ACENDE A LUZ VERMELHA
O mais dos mais otimistas no Palácio do Planalto reconhece: o presidente Jair Bolsonaro enfrenta o momento mais difícil desde que escalou a rampa do Poder em 1º de janeiro de 2019. O desgaste da CPI da Pandemia, inflação elevada e o luto que o País vive com mais de 500 mil mortes por Covid fizeram desmoronar os números positivos e/ou razoáveis que o presidente verde oliva sustentava até pouco tempo.
A mais recente pesquisa de opinião pública, assinada pelo instituto Ipec, da CEO Márcia Cavallari, ex-Ibope, acendeu a luz vermelha do Planalto. Não chega a ser devastadora, mas sinaliza para a deterioração da imagem do presidente e obriga uma mudança de estratégia do governo federal.
Segundo a pesquisa, a reprovação do presidente subiu 10 pontos, pulando de 39% para 49%. Já a aprovação caiu de 28% para 24%, quatro pontos a menos em relação à avaliação de fevereiro, ou seja, antes da instalação da CPI no Senado Federal, o que sugere que o trabalho da comissão parlamentar de inquérito está desgastando a imagem do mandatário da República.
Outro ponto emblemático é a queda de popularidade de Bolsonaro entre os evangélicos, segmento que era uma de suas fortalezas. Segundo a pesquisa Ipec, a queda na avaliação positiva entre o eleitorado evangélico foi ainda maior que a média geral. Aqueles que consideravam o governo bom ou ótimo eram 38% há quatro meses. No levantamento atual, o índice é 29%, queda de nove pontos percentuais.
O inferno astral do presidente Bolsonaro, por gravidade, faz transferir o eleitorado para o ex-presidente Lula. O petista seria eleito em primeiro turno se as eleições fossem hoje. A pesquisa Ipec aponta Lula com 49% contra 23% de Bolsonaro. Já a soma dos outros presidenciáveis não superar a intenção de votos de Lula. O pedetista Ciro Gomes aparece com 7%; governador tucano de SP João Doria com 5%; e o democrata Luiz Henrique Mandetta com 3%.
Os números da pesquisa Ipec fortalecem a percepção de que a situação política de Bolsonaro se deteriorou rapidamente. O presidente tem sido envolvido em situações bem delicadas, como a suposta irregularidade na compra de vacina indiana Covaxin, e parece sem força, nesse momento, de sair desse quadrado. Bolsonaro está acuado.
No entanto, não significa dizer que as eleições 2022 estejam definidas. Longe disso. Com a máquina, o presidente tem condições de reverter o quadro. Para isso, o Planalto conta com a retomada do crescimento da economia (previsão de 5% este ano), lançamento de novos programas sociais e a ampliação do bolsa família e inauguração de obras importantes em regiões adversas para o Bolsonaro, como é o caso do Nordeste.
O presidente vai conseguir construir essa pauta positiva?
Bom. Não há como afirmar. Mas, se conseguir, ele terá de volta o eleitorado que está migrando para o lado da oposição.
É a porção volátil.
FRASE
“Essa é a demonstração do compromisso de um governo que não tem retórica”
JAIR BOLSONARO - Construindo discurso no Nordeste com obras hídricas
BRASIL ESCOLA
O Ministério da Educação selecionou 211 escolas públicas do Rio Grande do Norte (municipais e estaduais) para receber ajuda técnica e financeira federal por meio do Programa Brasil na Escola (PBE). Sete escolas são de Mossoró. Entre os objetivos do auxílio estão o aprimoramento das competências e habilidades de gestão escolar a partir do uso de informações educacionais e científicas.
ACEU
Há 21 anos, ainda no governo Garibaldi Filho (MDB), iniciava a obra de reforma do clube da Associação Cultural e Desportiva Universitária (ACEU). A promessa era de conclusão da obra em 120 dias. Os serviços foram feitos, mas pouco ou quase nada melhorou. Duas décadas depois, o tradicional clube no centro de Mossoró está em ruínas, aguardando a sua reconstrução pela Uern.
TÁ DOMINADO
O ex-governador Robinson Faria (PSD) começa a reverter em Brasília a sua adversa situação jurídica no RN. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a ação contra o ex-mandatário na operação Anteros, pelo fato de Robinson já ser investigado pela Dama de Espadas, que deu origem a Anteros. Pode haver "vícios", justificou.
NO TSE
Robinson também conta como certa uma vitória no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para reverter inelegibilidade decretada pela Justiça Eleitoral do RN. Ele precisa limpar o nome para ser candidato a deputado federal nas eleições 2022. Alguém duvida?
EM CIMA DO MURO
O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) não recepcionou o presidente Bolsonaro em Mossoró por dois motivos. O primeiro é que ele não decidiu o seu palanque majoritário nas eleições 2022. Ele flerta com o bolsonarista Fábio Faria, mas não fecha portas para a governadora lulista Fátima Bezerra.
BAZÓFIO
O segundo motivo foi meramente pessoal. Como os holofotes eram todos do presidente Bolsonaro, o prefeito Allyson achou que não tinha o que fazer no aeroporto. Vaidoso, o jovem gestor não aceita ser figurante.
É NOTÍCIA
1 - Morreu Júlio César Oliveira do Carmo, esposo da ex-secretária de Educação de Mossoró, Magali Delfino. Não resistiu a um AVC, aos 61 anos. Daqui vai o nosso abraço de solidariedade a Magali e aos filhos Maria Isabel e Caio César.
2 - Nesta data, em 1993, Frei Damião voltava a Mossoró para participar do Jubileu de Prata da Matriz de São João, no bairro Doze Anos. Estava acompanhado de Frei Fernandes. Foi a última missão do "Santo do Nordeste" em Mossoró. Ele morreu em 1997.
3 - O deputado Luís Miranda chegou para depor à CPI da Pandemia com colete à prova de bala. Pelo visto, a caráter, levando em conta o comportamento da turma do Senado da República.
4 - O primeiro lote da vacina Sputnik V previsto para chegar no início de julho, só deve ser entregue um mês depois. O imunizante da Rússia foi contratado pelos estados do Consórcio Nordeste, sob a liderança do governador da Bahia, Ruy Costa (PT).
5 - Até as 17h desta sexta-feira, 25, o Rio Grande do Norte havia aplicado 1.482.655 doses de vacinas contra a Covid-19, sendo 1.078.037 de pessoas que receberam a primeira dose e 404.618 totalmente imunizados. O RN já recebeu 2.027.780 de doses de vacinas.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.