Sábado, 01 de fevereiro de 2025

Postado às 09h15 | 09 Fev 2022 | Crise na base política de Allyson faz surgir novo bloco na Câmara

Crédito da foto: Edilberto Barros / CMM Vereador Tony Fernandes articulou a criação de novo bloco dentro do governo

O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) ainda não tem votos suficientes para aprovar a reforma da previdência municipal no plenário da Câmara de Mossoró, embora a sua numerosa bancada conte com 17 dos 23 vereadores que formam o Legislativo. A base de sustentação política do chefe do Executivo está em crise que coloca sob risco a aprovação de matérias de interesse do Palácio da Resistência – sede da Prefeitura.

A crise política mostrou a cara nesta terça-feira, 8, quando o vereador Tony Fernandes (Solidariedade) anunciou a criação de um bloco com outros cinco vereadores governistas: Carmem Júlia (MDB), Omar Nogueira (Patriota), Isaac da Casca (de saída do DC), Lamarque Oliveira (PSC) e Paulo Igo (Solidariedade). Eles não se declararam dissidentes, mas deixaram claro que não estão satisfeitos com o tratamento que vêm recebendo do prefeito, ao denominar o bloco de “Diálogo e Respeito”.

A priori, Fernandes, que é o articulador do grupo, disse que o objetivo do bloco é debater junto aos servidores e entidades interessadas a reforma da previdência do município e buscar alternativas para amenizar os impactos das mudanças na vida dos trabalhadores. “Vamos buscar mecanismos para amenizar a reforma. Pedimos apoio a todos os vereadores para que possamos trabalhar em conjunto em prol do bem dos trabalhadores do município”, disse, em pronunciamento na tribuna da Câmara.

Só que, como os seis vereadores fazem parte da bancada governista, não havia necessidade de criação de um bloco para discutir um projeto que é de origem do próprio governo. Dessa forma, fica claro que a dissidência é uma forma de pressionar o prefeito Allyson a abrir diálogo com o grupo de vereadores que se sentem desvalorizados. Sem diálogo, o bloco não garante votos para aprovação da reforma da previdência e de outras matérias de interesse do Executivo.

Chama a atenção que o novo bloco acomoda dois pré-candidatos a deputado estadual: Isaac da Casca e o próprio Tony Fernandes. Eles não têm o apoio de Allyson Bezerra, que colocou toda a estrutura do município a favor do ex-vereador Soldado Jadson (Solidariedade), anunciado pelo prefeito, no final de 2021, como pré-candidato à Assembleia Legislativa. Tony reagiu e chegou a anunciar que deixaria o Solidariedade, mas não cumpriu a ameaça. Isaac, por sua vez, decidiu construir seu projeto eleitoral longe do prefeito, ficando à vontade para tomar decisões de acordo com as suas convicções, como tem dito aos mais próximos.

Equilíbrio

O novo bloco, embora não se defina independente ou oposicionista, tende a equilibrar as forças no plenário da Câmara Municipal, colocando em dúvida a supremacia da bancada governista. Se somado aos blocos de oposição e de independentes, somam 13 vereadores, maioria na Casa capaz de ditar o que deve ser aprovado ou não.

A bancada governista mantém 11 fiéis, sob a liderança do presidente da Câmara, Lawrence Amorim (Solidariedade). Essa é a primeira vez, desde o início de sua gestão, que o prefeito Allyson Bezerra enfrenta dificuldades na sua base de sustentação política.

 

COMPOSIÇÃO NO PLENÁRIO DA CÂMARA DE MOSSORÓ

Bancada governista – 10 vereadores:

Lawrence Amorim (Solidariedade)

Marckuty da Maísa (Solidariedade)

Genilson Alves (Pros)

Ricardo de Dodoca (Progressistas)

Naldo Feitosa (PSC)

Lucas das Malhas (MDB)

Costinha (MDB)

Wiginis do Gás (Podemos)

Raério Cabeção (PSD)

Edson Carlos (Cidadania)

 

Bloco governista Dialogo e Respeito – 6 vereadores

Tony Fernandes (Solidariedade)

Paulo Igo (Solidariedade)

Carmem Júlia (MDB)

Isaac da Casca (de saída do DC)

Omar Nogueira (Patriotas)

Lamarque Oliveira (PSC)

 

Oposição – 4 vereadores

Francisco Carlos (Progressistas)

Zé Peixeiro (Progressistas)

Marleide Cunha (PT)

Larissa Rosado (PSDB)

 

Independentes – 3 vereadores

Pablo Aires (PSB)

Didi de Arnor (Republicanos)

Gideon Ismaias (Cidadania)

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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