relação a essas pautas, até porque a reforma da previdência, o debate foi feito de alguma forma enviesada, depois foi tornado nítido para sociedade o quanto que a proposta que chegou à Assembleia era uma proposta muito mais amena do que a do governo Bolsonaro (Governo Federal). Na verdade, eu digo muito a todo mundo, para pessoas que inclusive me fazem essa pergunta: ‘olha, eu fui muito bem recebida em todos os lugares, mas o voto útil funcionou muito rapidamente’. As pessoas chegavam pra mim e diziam: ‘olha, você tem a melhor proposta, você e Gutemberg, mas eu acho que a outra candidatura tem mais potência’ e você tentava mostrar que isso não era real, mas são elementos da política e das eleições. Então eu acho que, na verdade, a governadora Fátima Bezerra enfrentou no primeiro ano pautas difíceis, mas eu não creio que o impacto tenha sido das eleições, tenha sido nesse sentido, eu acho que o voto útil foi o grande definidor das eleições.

O PT elegeu uma cadeira na Câmara Municipal de Mossoró, a vereadora Marleide Cunha. O partido saiu das urnas numa posição de oposição ao governo municipal. Essa vai ser a postura do partido em relação à gestão de Allyson Bezerra?

Olha, o Partido dos Trabalhadores ele nunca toma decisões políticas pelas pessoas. Nós somos um partido, nós funcionamos como partido, mas não funcionamos somente em época de eleições, talvez nós sejamos o único partido que reúne o diretório a cada 15 dias, que toma posição coletiva, então o PT já tem posição sobre o partido Solidariedade. O prefeito de Mossoró é do Solidariedade, partido cujos três deputados na Assembleia (Kelps Lima, Cristiane Dantas e Subtenente Eliabe) são oposição ao Governo do Estado, então o PT Mossoró também tem posição em relação à gestão municipal: nós somos oposição. Isso é definição de instância partidária, de que nós somos oposição na gestão do Solidariedade em Mossoró.

 

Mas pode haver um alinhamento já pensando nas eleições de 2022, entre PT e o Solidariedade? Ou não?

Olha, como eu disse, o PT não funciona nem em forma de pessoas, nem de forma isolada. Nós somos um partido que temos um posicionamento nacional. Nós temos uma instância, inclusive há pouco tempo eu estava na reunião da executiva, porque como eu virei líder do PT na Assembleia, eu passo a ser membro da executiva municipal e estadual, e as eleições de 2022 não estão na pauta ainda. Nós temos ainda dois anos. E temos muita firmeza do que tem sido o Governo Estadual, como que o PT tem acertado nesse processo. Então, isso não está na pauta. O que tá na pauta hoje é que nós somos oposição ao Solidariedade.

A senhora assumiu a liderança do PT na Assembleia Legislativa, consequentemente o deputado Francisco do PT assumiu a liderança do Governo. Havia essa necessidade de um alinhamento maior em relação à liderança do Governo na Assembleia em consonância com a gestão da governadora Fátima Bezerra?

Não. Na verdade, a mudança de liderança já era esperada. Foi tudo muito tranquilo, o Francisco já era o vice-líder na Assembleia, muitas vezes já atuava na ausência do então líder George Soares, que sempre teve uma liderança muito compartilhada, tinha sessão que ele dizia: ‘ó, ajuda aí, faça isso, vamos contribuir nisso’, então foi uma mudança esperada, muito tranquila. Francisco tem esse perfil, de ser mais tranquilo, mais sereno. O meu perfil é mais ofensivo, às vezes é necessário ser mais ofensivo na Assembleia. Acho que George cumpriu um papel superimportante, com pautas, como já falamos aqui, pautas um pouco difíceis, mas George conduziu de forma magistral. A gente que estava chegando à Assembleia, a mim, Francisco, outros deputados, contribuiu muito, nos conduzindo. Tinha vez que a gente queria avançar, mas ele dizia, ‘olha, acho que vamos segurar aqui, porque é mais importante a votação’. Eu, inclusive, fiz o meu agradecimento a George, como liderança contribuiu muito no processo das emendas. Francisco chega num momento, eu digo, mais tranquila da Assembleia.

 

Esse momento, mesmo sendo ano pré-eleitoral, a senhora julga mais, digamos, ameno?

