TÍTULO DE ELEITOR MACHISTA
O feito histórico da professora Celina Guimarães de ser a primeira mulher brasileira e da América a Latina a conquistar o direito de voto, em novembro de 1927, não se traduziu de imediato em presença da mulher em cargos eletivos em Mossoró. Houve um longo hiato para outra professora, Heloísa Helena, desafiar o tempo e a política machista e se eleger à Câmara Municipal, primeira mulher vereadora de Mossoró. Isso ocorreu em 1962.
Nem assim, embora Heloísa Helena tenha travado uma luta importante em favor da presença da mulher na política, houve avanço nos anos seguintes. E, até hoje, ainda é muito
O feito histórico da professora Celina Guimarães de ser a primeira mulher brasileira e da América a Latina a conquistar o direito de voto, em novembro de 1927, não se traduziu de imediato em presença da mulher em cargos eletivos em Mossoró. Houve um longo hiato para outra professora, Heloísa Leão de Moura, desafiar o tempo e a política machista e se eleger à Câmara Municipal, primeira mulher vereadora de Mossoró. Isso ocorreu em 1962.
Nem assim, embora Heloísa Leão tenha travado uma luta importante em favor da presença da mulher na política, houve avanço nos anos seguintes. E, até hoje, ainda é muito pequena a participação da mulher mossoroense na política e em cargos públicos de destaque.
Veja que em 170 anos de história da Câmara Municipal de Mossoró, apenas 21 mulheres conquistaram mandato de vereadora, sendo que só duas chegaram à presidência da Casa: Maria Lúcia, na década de 90, e Izabel Montenegro, que encerrou o seu mandato em 31 de dezembro de 2020. Os avanços foram e ainda são tímidos.
Por isso, não há muito o que comemorar o estudo “Estatísticas de Gênero: indicadores sociais sobre as mulheres no Brasil”, estudo divulgado pelo IBGE, que coloca as câmaras municipais do Rio Grande do Norte no primeiro lugar do ranking de participação de mulheres de todo o Brasil. Segundo o estudo, das 1.607 vagas definidas nas eleições 2020, 350 são ocupadas por mulheres. O número corresponde a apenas 21,8% dos assentos de todos os parlamentos municipais do estado.
Mesmo mantendo o primeiro lugar do ranking nacional, houve uma diminuição de mulheres potiguares eleitas em 2020 em relação ao pleito de 2016. A Câmara de Mossoró, por exemplo, caiu de cinco para três vereadoras entre uma eleição e outra. Hoje, tem apenas Larissa Rosado (PSDB), Marleide Cunha (PT) e Carmem Júlia (MDB).
Não foi só isso. O Executivo era comandado por duas mulheres, Rosalba Ciarlini e Nayara Gadelha. Elas foram substituídas pelo eleitor por dois homens. O secretariado municipal que tinha 11 mulheres em sua forma (mais de 70% da equipe), sofreu redução na atual gestão municipal para apenas três.
Os poucos mandatos ocupados por mulheres se repetem na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Atualmente, apenas três deputadas estão presentes no plenário de 24 cadeiras do Palácio José Augusto: Isolda Dantas (PT), Cristiane Dantas (Avante) e Eudiane Macêdo (PL).
Esses números precisam ser refletidos e discutidos à exaustão, uma vez que não é sequer razoável aceitar imenso desequilíbrio da presença da mulher frente ao homem. Um ponto que parece inquestionável é que o título de eleitor continua machista. Generalizado. Veja que temos mais eleitoras do que eleitores, mesmo assim, a supremacia do voto continua sendo para o representante de gravata.
Desperta a curiosidade o fato de leis recentes sugerirem maior presença da eleição feminina e composição de bancadas nos legislativos. A cota de gênero é um instrumento importante. As campanhas educativas, desenvolvida pela Justiça Eleitoral, também. Todavia, os resultados até aqui têm sido decepcionantes.
