Domingo, 02 de fevereiro de 2025

Postado às 09h15 | 25 Set 2021 | Coluna César Santos - 25 de setembro de 2021

Crédito da foto: Arquivo Presidente Jair Bolsonaro

PÁGINAS AMARELAS DA VEJA

A Veja que está nas bancas traz uma entrevista inédita com o presidente Jair Bolsonaro. Pela primeira vez, desde que assumiu o Poder, ele concede a entrevista de forma moderada, sem mostrar-se arrogante, presunçoso, impetuoso, que são características dele. Talvez, e provavelmente, o 7 de setembro fez o presidente repensar, mudar de estratégia, criar um novo ambiente, para recuperar a imagem perante o povo brasileiro.

Bolsonaro sabe que a sua popularidade está se derretendo. As últimas pesquisas, todas elas, mostram a desaprovação pegando o elevador e a aprovação descendo degraus. 53% consideram o governo ruim e 39% não enxergam perspectiva positiva e apenas 28% mostram confiança em um futuro melhor. Os números são péssimos para quem daqui a pouco vai pedir mais um voto de confiança ao eleitor.

Na entrevista, Bolsonaro não foge dos temas polêmicos, mas também não faz deles uma pauta antipática. Pelo contrário. O presidente responde mostrando a sua visão, explorando o lado bom do governo, numa clara tentativa de estabelecer uma nova linha de atuação.

Alguns pontos merecem destaque:

Quando a Veja questiona se existe uma preparação para um golpe de Estado, tão difundido no noticiário diário, Bolsonaro nega taxativamente: “Daqui pra lá, a chance de um golpe é zero. De lá pra cá, a gente vê que sempre existe essa possibilidade.” O “de lá pra cá”, segundo o presidente, é a oposição. Ele justifica: “Existem 100 pedidos de impeachment dentro do Congresso. Não tem golpe sem vice e sem povo. Agora em pergunto: qual a acusação contra mim? O que eu deixei, em que eu me omiti? O que eu deixei de fazer? Então, não tem cabimento uma questão dessa...”

A Veja explorou a polêmica do voto impresso e Bolsonaro respondeu com suavidade, o que é raro: “Vai ter eleição, não vou melar, fique tranquilo, vai ter eleição. O que o Barroso (Luís Roberto, presidente do TSE) está fazendo? Ele tem uma portaria deles, do TSE, onde tem vários setores da sociedade, onde tem as Forças Armadas, que estão participando do processo a partir de agora. Com as Forças Armadas participando, você não tem por que duvidar do voto eletrônico.”

Sobre a pandemia da Covid-19, a Veja pergunta se ele faria algo diferente: “Não errei em nada. Fui muito criticado quando falei que ficar trancado em casa não era a solução. Eu falava que haveria desemprego – e foi o que aconteceu. Outra consequência disso é a inflação que está aí. Hoje há estudo que mostra que quem mais caminha para óbito por coronavírus é o obeso e quem está apavorado. Falei isso no início do ano passado. Todo mundo aumentou de peso ficando em casa. Também criamos o auxílio emergencial. Sem ele, com certeza teríamos saques em supermercados, balbúrdia, violência.”

O presidente se posicionou sobre a disparada dos preços da gasolina e do gás de cozinha: “Eu não vou tabelar ou segurar preço. Não posso tabelar o preço da gasolina, por exemplo, mas quero que o consumidor fique sabendo o preço do combustível da refinaria, o imposto federal, o transporte, a margem de lucro e o imposto estadual. Hoje toda a crítica cai no meu colo. Reconheço que o custo de vida cresceu bastante aqui, além do razoável, mas vejo perspectiva de melhora para o futuro.”

Sobre a disputa eleitoral 2022, Bolsonaro afirmou: “Pretendo disputar”. Já tem partido? Ele respondeu: “Se eu vier a ser candidato, não vai mais se repetir o que aconteceu em 2018. O vice tem que ter algumas características, tem que ajudar você. E tem que ajudar no tocante ao voto também. O Mourão, por exemplo, eu acho que não está fechada a porteira para ele ainda. Agora, o Mourão não tem vivência política. Praticamente zero. E depois de velho é mais difícil aprender as coisas. Mas no meu entender, seria um bom senador. Sobre o partido (que ele vai se filiar), eu não fugi de estar no PP, PL ou Republicanos. Não fugi de estar com esses partidos, conversando com eles. O PTB ofereceu pra mim também.”

