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Postado às 09h15 | 07 Nov 2021 | Ex-prefeito Leonardo Rêgo confirma pré-candidatura a deputado federal

Crédito da foto: JORNAL DE FATO / Marcos Garcia Ex-prefeito de Pau dos Ferros, Leonardo Rêgo, no Cafezinho com César Santos

Leonardo Rêgo (DEM) tem política na veia. Vive e respira política, desde muito novo. Filho do decano deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM), ele seguiu carreira pública com sucesso. Na primeira eleição que disputou, em 2004, se tornou prefeito de Pau dos Ferros, a principal cidade do Alto Oeste do Rio Grande do Norte. Depois daí, empilhou seguidas vitórias em disputas municipais, até que a sequência foi interrompida em 2020, quando ele perdeu nas urnas para a atual prefeita Marianna Almeida (PSD). A derrota, porém, não colocou Leonardo nas cordas. Pelo contrário. Ele está mais disposto do que nunca a enfrentar as urnas outra vez. No “Cafezinho com César Santos”, Leonardo Rêgo confirma a pré-candidatura a deputado federal, mas, ressalta que só confirmará a postulação “se for a decisão do povo”. Confira:

O senhor retornou a Pau dos Ferros depois de um período ausente. Fez um pronunciamento forte e disse que está à disposição do povo. Foi um discurso de quem será candidato nas eleições de 2022?

A minha vinculação com o povo de Pau dos Ferros é permanente, prova disso é que, neste ano, por diversas oportunidades, estive presente na cidade, interagindo com os amigos, tomando ciência do que acontecia no município e por consequência na região. Durante o período de 300 dias, mantive uma postura de silêncio com relação a declarações e entrevistas, enfatizando o meu total respeito à democracia, afinal de contas, em novembro do ano passado, pela primeira vez enquanto candidato, obtive um insucesso eleitoral. Dessa forma, o zelo com o resultado indicado pelo povo, humildemente, requereu essa postura, mas sempre estando vigilante aos anseios e necessidades da população. Fiz esse raciocínio junto ao povo pauferrense e alto-oestano em entrevista para a Rádio Cultura do Oeste FM no dia 30 de outubro e, também, expus que estou pavimentando caminhos com vistas às eleições de 2022, em função das credenciais geradas ao longo da minha trajetória na vida pública e da receptividade do povo às nossas ideias e atitudes.

 

A sua candidatura, se confirmada, será à Câmara dos Deputados, ou existe a possibilidade de uma postulação em chapa majoritária?

A política é, de fato, dinâmica; dessa maneira, estou com o meu nome à disposição para lutas futuras, em prol de um projeto de interesse da coletividade do nosso estado, mas posso afirmar que o planejamento está direcionado para uma pré-candidatura a deputado federal.

O senhor tem uma liderança política reconhecida no Alto Oeste do RN, mas os prefeitos da região parecem já comprometidos com outros pré-candidatos. Numa eventual candidatura, como o senhor irá trabalhar a base de apoio diante deste cenário?

Sem dúvidas o apoio político de prefeitos e lideranças é muito importante, agrega sobremaneira uma possível candidatura, mas, antecipo o meu sentimento, que é o de propor o meu nome à população do Rio Grande do Norte de forma inovadora, com sentimento popular urgindo das bases, muito em função da trajetória exitosa que tive no campo administrativo. E, de forma bastante evidente, já sinto essa temperatura de apelo popular, não só na região do Alto Oeste, mas também em outras regiões do Rio Grande do Norte; tenho recebido apelos e incentivos importantes da classe produtiva do estado e de diversos setores, que nos estimulam a conduzir um novo projeto, mediante a forma correta e previsível que atuo na vida pública, a exemplo das minhas gestões à frente da Prefeitura de Pau dos Ferros, mas também com justificativas desses segmentos acerca da necessidade da renovação dos quadros que representam o estado no Congresso Nacional.

 

Qual é o argumento, então, para sustentar uma base eleitoral competitiva?

Sabedor de que a essa altura da pré-campanha, vamos assim dizer, muitos prefeitos e lideranças da região, mesmo com essa constatação de apoio firmado a outros políticos, tenho escutado a importância de o Alto Oeste ter um representante de origem, que conheça a realidade e tenha total afinco na defesa e na luta dos anseios que a região necessita, e que veem isso no meu nome. Impressionou-me esse ponto de vista e a receptividade que tive com todos com quem dialoguei. Uma forma inovadora de fazer política é possível, escutando o povo, mostrando capacidades e metas; com correção e diálogo franco, o apoio espontâneo da população será o carro-chefe do nosso projeto político eleitoral.

