Presidente Bolsonaro com o ministro Rogério Marinho no Nordeste
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ganhou força para ser candidato a senador pelo Rio Grande do Norte com apoio do presidente Jair Bolsonaro. Fonte de dentro da Esplanada dos Ministérios informou que Marinho filia-se ao Partido Liberal (PL) na terça-feira, 30, mesmo dia da filiação ao partido do presidente da República.
A notícia publicada pelo jornalista Lauro Jardim, colunista de “O Globo”, já circulava nos bastidores da política potiguar. A filiação de Rogério Marinho ao PL é dada como certa. O ministro tem boa relação política com o presidente estadual da sigla, deputado federal João Maia, e vem se articulando com outros grupos de oposição ao governo Fátima Bezerra (PT) para formar um palanque forte.
João Maia, inclusive, participou do lançamento da pré-candidatura de Rogério Marinho, ocorrido em setembro no município de Caraúbas, região Oeste potiguar, quando fez elogios à capacidade política e administrativa do titular do Desenvolvimento Regional.
Rogério Marinho também tem o apoio do presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira de Souza, líder do PSDB potiguar. O prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), também deseja apoiar a candidatura de Marinho nas eleições de 2022.
A ascensão de Rogério Marinho no Palácio do Planalto causa estresse na Esplanada dos Ministérios, em função do outro ministro potiguar, Fábio Faria, titular das Comunicações, também ser postulante ao Senado. Fábio dava como certo o apoio do presidente Bolsonaro, no entanto, perdeu prestigio político nos últimos dias.
O ministro das Comunicações caminha para trocar o PSD pelo Progressistas, sem ter a certeza que o partido apoiará o seu projeto eleitoral. O presidente estadual do Progressistas, recém-eleito, deputado federal Beto Rosado, tem simpatia pela candidatura de Rogério Marinho, e tem razões para não apostar em Fábio. É que o filho do ex-governador Robinson Faria é alinhado politicamente em Mossoró, segundo maior colégio eleitoral do RN, com o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade), declarado inimigo político do grupo de Beto Rosado.
A opção de Fábio por Allyson cria embaraços uma vez que o Progressistas do RN não dividirá palanque com o prefeito de Mossoró, inclusive, Allyson promete derrotar Beto, que será candidato à reeleição em 2022, com a candidatura ao mesmo cargo do presidente da Câmara de Mossoró, Lawrence Amorim (Solidariedade). Portanto, a presença de Fábio no Progressistas, se confirmado, será um incômodo.
Diante disso, Rogério Marinho vai costurando um projeto político-eleitoral que possa reunir os partidos que apoiam o presidente Bolsonaro, sem criar arestas com os possíveis aliados.
Fábio vai para o Progressistas, mas não solta o PSD
O ministro Fábio Faria vai se desfiliar do PSD, que será adversário da reeleição do presidente Bolsonaro em 2022, mas continuará com o controle e a base do partido no Rio Grande do Norte. A sigla é presidida pelo ex-governador Robinson Faria, pai de Fábio, e tem a base comprometida com o projeto eleitoral dos Faria em 2022.
Fábio anunciou que o seu pai será candidato a deputado federal, cargo que ele se afastou para ser ministro das Comunicações. O projeto é conquistar dois mandatos em 2022, na Câmara dos Deputados e no Senado da República.
Para manter a base do PSD, Fábio e Robinson têm dificuldades de dialogar com partidos que apoiam o governo Bolsonaro. PL e Progressistas no Rio Grande do Norte são distantes de Fábio e Robinson. Por gravidade, os apoiares dos Faria atuam na linha de confronto a grupos importantes, como é o caso do Progressistas potiguar, liderado pelo deputado Beto Rosado.
Fábio, no entanto, procura minimizar as dificuldades. Em recente entrevista ao “Cafezinho com César Santos”, ele afirmou que tem a autorização do presidente Bolsonaro para trabalhar a pré-candidatura ao Senado e que acredita ser possível ele unificar o palanque de apoio ao presidente no Rio Grande do Norte.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.