Terça-Feira, 04 de fevereiro de 2025

Postado às 09h30 | 14 Abr 2021 | Por decisão judicial, eleições para Reitoria da Uern estão suspensas

Crédito da foto: Arquivo/JORNAL DE FATO Reitoria da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

As eleições para reitor e vice-reitor da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) estão suspensas. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (14) pela Comissão Eleitoral, em respeitado à decisão judicial. A consulta à comunidade acadêmica aconteceria hoje.

A juíza Adriana Santiago, da 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Mossoró, determinou a suspensão as eleições até a habilitação no sistema de votação de todos os eleitores aptos a votar. A Reitoria da Uern tentou reverter a decisão em instância superior, mas sem sucesso.

O Mandado de Segurança foi concedido a partir de pedido feito pela defesa do candidato Paulinho Silva. O professor questionou a obrigatoriedade da realização de cadastro prévio como condição de voto. A eleição é a primeira on-line da instituição, em razão da pandemia da Covid-19.

“Determino que a(s) autoridade(s) impetrada(s) assegure(m) o direito de voto, na consulta para formação da lista tríplice para reitor e Vice-Reitor da UERN, prevista para o dia 14/04/2021, a todos os eleitores cujos nomes estiverem incluídos em lista publicada no Jouern, nos termos do art. 66, da Resolução nº 014/2020-CONSUNI, sendo que, na impossibilidade técnica de cumprimento, proceda com a suspensão do pleito até habilitação na plataforma virtual de todos os eleitores aptos a votar”, decidiu a juíza Adriana Santiago.

O presidente da Comissão Eleitoral da Uern, professor e promotor de Justiça Armando Lúcio, revelou preocupação com a decisão da juíza. Segundo ele, em se mantendo esse entendimento da magistrada, as eleições da Uern poderão nunca ocorrer.

Armando Lúcio justificou que a votação para escolha do novo reitor e vice-reitor é facultativa, portanto não há como obrigar que todos os eleitores aptos ao voto estejam habilitados em sistema, já que a realização do cadastro é feita pelo próprio eleitor. “Se a decisão for mantida, não haverá eleições nesta quarta, 14, e nem nunca mais”, enfatizou Armando Lúcio.

Armando Lúcio acrescenta também que não se justifica os argumentos elencados pela defesa do candidato Paulinho Silva no pedido de liminar para suspender as eleições. “Fala-se em estranhamento por parte dos discentes ao sistema de cadastramento. Mas os alunos estão assistindo aulas remotas, on-line, e acessam todos os dias o site da Uern. Estamos falando de alunos universitários. O cadastro é uma ferramenta de segurança, para garantir a lisura do pleito”, pontuou.

Como alternativa para ampliar o acesso dos eleitores ao sistema de votação, a Uern estendeu até esta quarta-feira, 14, o prazo para cadastro nas plataformas vinculadas ao Sistema Integrado de Gestão (SIG) – SIGAA e SIG. Apenas os cadastrados terão acesso ao SiGEleição. Em caso de dúvidas sobre o processo de cadastro, alunos e servidores poderão solicitar suporte à Diretoria de Informatização (Dinf/Uern) por meio do Chat institucional na plataforma https://chat.google.com/ e entrar em contato com sigs.dinf@uern.br. Para isso, é importante utilizar o e-mail institucional. Nesses canais há uma equipe de analistas pronta para tirar dúvidas, das 7h às 17h.

 

CANDIDATOS

Concorrem ao cargo de reitor para o período 2021-2025, em ordem alfabética, Adalberto Veronese da Costa, Cicília Raquel Maia Leite e Francisco Paulo da Silva. Francisco Dantas de Medeiros Neto, Kelânia Freire Martins Mesquita e Maria José da Conceição Souza Vidal disputam o cargo de vice-reitor.

Foi sugerido aos candidatos(as) pela Comissão Eleitoral a utilização de números (dezenas) para identificação dos mesmos no sistema de informatização, com possibilidade de utilização desses números na campanha. Por meio de sorteio, ficaram definidos os seguintes números de identificação: 70 – Francisco Paulo da Silva e 71 – Kelânia Freire Martins Mesquita; 80 – Adalberto Veronese da Costa e 81 – Maria José da Conceição Souza Vidal; e 90 – Cicília Raquel Maia Leite e 91 – Francisco Dantas de Medeiros Neto.