A cultura machista extraída das urnas continua bem viva. E exige que o tema esteja permanente na mesa de debate, pois, só assim, será possível - no futuro - equilibrar a ocupação de cadeiras em cargos eletivos e públicos do País.
FRASE
‘Certamente serei candidata à deputada estadual’
LARISSA ROSADO - Vereadora confirmando que vai disputar as eleições 2022
11 DIAS
As novas medidas de isolamento social, anunciadas pela governadora Fátima Bezerra, terão validades até o dia 17 de março. São 11 dias a contar deste sábado, 6, quando o decreto entrou em vigor. O prazo, porém, pode ser ampliado caso as taxas de transmissibilidade e de ocupação de leitos de UTI não tenham caído até lá. Hoje, é o primeiro domingo com toque de recolher integral no RN.
SÓ DEPOIS...
O prefeito Allyson Bezerra (SDD) fez o pedido de adesão ao consórcio público de vacina depois de a imprensa noticiar que ele não havia se interessado na compra de imunizantes. Com a repercussão negativa, ele correu atrás. Inclusive, a Federação Nacional dos Prefeitos, que organiza o consórcio, ainda não havia inserido Mossoró na lista final de adesão, até as 13h deste sábado, 6.
MOSSORÓ
Nas eleições de 2018, Mossoró teve 13 candidatos a deputado estadual. Elegeu dois: Isolda Dantas (PT) e Allyson Bezerra (SDD), hoje prefeito. A lista não deve ser menor em 2022. O segundo maior colégio eleitoral do RN, com mais de 175 mil eleitores, é um ambiente bem atrativo. E oxigenado.
MOSSORÓ II
A cidade já tem cinco candidaturas dadas como certas: Isolda à reeleição; vereadora Larissa Rosado (PSDB) disse que quer voltar para Assembleia; a ex-vereadora Aline Couto (PSDB), que já está na caminhada, além de Lawrence Amorim (SDD), presidente da Câmara Municipal, e do secretário Brenno Queiroga (SDD).
MOSSORÓ III
O rosalbismo, grupo liderado pela ex-prefeita Rosalba Ciarlini (Progressistas), também terá candidato à Assembleia Legislativa. Inclusive, podendo ser mais de um, caso Rosalba decida ir para a Assembleia do RN.
MOSSORÓ IV
Mossoró sempre teve boa representação na Assembleia Legislativa, hoje reduzida apenas ao mandato de Isolda Dantas. Em algum momento, a cidade elegeu quatro deputados estaduais, como em 1974: Manoel Mário, Assis Amorim, Luís Sobrinho e Edilson Moura.
É NOTÍCIA
1 - Nesta data, em 1977, estreava na TV brasileira o "Sítio do Pica-Pau-Amarelo". Este jovem repórter, com 13 anos de idade, estava grudado na telinha e na literatura fantástica de Monteiro Lobato.
2 - Nesta segunda-feira, completa 164 anos que a greve das tecelãs da Cotton, em Nova York, por jornada de trabalho de 10h, terminava com 129 mulheres mortas em incêndio provocado pelo patrão. Daí, a origem do Dia da Mulher, celebrado em 8 de março.
3 - Os supermercados estavam lotados neste sábado, 6, devido à dúvida sobre o novo decreto de isolamento social. Não precisa de correria. Os supermercados abrem hoje das 6h às 20h.
4 - A Globo procurou Antônio Fagundes para fazer a nova versão de Pantanal. O ator preferido de Benedito Ruy Barbosa, autor da novela, disse não. Optou pelo teatro. Recentemente, Fagundes perdeu o contrato de exclusividade com a Vênus Platinada.
5 - A Caern reduziu o abastecimento de águas nos bairros Costa e Silva, Ulrick Graff, Walfredo Gurgel, Inocoop, Alto de São Manoel, Pintos, Alto das Brisas e Parque Universitário, em Mossoró. Para conserto do P-26. Garante que retoma à normalidade amanhã.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.