FALTA APOIO DA MASSA
O deputado Alessandro Molon, do PSB do Rio de Janeiro, novo líder da oposição na Câmara, disse em entrevista ao site Congresso em Foco que há líderes partidários fora da esquerda e da centro-esquerda que desejam apoiar a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas que só assumirão essa posição com apoio das ruas.
Grande parte da imprensa brasileira também quer o impeachment de Bolsonaro, inclusive, alguns veículos assumem essa posição de público, como é o caso do próprio portal Congresso em Foco que lançou o movimento em sua página: “Chega de Bolsonaro, mortes e caos! Impeachment já!”
Os editoriais dos jornais Folha de S. Paulo, Estadão e O Globo, principalmente, defendem o impedimento do presidente da República com frequência.
A falta de protestos de ruas é um empecilho para o movimento político ganhar força, como o próprio Alessandro Molon afirma em longa entrevista ao Congresso em Foco.
Há uma ala mais radical que defende que o movimento pró-impeachment coloque o bloco na rua, esquecendo o #fiqueemcasa e a grave crise sanitária que assola o País. Essa ala entende que aglomerar por uma justa causa vale a pena, contrariando o discurso que penaliza o trabalhador brasileiro, no qual se afirma no politicamente correto: primeiro a vida, depois o emprego.
O que o líder da oposição na Câmara diz, para explicar os 70 pedidos de impeachment parados na Casa, é o que sempre foi dito: impeachment de um presidente da República só anda com o apoio popular. Sem o ronco do asfalto, os congressistas não têm respaldo, nem coragem, para seguir em frente.
Foi assim com Fernando Collor de Mello, o primeiro presidente do Brasil eleito pós redemocratização. O povo o colocou no Poder com o voto direto e esse mesmo povo o retirou ocupando o asfalto, pressionando o Congresso para “cancelar” a faixa presidencial. Naquele momento, a popularidade de Collor estava rente ao chão.
Também foi assim com Dilma Rousseff (PT). Quando ela sofreu o impeachment, o País sofria com inflação de dois dígitos, mais de 13 milhões de brasileiros desempregados e desalentados e a completa falta de perspectiva. A popularidade de Dilma havia descido a ladeira. No dia 30 de março de 2016, antes do impeachment, Dilma tinha apenas 10% de ótimo/bom e 69% de ruim/péssimo, segundo o Ibope. Outros 19% consideravam o governo regular e 1% não respondeu. Os brasileiros estavam nas ruas exigindo a saída da presidente.
As razões do impeachment de Collor e de Dilma não se sustentavam sob o ponto de vista da lei, mas, isso, tem valor menor no processo. A decisão é exclusivamente política. O impeachment é um ato político. Por isso, depende do apoio popular.
É exatamente o que ocorre agora. Não há uma razão, sob o ponto de vista legal, para o impeachment de Bolsonaro. Há razão política. E essa razão não vingou, até aqui, porque o presidente tem o apoio dos que ocupam o asfalto.
Todas as pesquisas de opinião pública, realizadas e divulgadas até aqui, apontam que Bolsonaro tem a guarda de um terço da população. Esse apoio oscila para cima ou para baixo conforme o momento, mas nunca sai da faixa que o sustenta no poder.
Portanto, até aqui, o brasileiro não quer o impeachment de Bolsonaro. E o Congresso Nacional não vai adiante, seja por respeito ou medo do barulho das ruas.
FRASE
A vacinação significa dizer a defesa da vida
FÁTIMA BEZERRA – Governadora do RN ao receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19
LUTO
Morreu Will Nogueira, um dos mais consagrados radialistas do Ceará. Perdeu a luta contra a Covid-19. Ele tinha 60 anos. Francisco de Assis Nogueira Bastos, Will, inicia a carreira na década de 1980, na Rádio Iracema AM, e emprestou o seu talento a várias emissoras de rádio e televisão cearenses. Foi Will Nogueira foi quem montou a primeira programação da 93 FM de Mossoró, em 1988.
CULTURA
A Biblioteca de Mossoró celebra 78 anos, completados nesta segunda-feira. Foi criada pelo prefeito Dix-sept Rosado, por meio do decreto 4, assinado no dia 5 de abril de 1948. Dix-sept atendeu a luta do irmão professor e historiador Vingt-un Rosado, o comandante da "Batalha da Cultura". A biblioteca ganhou o patrono Ney Pontes Duarte em 1996, por iniciativa da então prefeita Sandra Rosado.
TUDO CALADO
Completa uma semana hoje do furto de 20 doses de vacina contra a Covid-19 em Mossoró. Sumiram da UBS do bairro Belo Horizonte. Até aqui, nenhuma resposta foi dada pela Prefeitura e/ou pela Polícia Civil. O silêncio passa a ideia de que a população esqueceu. E o silêncio, nesse caso, é conivente.
FINISA
O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) visitou a obra de revitalização da Praça do Portal do Saber, no Abolição I, zona oeste de Mossoró. Ótimo. É mais uma obra bancada com recursos do Finisa. Serão mais de 20 praças revitalizadas, dentro do projeto Finisa.
COVAS
O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, prevê que o mês de abril será o mais tenebroso desde o início da pandemia da Covid-19, em março do ano passado. Ele diz que o Brasil pode registrar até cinco mil mortes por dia, se as medidas de isolamento social não forem ampliadas em todo o País.
DECRETO
No primeiro dia de retorno das atividades comerciais em Mossoró, nesta segunda-feira, 5, não houve aglomerações. O movimento foi até tímido. Já os donos de bares e restaurantes estão revoltados com a proibição de venda de bebida alcoólica.
É NOTÍCIA
1 - A governadora Fátima Bezerra (PT) recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19, nesta segunda-feira, 5. No dia 30 de abril, ela volta à UBS de Candelária, em Natal, para a segunda dose.
2 - O segundo fim de semana da vacinação contra a Covid-19 em Mossoró aplicou 2.960 doses em pessoas com idade de 63 e 64 ao mais. Os idosos foram atendimento em 10 Unidades Básicas de Saúde, localizados em todas as regiões da cidade.
3 - O pagamento do novo auxílio emergencial começa nesta terça-feira, 6, com valores de R$ 150, R$ 250 e R$ 375. Serão quatro parcelas que beneficiarão cerca de 45 milhões de famílias.
4 - O jornalista Francileno Góis testou positivo para a Covid-19. Ele está internado no Hospital Regional de Caraúbas, a sua terra natal. A recuperação é lenta, mas não há comprometimento dos pulmões. Francileno faz parte da equipe de jornalismo da TCM/Canal 10.
5 - O Rio Grande do Norte iniciou a semana com 50 pacientes da Covid-19 na fila de espera por leito de UTI. Havia apenas 12 leitos disponíveis nesta segunda-feira, 5. A região Oeste que havia zerado a fila, voltou a ter pacientes aguardando leitos, no total de 10.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.