O VOTO É O QUE IMPORTA
O jornalista Carlos Brickmann foi certeiro em análise rápida pós-manifestação de 1º de maio em favor do presidente Jair Bolsonaro. Ele fala sobre a importância da multidão para quem deseja ganhar eleição, independentemente se essa multidão é qualificada ou não. O voto, quando cai na urna, tem um único peso, independentemente da identidade que está no título do eleitor.
Leia:
“Já fui informado de que os participantes da manifestação de 1º de maio em favor de Bolsonaro não são tantos assim: são os privilegiados e os seus empregados. Ou que eram todos idiotas, incapazes de perceber que, ao sair às ruas para defender quem não merece defesa, se arriscaram a pegar Covid.
Pode ser, embora improvável. Mas não tem a menor importância.
O fato é que as manifestações mostraram que há muita gente disposta a se mover em defesa de Bolsonaro. Podem ser idiotas, mastigar cloroquina, babar na gravata, mas todos votam, e o voto de cada um vale exatamente o mesmo que o voto do mais eminente cientista brasileiro. Isso é o que importa: quem quiser derrotar Bolsonaro não precisa nem deve perder tempo desqualificando seus eleitores. Precisa apenas obter mais votos do que ele.
Este colunista não acredita nos números divulgados. Milhões na avenida Paulista? Como, se ali, amontoados em seis pessoas por metro quadrado, não coubessem no máximo 600 mil pessoas? Mas isso também não importa: era muita gente. Equivocam-se por pedir uma ditadura? Sim – mas para impedir que reelejam seu candidato a ditador é preciso reconhecer que são muitos e que é preciso reunir mais votos que os deles.
Democracia é simples assim.
Trump teve mais votos que qualquer presidente na História americana. Perdeu porque os democratas se organizaram para ter ainda mais votos. As manifestações podem ser úteis à oposição: basta aprender com elas.
Lições de vida
Dia 13 de março de 1964. Este repórter ia a pé para a Folha de S.Paulo quando encontrou uma multidão no sentido oposto: era a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Foi difícil atravessá-la. Chegando à Redação, vi muita gente discutindo o tamanho da Marcha que eu tinha acabado de cruzar.
Diziam que ali só havia milionários; que a Igreja ordenara aos fiéis que marchassem; ou que havia dois milhões de pessoas – uns 30% da população da cidade, na época. Bem, milhões não caberiam, milionários não lotariam o centro, a Igreja há milhares de anos recomenda a fidelidade conjugal, sem tanta adesão. Logo depois, o secretário de Redação, Woile Guimarães, me manda coordenar a cobertura.
Fiquei orgulhoso: 19 anos de idade, um ano de jornalismo, e recebia esta missão! Eu devia ser bom mesmo. Só depois descobri que era o único a não ter opinião prévia sobre o tamanho da Marcha. Dizia apenas que tinha gente pra burro (e não era essa a palavra que usava).
FRASE
“É preciso garantir a liberdade de culto, de trabalhar e direito de ir e vir
JAIR BOLSONARO – Presidente, ao admitir baixar decreto contra o isolamento social
É DESUMANO
A mossoroense Rosângela Diniz fez um relato duro sobre o descaso na UPA do Belo Horizonte, porta de entrada de pacientes da Covid-19. "É desumano e desolador", escreveu em suas redes sociais. Ela narra que falta profissionais da saúde para atender a demanda. "Houve dia de ter 2 técnicos de enfermagem para dá conta de 50 pacientes", narrou, mostrando-se indignada com a situação.
É DESUMANO II
Segundo Rosângela, que teve um irmão internado com Covid-19, na UPA "falta medicamentos, falta profissionais de saúde", deixando as pessoas que precisam de assistência à mercê da sorte. Ela ressaltou que os poucos profissionais estavam fazendo de tudo para garantir assistência, mas não é o suficiente para atender a demanda. Por fim, Rosângela pede: "Senhor prefeito, tome providências".
JUSTIÇA ELEITORAL
A advogada Adriana Magalhães Faustino Ferreira é a primeira da lista tríplice para a vaga de membro efetivo do TRE/RN, classe jurista. Completam a lista os advogados Daniel Cabral Mariz Maia e Felipe Maciel Pinheiro Barros. O Tribunal de Justiça encaminhará a lista ao Planalto para escolha do presidente Bolsonaro.
LEI LUIZ DI SOUZA
O RN passa a ter o dia de memória às vítimas da Covid-19. A lei foi sancionada pela governadora Fátima Bezerra (PT). O dia será lembrado em 28 de março, data da morte da primeira vítima da Covid no estado, o professor Luiz di Souza, da Universidade do Estado (UERN).
TEM E NÃO TEM
Mossoró ainda está sem o imunizante CoronaVac para aplicação da segunda dose. Não há previsão de chegada de novo lote. Já o estoque da vacina Oxford/AstraZeneca está imunizando com primeira e segunda doses pessoas idosas, com comorbidade e com síndrome de down.
ZUMZUMZUM
Comentário feito e ouvido na lateral da Arena das Dunas: o PT vai dizer ao senador Jean-Paul Prates que precisará de vaga na chapa majoritária para reforçar o projeto de reeleição da governadora Fátima Bezerra.
É NOTÍCIA
1 - O corpo do humorista Paulo Gustavo será cremado hoje em cerimônia limitada à família e amigos próximos. O criador de Dona Hermínia morreu na terça-feira, aos 42 anos, vítima da Covid-19.
2 - A Secretaria de Segurança do Estado aponta redução de 8,5% em homicídios no RN, quando contabilizados os números do primeiro quadrimestre. De janeiro a abril deste ano foram registrados 505 homicídios, contra 552 no mesmo período de 2020.
3 - Os dois primeiros dias de oitivas da CPI da Covid foram frios, protocolares. Os ex-ministros Mandetta e Teich não ofereceram nada a explorar. Talvez, a oitiva de Pazuello quebre o gelo.
4 - Além de Mossoró e Natal, Parnamirim suspendeu a aplicação da segunda dose da CoronaVac. Não tem estoque do imunizante do Butantan nas três maiores cidades do RN. A Secretaria de Saúde do RN espera novo lote da vacina esta semana.
5 - O presidente Jair Bolsonaro ameaçou baixar decreto contra confinamento social. Diz que a Constituição garante o direito de ir e vir do cidadão brasileiro. Ele tem o apoio dos setores produtivos, sobremaneira, do turismo, bares e restaurantes.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.