Geraldo Melo na redação do Jornal de Fato em 2018
O Rio Grande do Norte está de luto com a morte do ex-governador e ex-senador Geraldo Melo. Ele perdeu a luta contra um câncer aos 86 anos. Seu coração parou de bater na madrugada deste domingo, 6.
Geraldo construiu parte da vida pública em Ceará-Mirim e teve atuação de destaque na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) durante a administração do ex-governador Aluísio Alves entre 1961 e 1966.
Geraldo Melo foi, seguramente, o último político potiguar que conquistou o coração do eleitor, sendo a sua campanha de 1986, quando se elegeu governador, uma das mais empolgante da história das eleições do RN, deixando eternizado o jingle “Novos ventos, novos tempos”.
Geraldo Melo em janeiro de 1987 quando chegava para assumir o cargo de governador do RN
O “Tamborete”, como ficou conhecido naquela campanha memorável, começou a construir carreira política vitoriosa na década de 70. Ele foi vice-governador na gestão do governador Lavoisier Maia (1979/1983), foi eleito governador em campanha memorável de 1986 e governou entre 1987/1990. Depois, em 1994, elegeu-se senador da República, tendo sido vice-presidente do Senado entre 1995 e 1997.
Geraldo Melo com Aluísio Alves, Agnelo Alves e o ex-prefeito de Mossoró Dix-huit Rosado na década de 70
Em 2002, encerrou o seu mandato sem ter conseguido renová-lo. Naquelas eleições, ficou em terceiro lugar, atrás dos eleitos Garibaldi Filho (MDB) e José Agripino (DEM).
Em 2006, Geraldo tentou mais uma vez voltar ao Senado e viu a prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini, ser eleita a primeira mulher senadora do RN. Ele terminou a disputa em terceiro lugar, atrás do então senador Fernando Bezerra, que era candidato à reeleição.
12 anos depois, em 2018, Geraldo Melo colocou o nome à disposição do eleitor outra vez. Foi candidato a senador pelo PSDB e terminou em terceiro lugar com 382.249 votos (13,14%), ficando atrás dos senadores eleitores Styveson Valentim (745.827 votos – 25,63%) e Zenaide Maia (660.315 – 22,69%).
Geraldo Melo entre Larissa Rosado e Ezequiel Ferreira na convenção do PSDB que homologou a sua candidatura ao Senado em 2018
Em 2021, aos 85 anos, o ex-governador foi eleito para a cadeira número 32 da Academia Norte-riograndense de Letras (ANL), que anteriormente era ocupada pelo jornalista João Batista Machado. Ele recebeu a honraria após lançar sua primeira obra de ficção 'Luzes e sombras do Casarão', produzida durante o isolamento da covid-19 em 2020. Um romance acerca dos costumes e histórias da cidade em que nasceu e se criou, Campo Grande.
Geraldo José da Câmara Ferreira de Melo, nascido em 12 de julho de 1935, era casado com Ednólia Melo, ex-prefeita de Ceará-Mirim.
O velório está sendo realizado no Cemitério Morada da Paz, às 10h e o sepultamento às 16h.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.
