NOVOS CENSORES DA LIBERDADE
Qualquer profissional de mídia tem o direito de fazer circular as informações livremente. Preceito da democracia, regime político que conduz o Brasil, e que deve ser respeitado. Ou pelo menos, devia ser respeitado. Infelizmente, a imprensa está à prova todos os dias diante de todas as censuras, principalmente a branca, que tenta amordaçar de forma silenciosamente, mas igualmente cruel e criminosa.
O Dia da Liberdade de Imprensa no Brasil, celebrado nesta segunda-feira, 7, muito mais do que um dia de comemoração pelos profissionais que atuam na área, deve servir de reflexão para todos os cidadãos que querem uma Pátria livre e verdadeiramente democrática. Para que isso ocorra, é preciso que cada um cumpra a sua parte.
Ao profissional de imprensa que não só o direito à comunicação, mas, sobretudo o dever de manter a sociedade sempre informada, sem esquecer uma regra simples, mas de grande importância: a liberdade de um começa quando a do outro termina. Ou em melhor português: a liberdade da comunicação deve ser exercida com ética e com respeito ao espaço e direitos do próximo. Regra básica que todo jornalista ético carrega na consciência e exerce.
Noutra ponta, ou noutra parte, a regra é descumprida a toda hora, com a censura odiosa, mesmo aquela exercida com o sorriso estampado na cara. Desde sempre. Na monarquia, a impressão era proibida no Brasil, só chegando em 1808 com a família real. Só com a primeira Assembleia Constituinte houve abertura para a chamada Lei de Imprensa, que liberou publicação, venda e compra de livros, mesmo que com claras exceções.
Em 13 de maio de 1808, o príncipe-regente dom João autorizou a criação da Imprensa Régia, hoje Imprensa Nacional. Estava criada oficialmente a imprensa brasileira. Naquele mesmo ano, começava a circular a Gazeta do Rio de Janeiro, o primeiro jornal impresso publicado no País, impresso em máquinas importadas da Inglaterra. O jornal, porém, só publicava notícias favoráveis ao governo.
Foi a partir da instauração da República que começaram os atentados mais contundentes e criminosos à liberdade de imprensa. Na República Nova, por (mau) exemplo, a primeira Lei de Imprensa retirava do Código Penal os crimes relacionados a essa área de atuação, mas mantinha instituído o direito de resposta.
A mordaça se mostrou mais grave durante o governo militar, que impôs uma nova Lei de Imprensa, estabelecendo sérias restrições à liberdade de expressão. Todas as notícias eram, primeiramente, analisadas pelos censores, sendo barradas as que sugerissem qualquer contrariedade ao governo instituído. O trabalho sujo era executado pelo Departamento de Imprensa e Propaganda.
O alento veio com o fim da ditadura e a Constituição de 1988. A liberdade de imprensa está garantida pela Carta Magna. Mas, acredite, é apenas um sopro. Jornalistas e veículos continuam sofrendo atentados de toda a ordem, de todos os governos e de todas as instituições que se sentirem incomodados com a notícia de interesse da população.
Eles exercem a censura de todas as formas. Os mais expostos e agressivos, como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), atacam jornalistas e veículos abertamente. Os que se apresentam como “bonzinhos” exercem outro tipo de censura, como cortar veículos da publicidade oficial na tentativa de sufocá-los economicamente.
Esses censores usam o dinheiro público, como se fosse deles, para perseguir veículos e profissionais. Os ditadores formam grupos de comunicadores, pagos pelo erário, para atentar contra a notícia e jornalistas.
E o mais grave: os “comunicadores”, inclusive, com diploma, aceitam participar da censura, pulando para o outro lado do balcão, em nome de interesses individuais.
Que tal refletir.
Feliz Dia da Liberdade de Imprensa. Se possível.
FRASE
“Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.”
George Orwell – Sobre a Liberdade de Imprensa
BOLSONARO NO RN
O Palácio do Planalto tem uma data de junho aberta na agenda do presidente Jair Bolsonaro, que pode ser preenchida pelo Rio Grande do Norte. A agenda no estado será confirmada tão logo seja concluída a licitação do ramal Apodi/Mossoró no projeto de transposição do rio São Francisco, vencida pela Queiroz Galvão. Bolsonaro assinará a ordem de serviços em Apodi, no médio oeste potiguar.
LULA NO RN
O mês de junho também reserva presença do ex-presidente Lula (PT) no Rio Grande do Norte. Provavelmente, depois da passagem de Bolsonaro. O petista pretendia visitar o estado no início deste mês, mas recuou em razão do recrudescimento da pandemia da Covid-19. Se ao final de junho o cenário pandêmico recuar, ele estará no estado recepcionado pela governadora Fátima.
HOJE
O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) tem levado a esposa Cinthia para as visitas na periferia de Mossoró. A agenda da primeira-dama sugere que ela pode ser candidata a deputada estadual em 2022. Seria um nome forte, dada a força da estrutura da Prefeitura de Mossoró e da própria liderança de Allyson.
ONTEM
Allyson repetirá o que gestores passados fizeram em Mossoró. Rosalba Ciarlini, quando prefeita, elegeu a irmã Ruth Ciarlini deputada estadual. A ex-prefeita Fafá Rosado elegeu o esposo Leonardo Nogueira também deputado estadual. Antes, o prefeito Dix-huit Rosado tentou eleger o filho Mário Rosado à Câmara Federal, mas não obteve sucesso.
DECIDIDO
O presidente da Câmara de Mossoró, Lawrence Amorim (Solidariedade), encaminha a candidatura a deputado federal, com a autorização do Palácio da Resistência. O prefeito Allyson já está convocando os vereadores de sua bancada para "entregar" o santinho de Lawrence.
ESTADUAIS
Outros dois vereadores mossoroenses devem disputar as eleições 2022: Larissa Rosado (PSDB) e Pablo Aires (PSB) serão candidatos à Assembleia Legislativa. Um terceiro nome pode surgir.
É NOTÍCIA
1 - O senador Styvenson Valentim (Podemos) acredita ser o melhor nome da oposição para enfrentar a governadora Fátima Bezerra (PT) em 2022. Sem se misturar à "velha política".
2 - João Newton da Escóssia completaria 95 anos neste domingo, 6. Um nome importante na histórica política de Mossoró. Foi vereador (1956/1959), deputado estadual (1975/1976) e prefeito de Mossoró, eleito em 1976.
3 - João Newton também foi superintende regional do INPS e diretor do jornal O Mossoroense. Ele casou-se com dona Iracy com quem teve nove filhos, entre eles, o ex-vereador Júnior
Escóssia, falecido recentemente em decorrência da Covid.
4 - O deputado Beto Rosado (Progressistas) levantou bandeira em defesa da vacinação de trabalhadores de supermercados. Apresentou o Projeto de Lei 2027/21 que inclui a categoria nas prioridades do Plano Nacional de Imunização (PNI).
5 - O Núcleo de Atenção de Saúde da Família virou uma zorra em Mossoró. De perseguição a nomeações políticas, o núcleo está se transformando em imagem da gestão rasteira. Dizem.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.