Domingo, 02 de fevereiro de 2025

Postado às 09h15 | 08 Out 2021 | Coluna César Santos - 8 de outubro de 2021

Crédito da foto: Ilustração Brasil chora com o momento crítico que vive

BATALHA DO ÓDIO E DA MENTIRA

Merece leitura atenta o que o jornalista Gaudêncio Torquato alerta para a batalha do ódio e da mentira que se espalha no país feito peste. E que deve contaminar as eleições 2022.

“O Brasil está alastrando os seus campos de batalha. Alguns, por obra de mentiras e ficção. Por exemplo: milhares de pessoas, de aglomerações já passadas, são apresentadas em vídeos de eventos que ocorreram ontem ou hoje. O maior ajuntamento de massas, no movimento pelas eleições diretas, em 16 de abril de 1984, foi suplantado por 126 mil pessoas na avenida Paulista em apoio a Jair Bolsonaro. A mentira campeia. E o ódio sai do congelador para arrebentar as correntes de emoção das massas. Ora, trata-se da maior dispersão de energia já vista na história recente do país. Uma insanidade. Um retrocesso. Um atraso. Infelizmente, a campanha de 2022 ganha as ruas, sem nem termos certeza de que Lula e Bolsonaro sejam candidatos. Tudo pode mudar na undécima hora.

As campanhas eleitorais, regra geral, se dirigem a dois tipos de públicos: eleitores interessados na política, racionais, com intenção de voto definida; e grupamentos dispersos, desinformados, instáveis e emotivos. Os primeiros se interessam pelos discursos de seus candida­tos, sendo pouco suscetíveis às mensagens dos adversários, enquanto os segundos, pragmáticos, podem mudar de posição, de acordo com os benefícios - maiores ou menores - oferecidos pelos contendores por meio de propostas para áreas como saúde, educação, transpor­tes, segurança, habitação, emprego e bem-estar social. Os perfis de eleitores, sejam os engajados ou os dispersos, se guiam por critérios variados, não havendo um padrão exclusivo para decidir sobre o voto. Entre eles se incluem proximidade, qualidade das ideias, viabilidade da promessa, demagogia, populismo, história pessoal (facadas) e até empatia gerada pela maneira como o candidato se apresenta.

Essas divisões eleitorais constituem o alvo dos tiroteios de campa­nhas, donde se pinça a indagação: o combate direto – com a arma da desconstrução do adversário – dá resultados? É sabido que campanha negativa afeta a opção eleitoral. O impacto é mais forte junto a indecisos que aguardam a reta final para tomar partido. Será que teremos campanha negativa até outubro de 2022?

Campanha negativa é também tradição noutras praças. Nos EUA, Lyndon Johnson, candidato democrata a presidente em 1964, foi o primeiro a pagar anúncios para desmoralizar o rival Barry Goldwater. Uma menina no campo desfolhava pétalas de uma margarida, enquanto as contava uma a uma, até que, chegando ao dez, uma voz masculina começava a rever­ter a contagem. Na hora do zero, sob um ruído ensurdecedor, via-se na tela uma nuvem de cogumelo, simbolizando a bomba atômica, e a voz de Johnson: “Isto é o que está em jogo - construir um mundo em que todas as crianças de Deus possam viver ou, então, mergulhar nas trevas. Cabe a nós amar uns aos outros ou perecer.” O arremate: “Vote em Lyn­don Johnson. O que está em jogo é demais para que você se possa per­mitir ficar em casa.

Em nenhum momento se mencionava Goldwater. O anúncio saiu apenas uma vez, mas as TVs o repetiram. Outros foram criados e massacraram o falcão republicano.

Esse modelo tenta associar candidatos aos valores da sociedade. Às vezes, o ataque dá errado, os atingidos se transformam em vítimas e as agressões se voltam contra os agressores. Aluízio Alves, candi­dato a governador do Rio Grande do Norte em 1960, acusado pelo adversário de correr o Estado dia e noite liderando multidões pelas estradas, apropriou-se do termo “cigano” a ele atribuído. Enfeitiçou as massas. Os comícios pegavam fogo. Dinarte Mariz, o governador, patrono da candidatura de Djalma Marinho, menosprezava: “Quem vai a esses comícios é uma gentinha analfabeta.” Aluízio adotou o ter­mo: “Minha querida gentinha.” Ganhou a eleição.”

