Segunda-Feira, 03 de fevereiro de 2025

Postado às 10h00 | 23 Jun 2021 | Coluna César Santos - 23 de junho de 2021

Crédito da foto: Reprodução Primeira-dama Cinthia e o prefeito Allyson Bezerra em evento oficial

O QUE ESTÁ DITO AGORA...

Em entrevista a uma emissora de rádio de Natal, o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) responsabilizou setores da imprensa mossoroense de “criar conversas” sobre a possibilidade de candidatura a deputada estadual da primeira-dama Cinthia Pinheiro. Ele foi taxativo: “Isso não procede. Minha esposa não é candidata.”

E seguiu, para justificar a presença da primeira-dama em sua agenda administrativa e dando “expediente” na Secretaria do Desenvolvimento Social e da Juventude:

“Ela me ajuda, é voluntária. O que importa para ela é estar servindo.”

Depois, alfinetou os antecessores no cargo que ele ocupa hoje, que promoveram familiares para a política. As ex-prefeitas Rosalba Ciarlini e Fafá Rosado, por exemplo, elegeram a irmã Ruth Ciarlini e o esposo Leonardo Nogueira, respectivamente, para seguidos mandatos na Assembleia Legislativa.

“Era comum esposa, irmão, filho, sobrinho, papagaio ser candidato a deputado estadual ou federal em Mossoró. Uma regra era estar dentro de casa”, criticou, jurando que não vai repetir a política em família.

Pois bem.

A fala de Allyson está desassociada com a sua realidade em Mossoró. A promoção de parentes em cargos de indicação (comissionados) aumentou na máquina pública municipal com o seu total e irrestrito apoio. Ele nomeou, por exemplo, a sogra do vice-prefeito Fernandinho das Padarias para o cargo de diretor da UPA do Santo Antônio. Vereadores da bancada governista emplacaram em cargos comissionados familiares de primeiro, segundo e terceiros graus, boa parte sem ter experiência e/ou noção do serviço público. Tudo com assinatura de Allyson.

A primeira-dama, que não tem cargo oficial porque não houve nomeação, atua como secretária dando ordens, tomando decisão e também nomeando pessoas de seu interesse no serviço público. É fácil comprovar, basta uma simples pesquisa ao Jornal Oficial do Município.

No caso de uma candidatura de Cinthia Pinheiro em 2022, negada agora pelo prefeito, não deve ser descartada. Na verdade, Allyson faz o que os políticos costumam fazer: nega cedo, mas pode confirmar na hora da decisão, se o cenário se apresentar favorável.

Allyson sabe que a postulação de Cinthia enfrentaria uma possível candidatura de Rosalba Ciarlini à Assembleia Legislativa, o que, naturalmente, estabeleceria o confronto de quem seria a mais votada. O prefeito não arriscaria algo que possa comprometer seu futuro político. Nesse caso, a estratégia é simples: recua agora para atacar, se tiver condições, no momento certo.

Como conjecturar em política não é pecado, vamos imaginar que se as pesquisas de consumo interno apontarem que a primeira-dama pode ser campeã de votos em Mossoró, ela será candidata, sim, à Assembleia Legislativa. Caso contrário, continuará com bondade desenhada pelo esposo-prefeito: “voluntária, ajudando e servindo”

Que venha 2022.

 

FRASE

“Era comum esposa, irmão, filho, sobrinho, papagaio ser candidato a deputado estadual ou federal em Mossoró"

ALLYSON BEZERRA - Jurando que não vai repetir o costume do ambiente político-familiar

 

 

CONTRA A PEC 32

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte paralisa as atividades na manhã desta quarta-feira, 23, em adesão ao movimento nacional contra a reforma administrativa. A categoria quer despertar a atenção da sociedade para os "males" que a PEC 32 provocará aos servidores públicos. Com a paralisação, o atendimento nas delegacias estará suspenso das 8h às 12h em todo o estado, conforme decidido.

 

POUCA SORTE

O sorteio das oitavas de final da Copa do Brasil foi ingrato com o ABC de Natal. Colocou o Flamengo no seu caminho. Primeiro jogo no Maracanã e o segundo no Frasqueirão em Natal. Em outros tempos, sem pandemia, com torcida nos estádios, seria excelente negócio enfrentar o Flamengo. O clube natalense ficaria de cofre cheio. De portões fechados, o ABC fica no prejuízo.

 

POÇO DE VARAS

A agenda do presidente Bolsonaro na região Oeste potiguar, nesta quinta-feira, 24, vai contemplar além do ramal Apodi/Mossoró no projeto de transposição do São Francisco. O presidente vai autorizar o serviço de revisão do projeto executivo da barragem Poço de Varas, município de Cel. João Pessoa, na "tromba do elefante".

 

SEGUE

O projeto do Poço de Varas foi elaborado há 10 anos e nada mais foi feito. Com a atualização, a barragem garantirá abastecimento a 42,4 mil pessoas, além de contribuir com a produção rural e lazer. O investimento será superior a R$ 1 milhão.

 

OPOSIÇÃO

A CPI da Covid no RN será controlada pela oposição ao governo Fátima Bezerra (PT). Ficará com a presidência e a relatoria. A comissão terá cinco membros que serão escolhidos hoje pela Assembleia Legislativa. A CPI vai investigar 12 contratos da saúde com valor global de R$ 72,23 milhões.

 

LÁ E CÁ

Assim como no plano nacional, a CPI no RN visa fragilizar o governo. A oposição tentará criar uma agenda negativa à governadora Fátima Bezerra. O mesmo que a oposição faz na CPI da pandemia contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.

 

É NOTÍCIA

1 - Hoje está fazendo 11 anos da morte do jornalista Nilo Santos. Ele tinha 58 anos quando sofreu infarto. Areia-branquense de nascimento, escolheu Mossoró para construir carreira vitoriosa.

2 - Nesta data, em 2007, a então prefeita Fafá Rosado inaugurava a "Avenida do Shopping" no prolongamento da João Escóssia. Investimento de R$ 1,2 milhão, importante para consolidar a área comercial mais valorizada de Mossoró.

3 - O RN bateu a casa das 400 mil pessoas totalmente vacinadas contra a Covid-19. Até o fechamento desta edição, às 17h desta terça-feira, 22, eram 400.302 potiguares vacinados com duas doses.

4 - Chuva da Bala no País de Mossoró, o filme, estreia nesta quarta-feira, 23, no canal oficial da Prefeitura de Mossoró no youtube. O filme substitui o espetáculo teatral ao ar livre, em razão da pandemia, que conta a resistência do povo mossoroense ao bando de Lampião.

5 - Enquanto a dose da vacina fornecida pela Oxford-AstraZeneca custa, em média, R$ 19,87, o governo federal aceitou pagar R$ 80,7 por dose da Covaxin. Daí, a necessidade de investigação do contrato que totalizou R$ 1,6 bilhão. O MPF deve investigar.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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