Dezenas de funcionários da Porcellanatti Revestimentos estão protestando contra o decreto do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) que visa fechar a fábrica no Distrito Industrial de Mossoró. Na manhã desta quinta-feira, 11, os funcionários ocuparam a frente do Palácio da Resistência e exigiram que a Prefeitura preserve a indústria e os empregos de dezenas de profissionais.
Os funcionários levaram cartazes com apelos ao prefeito da cidade. São pais de famílias que ficarão desempregados caso a Parcellanatti seja fechada. “Minha família precisa. Eu preciso da Itagres. Queremos gerar crescimento para a região”, diz um cartaz. “Somos funcionários da Itagres e queremos continuar sendo”, estampa outro cartaz.
A manifestação cabra uma posição transparente do prefeito Allyson, que até aqui não deu maiores esclarecimento sobre a tentativa de tirar a fábrica do Distrito Industrial. “Por que o prefeito é contra a Itagres”, questiona cartaz de um funcionário. “Estamos trabalhando, exigimos respeito”, estampa outro cartaz.
A empresa catarinense chegou a Mossoró em 2004, quando iniciou os estudos para implantação de uma fábrica de revestimentos. Obteve da Prefeitura a cessão de um terreno de 20 hectares no Distrito Industrial. Os investimentos foram feitos e a produção começou efetivamente em 2009. Só que as dificuldades impostas pela conjuntura econômica da época levaram ao encerramento da produção em 2014. Agora, sete anos depois, a empresa está prestes a retomar a produção.
Daí, a decisão do prefeito de Allyson gerar desconfiança, conforme escreveu o jornalista César Santos em coluna no JORNAL DE FATO, edição desta quinta-feira: “É incompreensível uma gestão pública não oferecer condições para incentivar iniciativas que prometem gerar emprego e renda. O caso da Porcellanatti ganha dimensão, dada ao volume de investimentos previstos na ordem de R$ 10 milhões, segundo a TB Nordeste Indústria e Comércio de Revestimentos S/A, atual denominação da Porcellanatti.
Outro ponto que deve ser observado é a estrutura do complexo industrial distribuido em uma área de 20 hectares, que soma mais de R$ 100 milhões em máquinas. Parece irracional determinar a saída de uma empresa desse porte com um simples decreto de reversão de terreno.
Em nota, a TB potiguar afirma que já está gerando 150 empregos diretos e indiretos e vai abrir até 250 postos de trabalho quando a fábrica retomar a produção. Ou seja, se a vontade de Allyson prevalecer, pelo menos 150 pessoas perderão o emprego, um impacto enorme na vida desses profissionais, principalmente nesse momento em que o País registra mais de 13 milhões de trabalhadores desempregados.
De fato, a Porcellanatti está em processo de preparação para reativar as máquinas e o setor comercial fechando negócios para escoamento da produção.
A empresa catarinense ainda informa:
1) O fornecimento de energia elétrica e água já foi reestabelecido;
2) Prestadores de serviços diversos já estão contratados, dentre eles os de serviços de saúde aos trabalhadores, de fornecedor de alimentação, segurança privada e de transporte fretado;
3) Está já em curso o fornecimento de matéria-prima para o processo produtivo;
4) As equipes de trabalho estão contratadas e já iniciaram suas atividades na planta;
5) Os equipamentos da fábrica estão sendo ativados, sendo este um processo sensível e de alta complexidade;
6) A área comercial da TB Nordeste já está comercializando os produtos que serão produzidos pela fábrica, com projeção de vendas acima do que inicialmente estimado.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.