O senhor, ao lado do deputado Getúlio Rêgo, historicamente, segue a orientação política do ex-senador José Agripino Maia. Agora, porém, o DEM está formando um novo partido com o PSL. Essa fusão pode afastar o seu grupo da liderança de Maia ou está definido que o grupo continuará sob a orientação de Agripino?

De fato, há décadas somos fiéis ao mesmo partido, o que traduz a nossa postura correta e previsível de exercer a atividade política. No entanto, a eleição do próximo ano terá uma nova legislação vigente, o que nos leva além de dialogar com o nosso tradicional partido, também ampliar o leque de conversações com outras agremiações partidárias, a fim de viabilizar um projeto consistente, que compatibilize com a nova realidade. O diálogo é algo fundamental na atividade política e desde que saudáveis, estamos sempre abertos a conversar, pontuando, sem concessões, os nossos princípios de decência, correção e espírito público.

 

O senhor afirma que não vai servir de “esteira” para ninguém, ou seja, só será candidato se houver chances reais de vitória. Como o senhor vai ter essa certeza?

Mais do que nunca, com a nova legislação, que já vigorou na última eleição municipal, mas para as eleições gerais de 2022 será inédita, o trabalho em nível de composição partidária para as candidaturas terá que haver coesão, onde todos terão participação importante para a concretização de um projeto vitorioso, já que com o fim das coligações proporcionais, a equação para atingir o quociente eleitoral exige fortalecimento de todos aqueles que irão compor as nominatas de cada partido. Havendo essa formação consistente, estarei com o meu nome à disposição do povo potiguar.

O senhor se reuniu recentemente com o presidente do Progressistas, deputado federal Beto Rosado, para discutir eleições 2022. Houve convite para o senhor se filiar ao Progressistas?

Sim. Eu e o deputado Beto Rosado já tivemos algumas conversas, onde ele, legitimamente, também em função da nova regra eleitoral, tem se articulado de maneira estratégica, vislumbrando o fortalecimento do seu partido, nas respectivas regiões do nosso estado. Senti-me lisonjeado com o convite e interpreto como absolutamente natural as conversações existentes.

 

Entre 2004 e 2020, o senhor obteve quatro vitórias e uma derrota em eleições municipais. A última eleição, porém, é que está mais presente. A derrota para a atual prefeita Marianna é um peso para o futuro de sua carreira política?

A minha convivência com o povo de Pau dos Ferros é tão intima e sadia que transcende os significados dos resultados eleitorais. Éramos um grupo que não tínhamos tradição política na cidade e, do zero, construímos uma história de sucesso e grandes realizações administrativas, a iniciar, por mim, em 2004, com a vitória do pleito daquele ano. De lá para cá, disputamos 5 eleições, das quais o nosso grupo se saiu vitorioso em 4. Além de ter sido eleito o prefeito mais jovem da história do município, governei a cidade por 12 anos e igualei uma marca histórica, junto a dois ex-prefeitos, de ser o gestor com mais mandatos. Trazendo para o tempo mais recente, pela primeira vez me deparei com um insucesso eleitoral, que foi justamente na eleição de 2020, onde mesmo assim saí da gestão de cabeça erguida, com aproximadamente 65% de aprovação administrativa, o que, inquestionavelmente, possibilitou um bom conceito sobre a nossa figura como gestor. Esse insucesso não gerará nenhum tipo de dano na carreira, pois encaro com naturalidade e profundo respeito à democracia. Sou um eterno devedor do povo de Pau dos Ferros, pois foi nesta cidade que prospectei a minha carreira política e que me dá credenciais de alçar voos mais altos.

Agora, de forma mais tranquila, qual a razão que o senhor encontra para o eleitor ter negado a sua reeleição em 2020?

