CÂMARA RESSUSCITA FÉRIAS DE JULHO
A Câmara Municipal de Mossoró vai entrar em recesso a partir de sábado (17) e só retornará aos trabalhos no próximo mês. Férias do meio de ano.
A decisão da Mesa Diretora, se levada a termo (há reação contrária dentro da própria Casa), representará um retrocesso, uma vez que o Legislativo havia tornado extinto o recesso de julho, além de ter reduzido as férias de início de ano de 45 para 30 dias.
A extinção das férias de julho ocorreu na gestão da ex-presidente Izabel Montenegro (MDB), em 2020, como forma de ampliar o trabalho da Casa. A medida teve o apoio de todos os vereadores da Legislatura passada. A sociedade também apoiou.
O atual presidente da Câmara, Lawrence Amorim (Solidariedade), justifica que o fim das férias de julho e a redução do período de férias do início de ano foram definidos por resolução, dessa forma, estaria sem validade porque não alterou a Lei Orgânica do Município. De fato, a proposta mudou apenas o regimento interno da Câmara.
No entanto, o próprio Lawrence pode perfeitamente resolver a questão legal. Precisa apenas convocar uma reunião extraordinária para alterar a Lei Orgânica e extinguir em definitivo o recesso de julho e reduzir as férias de início de ano.
É só uma questão de prioridade e de vontade política.
Aliás, reunião extraordinária é a cara da atual Legislatura. Duas delas chamaram a atenção no primeiro semestre do ano: 1 – os vereadores se reuniram extraordinariamente para mudar o brasão do município de Mossoró a pedido do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade); 2 – a Câmara voltou a se reunir extraordinariamente para criar duas secretarias de governo e mais cargos na máquina administrativa, também a pedido de Allyson.
Dessa forma, não custa nada o presidente Lawrence fazer a convocação extraordinária para alterar a Lei Orgânica no sentido de evitar o retrocesso na Câmara.
Férias agora são antipáticas. Os atuais vereadores praticamente não trabalharam na Casa em razão do recrudescimento da pandemia da Covid-19. As atividades presenciais foram retomadas há apenas uma semana, isso mesmo para antecipar as eleições da Mesa Diretora e renovar o mandato do presidente Lawrence até 2024.
Convenhamos: iniciar férias após uma semana de trabalho presencial é desprezar a opinião da sociedade e não zelar pela imagem da Casa. O povo que banca as contas do Legislativo, caras que se diga, exige trabalho dos vereadores, porque esse mesmo povo trabalha duro para garantir o seu sustento e pagar os encargos que sustentam a Câmara.
Portanto, a decisão está nas mãos do presidente Lawrence Amorim: curtir as férias com os colegas depois de apenas uma semana de trabalho presencial, ou evitar esse retrocesso no Legislativo mossoroense.
FRASE
“É um retrocesso enorme no que diz respeito à produção legislativa”
FRANCISCO CARLOS – Vereador criticando a volta das férias de julho na Câmara de Mossoró
TRABALHO
O vereador Francisco Carlos (Progressistas) levantou voz contra a "exumação" das férias de julho na Câmara Municipal de Mossoró. "É um grande retrocesso para o trabalho e produção legislativa", disse. E não ficou na retórica. Francisco Carlos anunciou que durante o recesso vai continuar trabalho em seu gabinete, na sede do Legislativo, nos dias que seriam de sessão: terça e quarta-feira.
TÚNEL DO TEMPO
Há 15 anos, a então prefeita Fafá Rosado inaugurava a nova sede da Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte, no histórico prédio da antiga Escola Técnica de Comércio União Caixeiral, centro da cidade de Mossoró. Um investimento de R$ 2,5 milhões. No mesmo dia, Fafá também inaugurava a estátua do jornalista Dorian Jorge Freire na Praça da Redenção, em frente à Biblioteca Municipal.
RIO MOSSORÓ
Nesta data, em 1999, a então prefeita Rosalba Ciarlini lançava o projeto de urbanização das margens do rio Mossoró. O projeto contemplava a recuperação da vegetação com a plantação de 60 mil mudas de mata ciliar. Foi a última ação, efetiva, em defesa do rio Mossoró. 22 anos depois, o rio está agonizando, com gestores brincando de canoagem.
OBSTRUÇÃO
A oposição vai tentar hoje, mais uma vez, instalar a CPI da Covid no RN, para investigar aplicação de recursos de combate à pandemia. Nas últimas sessões, por duas vezes, a bancada governista conseguiu obstruir os trabalhos e evitar a instalação da comissão de inquérito. Estratégia muito bem conduzida pelo líder Francisco do PT.
DINHEIRO NA PRAÇA
O Governo do Estado injeta quase R$ 243 milhões na economia potiguar com a antecipação dos salários de julho nesta quinta-feira, 15. O dinheiro será depositado nas contas de 95 mil servidores, o que equivale a 80% do funcionalismo estadual.
PETROQUÍMICO
A proposta de instalação de um polo petroquímico em Mossoró ganhou mais um capítulo nesta quarta-feira, 14. O Governo do Estado criou um grupo de trabalho para estudar a implantação do polo. Isso vai render.
É NOTÍCIA
1 - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirma que o governo já contratou 600 milhões de doses de vacinas. Vai garantir o Plano Nacional da Imunização (PNI) contra a Covid-19. Amém.
2 - A adutora Jerônimo Rosado está "quebrada" outra vez, deixando castigados Alto de São Manoel, Ilha de Santa Luzia, Planalto 13 de Maio, Liberdade I e II, Bom Jardim, Paredões, Barrocas, Centro, Santa Delmira, Nova Betânia, Abolição III e IV. Até quando...
3 - O presidente Jair Bolsonaro volta a sentir as consequências da facada sofrida durante a campanha eleitoral de 2018. Está internado em São Paulo, com possibilidade de nova cirurgia.
4 - A aplicação da primeira dose de vacina contra a Covid-19 está suspensa em Mossoró por falta de estoque, mas deve ser retomada no fim de semana. O Ministério da Saúde está enviando novo carregamento com 61 mil doses do imunizante AstraZeneca/Fiocruz.
5 - A plataforma RN + Vacina aponta que o Ministério da Saúde já enviou 2.260.570 doses de imunizantes para o Rio Grande do Norte. 1.844.435 foram aplicadas, sendo 1.354.329 de pessoas vacinadas com a primeira dose e 490.106 imunizadas com duas doses.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.