 

FRASE

“O Brasil está alastrando os seus campos de batalha. Alguns, por obra de mentiras e ficção.”

GAUDÊNCIO TORQUATO – Jornalista, professor da USP e consultor político

 

PREOCUPA

Quase 170 mil pessoas ainda não voltaram para a aplicação da segunda dose de vacina contra a Covid-19 no Rio Grande do Norte. Isso representa mais da metade da população de Mossoró, segunda maior cidade do Estado. Os retardatários preocupam, uma vez que pode haver um recuo no processo de arrefecimento da pandemia no RN. Essas pessoas devem assumir as suas responsabilidades.

 

SEU MANÉ

Hoje faz nove anos da morte de Manoel Alves de Oliveira, "Seu Mané" da Rádio Rural, um dos mais populares comunicadores que a rádio mossoroense já teve. Nascido em Pedra de Abelha, hoje Felipe Guerra, Seu Mané escolheu Mossoró para viver e fazer carreira. Ele eternizou a "Hora da Coalhada" e deixou a sua marca no tradicional concurso A Mais Bela Voz, por ele apresentado.

 

OUTUBRO ROSA

O presidente da Fecomércio/RN, empresário Marcelo Queiroz, cumpre agenda hoje em Mossoró. O principal compromisso é a inauguração da unidade móvel Sesc Saúde Mulher dentro da campanha Outubro Rosa. Marcelo terá a companhia do prefeito Allyson Bezerra (SDD), às 18h, no Sesc.

 

CHAPA FORTE

O ex-senador José Agripino Maia está articulando a formação de uma chapa forte para deputado federal, com o selo do União Brasil, partido que nasce da fusão DEM/PSL. A chapa terá Paulinho Freire, presidente da Câmara de Natal, como puxador de votos.

 

OUTROS NOMES

O Delegado Leocádio, líder do PSL potiguar e que foi candidato a vice-governador do RN em 2018, confirmou que será candidato na chapa do União Brasil. A deputada Carla Dickson, do Pros, também pode pintar na chapa articulada por Agripino. O ex-prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rêgo, é outro nome na lista de JA.

 

EM MOSSORÓ

A ex-prefeita Cláudia Regina terá a missão de organizar o União Brasil em Mossoró. Ou melhor, reaorganizar o Democratas, uma vez que o PSL deixou de existir na cidade desde a saída de Dr. Daniel Sampaio, que se transferiu para o DC.

 

É NOTÍCIA

1 - A primeira iluminação da avenida principal do 30 de Setembro, hoje conjunto Vingt Rosado, foi inaugurada nesta data, em 1999. Obra da segunda gestão da ex-prefeita Rosalba Ciarlini.

2 - Nesta data, em 2004, a geografia humana de Mossoró ficava mais pobre com a partida do empresário Rômulo Agostinho Fernandes Negreiros, idealizador da Casa da Revista e um apaixonado por aviação, tendo presidido o Aéreo Clube de Mossoró nos anos 50.

3 - Os meninos do Swing da Cor se apresentam hoje no Barraco Betinho do Frango. Boa opção com mistura de ritmos. O Betinho do Frango fica na Frei Miguelinho. Vamos lá. Às 20h.

4 - A BMG comprou os direitos musicais da cantora Tina Tuner. A empresa alemã de gerenciamento musical pagou US$ 50 milhões, o que representa R$ 274 milhões. Tina soma 10 álbuns de estúdio, dois ao vivo, duas trilhas sonoras e cinco compilações.

5 - Está suspensa até o dia 31 de dezembro de 2021 a comprovação de vida para os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A lei foi promulgada nesta quinta-feira, 7, pelo presidente Jair Bolsonaro, com publicação no Diário Oficial da União.

Tags:

Coluna César Santos
JORNAL DE FATO
Mossoró
RN.

voltar

AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

COTAÇÃO