Em 2004 venci a eleição para prefeito de Pau dos Ferros, contrariando o curso natural do que seria previsível, tendo em vista que o grupo que me enfrentou comandava a prefeitura há vários anos. Minha eleição foi uma surpresa para todo o estado, pois fui um dos prefeitos eleitos mais jovens daquele ano, com 28 anos. Ao assumir a gestão municipal em 2005, me deparo com uma máquina administrativa destroçada, desorganizada, com dívidas de valores exorbitantes. Ao longo de 4 anos, tive como propósito reorganizar a casa e assim segui com a minha equipe. Expus, sempre, tudo para a população, que, quatro anos depois, em 2008, me concedeu um novo mandato. Foi aí em que deslanchamos no conceito de gestão, com obras e serviços essenciais junto à população. Em 2016, onde disputei minha terceira eleição como prefeito do município, quatro anos depois de ter terminado o meu segundo mandato, era sabedor da desorganização que envolvia a prefeitura, em função dos atores que desmontaram o fluxo de gestão exitoso durante esse período. De igual maneira, de 2017 a 2020, tive que reorganizar a prefeitura e sanar os seus problemas; mesmo assim, muito fizemos, prova disso é a entrega de mais de 200 obras, além da realização de programas e projetos essenciais. Ou seja, uma gestão equilibrada, do ponto de vista econômico e fiscal.

 

Mas, o senhor concorda que a maioria do eleitor não entendeu assim?

Ano passado, vivenciamos um período totalmente atípico, em ocasião da pandemia da Covid-19 e muitas foram as incompreensões. Além disso, levo em consideração o sentimento do povo de apostar na mudança, que é nítido em todo o país, que, infelizmente, na prática, em muitos casos não tem correspondido aos anseios do eleitor. Mesmo tendo perdido o pleito eleitoral, saímos com aproximadamente 65% de aprovação administrativa e encaro com lucidez e naturalidade o resultado. Na vida, em qualquer atividade que nos disponhamos a fazer, podemos percorrer etapas de insucesso; sinto-me vitorioso, com a certeza de que construímos um legado que transformou a cidade de Pau dos Ferros, uma das cidades que mais se desenvolve no estado e que inegavelmente ocupa hoje uma posição estratégica não só no contexto regional, mas, também, de todo o RN. Sou eternamente grato pela confiança depositada por parte da população de Pau dos Ferros em sucessivas eleições.

Qual é a avaliação que o senhor faz do primeiro ano, que está para completar, da atual gestão municipal de Pau dos Ferros?

Como discorri na resposta da pergunta passada, meu último mandato à frente da Prefeitura de Pau dos Ferros se norteou no reequilíbrio fiscal e econômico da gestão, bem como, o de reimplantar uma rotina administrativa eficiente. Conseguimos o nosso objetivo. Só para ilustrar, o FPM que, na nossa gestão, lutamos para que tivesse a faixa elevada, conseguimos; ainda em 2020 tivemos a divulgação pelo TCU de que o município iria do coeficiente 1.4 para 1.6, com a atualização válida já para janeiro de 2021. Com relação ao ICMS, ainda em 2020, através de um minucioso trabalho técnico, também conseguimos a confirmação da maximização desse repasse já para este ano. Comparando os 10 meses de 2021, de competência da atual gestão, com os 10 meses de 2020, ano em que estávamos à frente da Prefeitura, tomando por base essas atualizações de receitas somente de FPM (aumento de 54,2%) e ICMS (aumento de 28,88%), a Prefeitura de Pau dos Ferros teve um acréscimo de aproximadamente R$ 10,4 milhões, ou, um acréscimo mensal superior a R$ 1 milhão. Tudo isso sem contar a arrecadação própria, tendo em vista que realinhamos a situação tributária do município. O orçamento de 2021, que encaminhamos ano passado para apreciação da Câmara de Vereadores, foi aprovado de forma integral, por não haver mecanismos de restrições à gestão que assumiu em janeiro. Sempre determinei agir de maneira correta e honesta. O que quero dizer é que a atual gestão encontrou uma prefeitura com situação absolutamente satisfatória, do ponto de vista econômico, como já disse, e, também com folha de pessoal em dia, nova frota de veículos, novas unidades de saúde, convênios federais vigentes superiores a R$ 15 milhões. Mediante tudo isso, em um período de mais de 300 dias de governo, interpreto que a gestão municipal nem de longe está cumprindo os compromissos que foram assumidos na campanha eleitoral, que por sinal foi repleta de gerações de expectativas, dentro desse contexto de mudança dito em praça pública. Espero que nos próximos 3 anos que restam da administração, venham se corresponder, pelo menos em parte, a essas promessas feitas publicamente.

 

Para finalizar, de 1 a 10, qual o grau de possibilidade de o senhor disputar as eleições do próximo ano?

Cumpriremos todas as etapas existentes no processo, sabedor que a política é dinâmica. Portanto, a possibilidade da participação no pleito nas eleições do próximo ano é real e estou muito otimista.

 

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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