Nós vamos ter um ano menos revoltos, porque as pautas mais difíceis já foram nos dois primeiros anos do governo. A governadora fez uma leitura na terça-feira (2), com uma avaliação dos dois anos, e apontou coisas para o futuro, uma avaliação com um número muito robusto, tanto do desenvolvimento econômico quanto do enfrentamento à pandemia, e não é qualquer coisa. Aqui em Mossoró, nós tivemos a abertura de 30 leitos de UTI exclusivamente SUS. Mossoró só tinha nove leitos exclusivamente SUS, não estou considerando os leitos do SUS do Hospital Wilson Rosado, só do Hospital Regional Tarcísio Maia, com nove leitos. O Governo abriu 20 leitos no Tarcísio Maia e 10 leitos no Hospital Rafael Fernandes. Considerando que nós estamos tratando de hospitais regionais, foram abertos cinco leitos em Apodi, cinco leitos em Pau dos Ferros, dez leitos em Assú, todas essas cidades, elas canalizavam pacientes para Mossoró. Então, se a gente fizer uma conta, foram abertos aqui na região Oeste, ou seja, em relação ao Tarcísio Maia, 50 leitos, porque esses pacientes que vinham para cá não vêm mais. É um impacto, e sem considerar o que foi a o enfrentamento da Covid-19 no Seridó, nas outras regiões do Estado. O Governo do Estado abriu 600 novos leitos, isso corresponde a seis hospitais de campanha, e com a diferença de que esses leitos, eles permanecerão.

 

A senhora acredita ser possível a manutenção desses leitos críticos na estrutura da saúde pública?

Eu sou muito otimista, eu sou otimista por natureza. A pandemia vai passar, com todo o enfrentamento do Governo à pandemia, vencendo a rejeição do Governo Federal à vacina, mas nós vamos conseguir vacinar e esses leitos já estão disponíveis, agora são só os módulos para Covid-19, mas esperamos que muito em breve todos esses 600 leitos, eles se tornem disponíveis para patologias em geral. Eu tenho uma expectativa que nós vamos viver tempos bons no nosso Estado.

A senhora protocolou uma moção de apelo em favor da imunização nacional. É importante esse trabalho pra pressionar o Governo central, para entender a importância da vacinação?

Isso é parte de uma ação nacional dos deputados estaduais do PT, eu e Francisco nós assinamos essa moção de apelo, inclusive o Senado aprovou a medida provisória, incorporando o texto que veio da Câmara Federal, porque qual era a diferença? A medida provisória trazia o texto simplesmente para dizer que o Governo Federal deveria adquirir as vacinas, mas a questão é bem maior do que isso. A aquisição das vacinas tem que ser de forma célere, tem que ser com transparência, tem que ser aprovada pela Anvisa, e a necessidade de isso ser rapidamente transferido para os municípios em parceria com o conselho dos Secretários Estaduais de Saúde e com os conselhos dos Secretários Municipais. O que significa isso? Significa que esses conselhos podem potencializar a ação e também fiscalizar. Nós estamos vendo a quantidade de denúncias, inclusive aqui em Mossoró, de fura-fila. Eu acompanhei, fui, inclusive, muito demandada da desorganização que aconteceu em Mossoró na vacinação dos idosos, um verdadeiro absurdo. Como é que não se pensa em vacinação de idosos em drive-thru? É óbvio que tem que ser assim, você não pode colocar um idoso que passou um ano dentro de casa, se protegendo, pra correr o risco de adquirir o vírus na hora que vai tomar a vacina. Isso é uma coisa que nós temos que urgentemente cobrar das prefeituras que façam as coisas com segurança. E essa medida provisória, ela tem também esse fim de fazer com que as prefeituras possam de forma célere fazer a vacinação, mas também de fazer de forma segura.

 

O presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira de Souza, se aliou ao projeto da governadora Fátima Bezerra no segundo turno das eleições de 2018, mas no finalzinho de 2020 houve certo distanciamento por parte dele e de liderados. Ezequiel está se distanciando da base política do governo e, por gravidade, se aproximando mais de nomes da oposição, como, por exemplo, Rogério Marinho, que tem sido uma companhia dele quase que frequente, ou a senhora vê de outra forma?

Olha, eu acho que a gente tem que olhar de forma mais tranquila, sem tentar encontrar definições, até porque em 2021 as decisões vão ser tomadas mais pro finalzinho do ano. Rogério Marinho até pouco tempo fazia parte do mesmo partido do presidente da Assembleia, então, não é estranho Rogério Marinho está com Ezequiel, ou conversar, fazer agenda comum. Rogério Marinho saiu do PSDB, mas os seus aliados permanecem no PSDB e eu particularmente tenho convivido de forma cotidiana com o presidente Ezequiel, tenho relações muito próximas com o Governo e não tenho percebido esse desalinhamento, esse distanciamento. Todas as pautas que o Governo tem enviado pra Assembleia, têm sido aprovadas e todos nós sabemos do poder da presidência numa aprovação de uma matéria. O orçamento foi aprovado devidamente, os precatórios foram aprovados devidamente. Na verdade, o Governo não teve nenhuma derrota ao longo desses dois anos, e isso tem tudo a ver como funciona a presidência e também como funciona a oposição. Eu sou a parlamentar que costumo muito olhar para meus pares não apenas encontrando inimigo, então acho que a oposição faz críticas ao Governo, e é o papel da oposição, eu já fui oposição e sei que é natural da democracia isso, mas a oposição da Assembleia em todos os momentos que o Governo necessitou, a oposição fez críticas, fez comentários, mas não reprovou uma matéria que pudesse ser interesse do Rio Grande do Norte. Eu gosto muito de ser justa nas coisas, mesmo a oposição mais ferrenha que é a do deputado Kelps, mas na hora de se votar ela contribui com a gestão da professora Fátima.