Leia a entrevista completa na revista Veja que está circulando.

 

FRASE

“Daqui pra lá, a chance de um golpe é zero”

JAIR BOLSONARO – Presidente na entrevista à Veja

 

ACADEMIA

A Academia Mossoroense de Letras (AMOL) celebra hoje 33 anos de fundação. Nasceu da iniciativa de um grupo de intelectuais que tinha Vingt-un Rosado, Raimundo Soares de Brito, Paulo Medeiros de Gastão e Benedito Vasconcelos. No primeiro momento, a Amol ocupou espaço no campus da Esam, sob a presidência de Vingt-un, e encontra-se sediada na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte.

 

NOVA VIDA

Nesta data, em 1992, a então prefeita Rosalba Ciarlini inaugurava o conjunto "Parque das Rosas", em substituição à favela Malvinas, uma das primeiras de Mossoró. Na inauguração, presença do governador José Agripino, deputado Ney Lopes e o titular da Sethas, Betinho Rosado. Hoje, 29 anos depois, o Parque das Rosas se transformou no bairro Nova Vida, populoso e bem estruturado.

 

TECNOLOGIA

A Anatel aprovou a versão definitiva do edital para concessão das faixas por onde vai transitar o sinal do 5G. O leilão dos ativos foi marcado para 4 de novembro. Trata-se de um passo largo para o Brasil avançar em tecnologia. Até junho de 2022, já estará nas capitais. O 5G já é realidade nos EUA, China e parte dos países europeus.

 

CANCELADO

Os mais de 365 mil potiguares com título de eleitor cancelado, anunciado pelo TRE/RN, representam 15% do eleitorado do Rio Grande do Norte. É mais do que o dobro do eleitorado de Mossoró, segundo maior colégio do estado. O título é cancelado quando o cidadão deixa de votar em três eleições seguidas, sem justificar a ausência à Justiça Eleitoral.

 

APOIO

A presidente da OAB Mossoró, Bárbara Paloma, anunciou apoio à pré-candidatura do colega José Carlos Filho. "Conheço o trabalho de José Carlos, sei de seu comprometimento com a advocacia e, principalmente da postura ética que adota", elogia.

 

SEGUE

Outras duas pré-candidaturas à presidência da OAB Mossoró estão postas: advogado Hemerson Pinheiro e da advogada Vânia Furtado, vista como favorita. As eleições na OAB estão marcadas para novembro.

 

É NOTÍCIA

1 - O Hospital do Coração, de Natal, vai suspender atendimento pelo SUS a partir de 1º de outubro. Motivo: atraso de 12 meses de pagamento por parte dos municípios e do Estado.

2 - Se levado a termo a fusão DEM e PSL, o ex-senador e ex-governador José Agripino Maia se empolgará para as eleições 2022. Poderá ser candidato a deputado federal, cargo que ele tentou nas eleições 2018, sem sucesso. Agripino está antenado.

3 - A Agência Nacional de Saúde aponta queda na taxa de ocupação de leitos UTI Covid em todo o País. Na região de Mossoró, a taxa de ocupação está abaixo de 20% há mais de uma semana.

4 - O oftalmologista Vanderlânio Carolino vai estrear o projeto PodFalar, na sua Super TV. Ele terá a companhia do advogado Jailton Magalhães, com a mediação do jornalista Saulo Vale. O podcast tem estreia marcada para quarta-feira, 29, às 20h.

5 - O RN se aproxima de 3,7 milhões de doses de vacinas aplicadas contra a Covid-19. São 2.326.522 de pessoas vacinadas com a primeira dose e 1.364.120 pessoas com ciclo vacinal completo. O estado já recebeu do Ministério da Saúde 4.663.630 doses.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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