Domingo, 02 de fevereiro de 2025

Postado às 09h15 | 05 Nov 2021 | Coluna César Santos - 5 de novembro de 2021

Crédito da foto: Ilustração Cancelamento nas redes sociais

OS ADEPTOS DA TERRA CHATA

Passando o “corretor” (quem somos nós?) pela coluna “Chumbo Gordo”, do jornalista Carlos Brickmann, chamou a atenção a forma equilibrada como ele trata polêmicas de ocasião, que ganham dimensão muito mais pelo momento do “nós contra eles” do que propriamente por uma luta sadia. Deixo para o leitor formar a sua própria opinião do texto de Brickmann:

“A vítima já foi Elis Regina. Motivo: ela cantou o Hino Nacional num evento oficial, e por isso tentaram “cancelá-la” – na época, queriam que fosse arquivada num “cemitério de mortos-vivos”. Hoje é um jogador de vôlei que não gostou de um novo personagem, filho do Super Homem Clark Kent, que é um Super Homem bissexual. E daí? No mundo dos quadrinhos, sempre se falou de Batman e Robin, de Mandrake e Lothar, até mesmo dos Sete Anões.

Digamos as coisas com clareza: Maurício Souza, desligado do Minas Tênis Club após ter dado sua opinião, é um chato. Quem se mete na vida dos outros é chato. E se preocupar com a vida sexual de um desenho é chatíssimo. Quem lutou para desempregar Maurício Souza também é chato: como dizia Millôr Fernandes, todos têm o direito de torcer pelo Vasco na arquibancada do Flamengo. Exigir que um clube demita um atleta que é pouco tolerante só indica que os defensores da tolerância são intolerantes com os dissidentes.

Acabo de rever o vídeo do Festival da Record de 1967. É um espetáculo de tolerância: o jornalista Randal Juliano, favorável ao regime militar, em conversa amigável com Chico Buarque, Caetano e Gil, que o regime militar exilaria. É também um espetáculo de intolerância: a plateia impedindo o bom compositor Sérgio Ricardo de participar da disputa, com vaias que o levaram a quebrar o violão e jogá-lo no público. Foi o ponto feio de um belo show.
Tolerância é tolerar quem discorda de nós. O contrário é intolerância.

Por um bom tempo, a censura era a marca dos regimes autoritários e de seus seguidores. De repente, virou regra quase geral: Fulano adorava Chico Buarque, mas agora não o aguenta mais, por divergir de suas opiniões sobre a Venezuela e Cuba; Sicrano se recusa a admitir a competência de Nelson Piquet, três vezes campeão mundial de Fórmula 1, porque ele é bolsonarista.

As coisas vão mais longe: uma pessoa que sequer sabe a diferença entre uma gripe e um resfriado opina sobre médicos que receitam (ou não) cloroquina e ivermectina para Covid. Médicos cuja opinião eu respeito não as indicam; mas transformar em vilões os profissionais que, à falta de alternativa, tentam utilizá-las, cheira a fundamentalismo.

Este colunista sempre foi gordo. Nem se tente imaginar o que já tomou, indicado por médicos de boa reputação, e com aprovação de Anvisa, FDA e tudo. E, como é comum, continuo gordo. Os médicos agiram de boa-fé, de acordo com o que se conhecia na época. Neste paciente não adiantou. Mas, em algumas pessoas, funcionou. Não havia censura e alguns, ao menos, se beneficiaram.”

 

FRASE

Censura era a marca dos regimes autoritários; de repente virou regra quase geral

CARLOS BRICKMANN – Jornalista, titular da Coluna Chumbo Gordo

 

VACINA JÁ

O Rio Grande do Norte ainda tem mais de 350 mil pessoas que não tomaram a primeira dose de vacina contra a Covid-19. Outras 221 mil pessoas não retornaram para receber a segunda dose. São quase 600 mil pessoas circulando em todo o estado de forma temerária. As consequências começam a aparecer. Nesta quinta-feira, 4, a Sesap/RN atestou que a ocupação de leitos voltou a subir.

 

SANTA LUZIA

A Lojinha de Santa Luzia será aberta ao público a partir deste domingo, 7, e funcionará até 13 de dezembro, dia da padroeira dos mossoroenses. O espaço fica na Praça da Convivência Fraterna, ao lado da Catedral de Mossoró, com a venda de artigos religiosos. Uma das novidades é a edição especial da Bíblia Sagrada com Santa Luzia na capa e na parte interna a história da Paróquia.

 

PORTO ILHA

O terminal salineiro de Areia Branca vai a leilão nesta sexta-feira, 5, na Bolsa de Valores de São Paulo. Os portos de Maceió/AL e Fortaleza/CE, também administrados pela Codern, também serão leiloados. O velho Porto Ilha deve render investimento de mais de R$ 160 milhões. O arrendamento terá duração de 25 anos.

 

CÃO E GATO

O prefeito de Araraquara/SP, Edinho Silva (PT), não deu as caras na CPI da Covid. Estava convocado para ontem. A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte sente-se desrespeitada. A CPI vai à Justiça pedir a condução coercitiva de Edinho. O presidente da Casa, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB), concordou com o pedido.

 

CONVERSA AGENDADA

O pré-candidato a governador Carlos Eduardo (PDT) agenda nova visita a Mossoró para a próxima semana. O principal ponto será uma conversa, segundo ele, com o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade), sobre eleições estaduais 2022.

 

NÃO É FÁCIL

Lideranças do PSB tentam emplacar o ex-governador Geraldo Alckmim como vice na chapa do ex-presidente Lula (PT). Uma frente foi construída com esse objetivo, embora consciente que a possibilidade é remota. Lula quer um nome do MDB.

 

É NOTÍCIA

1 - Mossoró terá hoje nove pontos de vacinação antirrábica para cães e gatos, que funcionarão das 7h às 12h. Os pontos atenderão a demanda de todas as regiões do perímetro urbano da cidade.

2 - Há 11 anos, o shopping de Mossoró ganhava as salas de cinema da Multicine, como nova opção ao público. A inauguração foi marcada por uma sessão especial do filme nacional "Comer, Rezar e Amar". As cinco salas funcionam hoje como as únicas da cidade.

3 - A Multifeira Brasil Mostra Brasil tem início hoje na Arena das Dunas, em Natal. São de 12.000 m² de área de exposição com cerca de 400 empresas participantes. A feira vai até o dia 15, das 16h às 22h.

4 - Hoje é celebrado o Dia Nacional da Cultura e da Ciência. Também é o Dia do Cinema Brasileiro, do Radioamador, da Ciência e do Escrivão de Polícia. E foi nesta data, em 1983, que morreu Humberto Mauro, pioneiro do cinema brasileiro.

5 - A justiça derrubou a liminar que impedia a investigação sobre a facada sofrida pelo presidente Bolsonaro. Sem querer antecipar nada, mas observando: a facada que foi o "fato novo" da campanha eleitoral de 2018 caminha para o pleito 2022.

Tags:

Coluna César Santos
JORNAL DE FATO
jornalismo

voltar

AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

COTAÇÃO