A senhora disse que ainda era cedo pra falar sobre 2022, mas vou colocar aqui um contraponto. O ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, disse que o ex-presidente Lula o autorizou a andar pelo Brasil como pré-candidato do PT à Presidência da República. É com Haddad que o partido vai trabalhar à sucessão presidencial?

Em nível mais nacional, que requer uma antecipação de muitas articulações, é preciso que o PT se apresente, tenha uma candidatura. Na verdade, eu defendo e a corrente ao qual eu faço parte do PT também defende uma frente ampla. O que nós não podemos é permitir que a direita conservadora e neoliberal continue avançando, destruindo o Brasil como está destruindo. É inacreditável o Brasil só ter vacinado quatro milhões de pessoas, é 1,4% da população, quando na verdade nós poderíamos estar produzindo a vacina. Por que não? Então assim, é inacreditável a postura do presidente. Eu sou muito exigente nas coisas que digo e que falo, eu assisti toda a eleição da Câmara, do começo até o fim, até o golpe final do presidente eleito, como também assisti a mensagem do presidente da República. Foi absurda a chegada do presidente, ele sentar à mesa do Congresso, ficar batendo boca com parlamentares, falar um pouco mais de cinco minutos sobre a nação brasileira do que fez e do que vai fazer e ainda fazer de conta que a postura dele sobre a pandemia não existiu, de que ele não foi negacionista, de que ele trocou três ministros da Saúde, de que ele não incentivou e não deu recurso pra que se pudesse desenvolver uma vacina, de que ele foi quem mais quebrou o isolamento social. Então, nós não podemos permitir que esse tipo de política continue para o Brasil. O Brasil não vai comportar isso.

 

O PT demarcar o espaço de candidatura própria não dificulta a formação e o fortalecimento de uma frente ampla para enfrentar o presidente Bolsonaro em 2022?

Eu defendo uma frente ampla, que a gente possa criar um projeto de recuperação do Brasil. Acho que isso é possível, também acho natural que o PT apresente um nome, como é natural que o PCdoB apresente, como é natural que o PSB apresente, nós temos partidos, o próprio PDT, em nível nacional, tem sido um partido extremamente combatido. O fato é que nós temos que unir, nós que defendemos a democracia, e que a partir daí apresente a melhor candidatura pra que a gente possa enfrentar a direita. Não será um processo fácil.

 

Por quê?

Nós estamos vivendo uma crise do capital muito grande, profunda, não é só uma crise brasileira, é uma crise que o capital está buscando forma de ampliar seu lucro e só amplia o lucro sobre dois elementos: um, se avançar sobre os direitos dos trabalhadores; e outro, se avançar sobre os bens comuns. Ou faz essas duas coisas ou não amplia o seu lucro. E pra fazer essas duas coisas, tem que enfrentar a resistência. Ele não faz isso com democracia. Por isso que a gente tem alguns governos conservadores e autoritários. Mas, avaliamos que existe uma retomada de governos democráticos na América Latina, por isso a necessidade do Brasil. Ora, o Bolsonaro anunciar como uma grande vitória, uma reunião do MERCOSUL, gente, como assim? O Mercosul estava em expansão. Quando eu trabalhei em Brasília, eu atuava na área do Mercosul da agricultura familiar, a gente estava trabalhando com o Mercosul ampliado, que envolvia a Venezuela, envolvia os outros países e Bolsonaro comemorando uma reunião do Mercosul que vai acontecer em maio, gente, onde nós estamos? E valorizando, dizendo que a política internacional do Brasil é respeitada. Nós nunca fomos tão desrespeitados, porque o filho do Presidente vai brigar com o embaixador da Índia, olha que loucura isso. Então, nós precisamos ter consciência disso, ter um olhar ampliado sobre o que o Brasil necessita e, sem dúvida, o Brasil precisa de um presidente que respeite a democracia.

 

A senhora será candidata à reeleição em 2022?

Eu sou candidata à reeleição, já comuniquei ao Partido dos Trabalhadores. Nós consideramos que o nosso mandato é coerente com o que apresentou para o Rio Grande do Norte, e agora muito mais, nós somos a deputada de Mossoró, vamos dedicar esses dois anos quase que exclusivo pra Mossoró, porque Mossoró precisa, é muito importante. Temos feito conversas inclusive com a governadora Fátima nesse sentido, da importância de se voltar para Mossoró, a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte. Precisamos ter um olhar com muita atenção, então, nós vamos para a reeleição e vamos também contribuir com a governadora, pra que ela possa renovar o seu mandato em 2022.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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