COMO SERÁ O AMANHÃ?
O único ato oficial para celebrar o aniversário da Independência, hoje, será o hasteamento da bandeira do Brasil, no Palácio da Alvorada, em Brasília, seguido de apresentação da Esquadrilha da Fumaça, com a presença do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e dos chefes das Forças Armadas.
Fora isso, o 7 de Setembro será predominantemente político, com manifestações a favor e contra o presidente da República, com todos os refletores voltados, principalmente, para Brasília e São Paulo.
Há uma grande expectativa em torno do discurso de Bolsonaro. A sua fala, conforme seja, poderá representar uma “insurreição” e ameaça ao estado democrático, embora o próprio presidente tenha dito e repetido que as manifestações de hoje são o direito à liberdade do povo brasileiro, ameaçado, segundo ele e seus partidários, por decisões “inconstitucionais” por ministros da Suprema Corte, especialmente Alexandre de Moraes.
Uma carta articulada por adversários de Bolsonaro, assinada por ex-presidentes, parlamentares e estudiosos, e divulgada na véspera das manifestações, afirma que diversos países estão com os olhares voltados para o Brasil e que não aceitarão que qualquer ato venha a sublevar-se contra a ordem estabelecida. Em melhor entendimento, não vão tolerar rupturas democráticas.
O texto diz ao final: “Estamos seriamente preocupados com a ameaça às instituições democráticas do Brasil – e estamos vigilantes para defendê-las antes e depois de 7 de setembro. O povo brasileiro tem lutado por décadas para proteger a democracia de um regime militar. Bolsonaro não deve ter permissão para roubá-la agora.”
O documento é assinado pelo ex-primeiro-ministro da Espanha José Luis Rodriguez Zapatero, pelo ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper, e pelo ex-presidente do Paraguai Fernando Lugo, além de Noam Chomsky, do filósofo e professor, Cornel West, do vencedor do prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, entre outros políticos, como o petista Arlindo Chinaglia.
Por outro lado, os bolsonaristas afirmam que as manifestações de hoje não são a favor de rupturas, mas, sim, contra a ameaça à liberdade e à democracia, que estaria sendo praticada por ministros da Suprema Corte, principalmente Alexandre de Moraes.
O próprio presidente Bolsonaro, em suas lives, afirmou que as manifestações serão ordeiras e que servirão exclusivamente para o povo brasileiro defender a liberdade. No entanto, o palaciano verde oliva inflamou o ambiente quando disse que os ministros “entenderão” o recado do asfalto.
Em meio à temeridade de guerra campal, já que bolsonaristas e antibolsonaristas irão ocupar as avenidas, principalmente de São Paulo e Brasília, não há qualquer sinalização de recuo das partes envolvidas. Daí imagina-se o pior, com agravamento da crise institucional.
Este 7 de Setembro será um divisor de águas, de resultado imprevisível, e que certamente marcará a história presente do Brasil. Sem desenho de futuro.
Como será o amanhã?
FRASE
"Para o meu sangue, minha honra, meu Deus, eu juro dar ao Brasil a liberdade"
Pedro I – em 7 de setembro de 1822
NENÉM DO BAIÃO
Nesta quarta-feira, 8, completa 10 anos da morte do músico Edmundo Maria do Nascimento, um dos patrimônios culturais de Mossoró. "Neném do Baião", como ficou famoso, construiu história na cultura popular, fez parte da Orquestra Sinfônica Otaviano Pinto, e embalou por décadas o chamado forró pé de serra. Merece todas as homenagens, o que foi negado pelo município até aqui.
VACINAÇÃO
O Centro de Vacinação de Mossoró, no Ginásio Pedro Ciarlini, vai funcionar nesta terça-feira, mesmo com o feriado de 7 de Setembro. O município está vacinando pessoas sem comorbidades com 18 anos ou mais, grávidas, puérperas e lactantes entre 12 e 17 anos. Também antecipou a aplicação da segunda dose para quem recebeu a D1 há 58 dias ou oito semanas.
EM MOSSORÓ
As manifestações em Mossoró terão concentração na Avenida Presidente Dutra, às 16h30. Os bolsonaristas descem a avenida em carreata no finalzinho da tarde com destino ao Corredor Cultural. As atividades serão realizadas na praça do Teatro Municipal Dix-huit Rosado. O sistema de segurança pública vai monitorar as manifestações desta terça-feira.
SÓ VAI UM
Depois de cumprir agenda no RN de sexta-feira e domingo, o ministro potiguar Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) embarcou para Brasília, a fim de acompanhar o presidente Bolsonaro nas manifestações de hoje. Já Fábio Faria, o outro ministro potiguar, titular das comunicações, continua fora do País, cuidando de 5G no Qatar.
SÓ VAI II
Dos oito deputados federais do RN, apenas o General Girão (PSL) confirmou presença nas manifestações a favor de Bolsonaro. É o único bolsonarista de carteirinha da bancada potiguar.
FUSÃO
PSL e DEM poderão ser um só partido. A fusão está sendo discutida pelos cardeais de Brasília. Se somar, fica mais poderoso. O PSL tem 53 deputados federais e o DEM tem 28. Se o Senado vetar a volta das coligações proporcionais, a fusão sairá.
É NOTÍCIA
1 - Há 65 anos, Pelé estreava com a camisa do Santos aos 16 anos de idade. Foi no amistoso contra o Corinthians de Santo André, com o Peixe goleando por 7 a 1, inclusive, com 1º gol de Pelé.
2 - O rádio nasceu no Brasil, oficialmente, em 7 de setembro de 1922, com transmissão da fala do presidente Epitácio Pessoa. Coube ao médico Roquete Pinto ter a ideia que fez nascer a Rádio Sociedade do RJ, inaugurada oficialmente um ano depois, em 1923.
3 - O RN bateu a marca de 1 milhão de pessoas vacinadas com duas doses, o que representa 37% do público-alvo acima de 18 anos. Outras 2,1 milhões receberam a D1, ou 81% do público.
4 - A coluna recebe a reclamação que não existe neuropediatra no sistema de saúde pública de Mossoró. As crianças que necessitam do profissional estão sem assistência. Ou, que tem condições financeiras, procura o atendimento em Natal ou Fortaleza.
5 - A edição impressa do JORNAL DE FATO não circulará nesta quarta-feira, 8, em razão do feriado de hoje. O impresso retorna normalmente na quinta-feira, 9. A cobertura dos acontecimentos neste 7 de Setembro será feita pelo portal defato.com.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.