Os mandatos do atual reitor, professor Dr. Pedro Fernandes, e da vice-reitora, professora Dra. Fátima Raquel Rosado Morais, terminam em setembro de 2021.

Candidatos a reitor (a) Adaberto Veronese, Cicília Raquele e Paulinho Silva

O que pensam os candidatos

Os três candidatos ao cargo de reitor da Uern foram entrevistados pelo JORNAL DE FATO, na seção “Cafezinho com César Santos”. Confira abaixo o que eles pensam para o futuro da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.

Adalberto Veronese:

 “Compreendemos que a mudança se dá pelo sentimento das pessoas. Todas e todos que fazem a UERN, inclusive as outras chapas que se apresentaram, dizem querer essa mudança. Assim, isso parece ser um consenso. A questão está no tipo de mudança que se está propondo. A UERN não poderá mudar se for mantida sob a gestão do grupo atual, porque eles estão na reitoria há mais de 50 anos. Foi esse grupo, inclusive, que levou a administração da UERN à estagnação, a ponto de o reitor abandonar o seu cargo. Por outro lado, a comunidade acadêmica já está cansada de uma disputa entre os mesmos grupos tradicionalmente conhecidos como a velha situação e a velha oposição, onde a primeira sempre levou vantagem. O que tem de novo nisso? Nós, por outro lado, já chegamos nessa pré-candidatura mudando os personagens do jogo. Nós ampliamos as discussões para além da disputa polarizada, propomos uma nova chapa de oposição com um professor profissional, sindicalizado, com experiência administrativa ampla, inclusive na gestão, ao lado de uma professora profissional, com experiência de gestão dentro e fora da UERN, além de um vasto histórico de atuação em movimentos sociais e uma das mais atuantes na defesa da UERN”.

Cicília Maia:

"A cada eleição ocorrida, a comunidade acadêmica escolhe de forma democrática quem deve gerir a universidade pelo período de quatro anos. Cada gestor tem sua história, seu perfil e seus resultados. A gestão do reitor Pedro Fernandes vai deixar uma marca positiva muito forte na história da Uern, principalmente no que se refere ao perfil acadêmico da universidade, com o reconhecimento e avaliação de todos os seus cursos de graduação, a consolidação de sua pós-graduação, a ampliação e valorização do quadro de servidores, o impulsionamento da assistência e permanência estudantil e a ampliação das políticas de acesso e inclusão. Desconsiderar todos estes resultados, obtidos em um dos períodos mais difíceis politicamente para a universidade, soa injusto e desonesto. Colocamos-nos à disposição da universidade para, juntos, conduzirmos a instituição pelos próximos quatro anos, tendo o trabalho pautado na coletividade, na democracia e na disposição de elevar ainda mais a Uern no cenário nacional. Isso é compromisso”.

Paulinho Silva:

“Para os(as) docentes, técnico-administrativos(as) e discentes, essa instituição é indissociável de suas vidas. Disso resulta o compromisso político com seu destino. Daí a importância de participação da comunidade universitária na definição de políticas a serem implementadas na UERN para que ela possa avançar no cumprimento de sua função social. Uma outra Uern possível deverá articular de forma estratégica e constante o ensino e qualificação profissional com a formação humanitária amparada na pesquisa e extensão voltadas para a missão política de interiorização de sua estrutura, que possa atender às demandas da população, para um desenvolvimento sustentável e crescimento econômico do nosso Estado. Constituindo-se enquanto referência científica e tecnológica para o engrandecimento do nosso povo e progresso da nossa região. Precisamos instituir práticas que incluam o debate de políticas que possam fazer a UERN livrar-se da política do “faz-de-conta-que-estamos-muito-bem”, centralizadora e burocrática, para vivenciarmos uma gestão que dialogue com os segmentos acadêmicos e com a sociedade, exercite a escuta e planeje, de forma participativa, os rumos de nossa Universidade”.

 

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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