Segunda-Feira, 03 de fevereiro de 2025

Postado às 08h45 | 26 Ago 2021 | CPI Covid na Assembleia Legislativa ouvirá Carlos Gabas no dia 6 de outubro

Crédito da foto: Reprodução Carlos Gabas será ouvido no dia 6 de outubro

O secretário executivo do Consórcio Nordeste, Carlos Garbas, vai ser ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada pela Assembleia Legislativa para investigar a aplicação dos recursos da pandemia da Covid-19 pelo Governo do Rio Grande do Norte. Ele confirmou que atenderá a convocação da CPI, inclusive, anunciando a data 6 de outubro.

Acompanhando a agenda do ex-presidente Lula (PT) em Natal, nesta quarta-feira, 25, Carlos Garbas disse que é o mais interessado em esclarecer o caso da compra dos respiradores, pelo Consórcio Nordeste, que nunca foram entregues. O prejuízo foi de R$ 48,7 milhões, sendo R$ 5 milhões só do Rio Grande Norte. Segundo ele, “a situação é tranquila” porque foi o próprio consórcio quem denunciou a empresa que vendeu os 300 respiradores não entregues aos estados.

Garbas não adiantou a sua linha de defesa, mas garantiu que o Consórcio Nordeste não tem o que temer. A versão corrente, inclusive apresentada pelos governadores, é que os estados foram enganados pela empresa contratada e que acionaram a justiça para recuperar os recursos usados em pagamento antecipado.

 A compra dos 300 respiradores ocorreu em abril de 2020, no início da pandemia da Covid-19. Os nove estados que compõem o Consórcio Nordeste pagaram, antecipadamente, R$ 48,7 milhões à empresa Hempcare Pharma. Os aparelhos não foram entregues. A empresa contratada funcionava em apartamento no estado de São Paulo e não tinha qualquer experiência no setor.

Os governadores acionaram a Justiça para inibir o “calote” e o consórcio ter o dinheiro de volta, o que não aconteceu até aqui. A empresária Cristiana Prestes, da Hempcare, chegou a ser presa na Operação Ragnarok. Ela foi acusada pelas autoridades do estado da Bahia de crime de estelionato. Em depoimento à Polícia Civil, ela contestou a versão ao apresentar informações de que as tratativas que ocorreram na compra dos respiradores foram acompanhadas pelo governo da Bahia. Ela apresentou documentos que embasam sua versão. Daí, a investigação que começou na Bahia foi transferida para o Superior Tribunal de Justiça, foro de governador de estado.

 

Propina

A empresária afirmou em seu depoimento, prestado em junho de 2020, ter feito pagamentos na ordem de R$ 12,4 milhões a três intermediários, dois deles pelos relacionamentos que fizeram a ponta entre ela e o Consórcio Nordeste e um terceiro para ajudar no contato com a empresa chinesa que seria a fornecedora dos respiradores.

Também no depoimento, Cristina revelou que o então secretário da Casa Civil do Governo da Bahia, Bruno Dauster, a orientou para que acrescentasse aditivos contratuais para aumentar o valor unitário dos equipamentos, passando de US$ 23 mil, para US$ 27 mil e, por fim, US$ 35 mil após relatar que a China estava querendo subir o preço dos equipamentos. Um respirador do porte que o Consórcio Nordeste estava contratando custava entre US$ 7 mil e US$ 15 mil.

Portanto, são pontos importantes que Carlos Garbas deve explicar em seu depoimento na CPI da Covid.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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