Danuza Leão morreu na noite desta quarta-feira (22), na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Tinha 88 anos.
Jornalista, escritora, ex-modelo. Irmã da cantora Nara Leão, casada com o jornalista Samuel Weiner, depois com o compositor e cronista Antônio Maria e com o jornalista Renato Machado.
Danuza Leão foi um dos grandes nomes que passaram pela Feira do Livro de Mossoró. Na segunda edição, em 2006, convidada pelo jornalista e organizador da feira, Rilder Medeiros, ela lançou “Quase Tudo”, seu livro de memórias.
Sobre Danuza na Feira do Livro de Mossoró, Rilder escreveu em suas redes sociais:
"Era 2006 e eu estava no portão de desembarque do aeroporto de Parnamirim quando a vi pela primeira vez. Ela apareceu usando jeans, uma camiseta, boné na cabeça e óculos escuros. Sua bagagem era apenas uma maleta que trazia na mão. Não precisa me chamar de senhora, apenas Danuza.
Assim foi meu primeiro encontro com Danuza Leão. Ela tinha 72 anos na época e era a convidada ilustre na segunda edição da Feira do Livro de Mossoró. Em Natal, jantou no Camarões. Foi reconhecida no restaurante e acabou desfrutando de uma espécie de menu-degustação oferecido pela casa.
No dia seguinte Danuza foi levada de carro para Mossoró onde se apresentaria à noite para um bate-papo com o público do evento. Curiosa, queria saber tudo da cidade. Subiu ao palco à noite. Fazia calor em Mossoró. Colocamos um ventilador e ela pediu que tirasse por causa do cabelo.
Osni foi um dos que fizeram perguntas. Quais as lembranças das grandes noites do high society? Nada. Não ficou nada. Era tudo superficial demais, respondeu ela.
A professora Niná Rebouças nos levou para comer sushi com amigos depois do evento. Fomos dormir no Thermas. Ela sempre perguntando. Eram sete da manhã quando me vi acordando Danuza. Liguei para o seu quarto e ela pediu apenas alguns minutos.
Tomamos café e entramos no carro de volta para Natal. Foram pouco mais de três horas de conversa. Eu havia acabado de ler “Quase tudo”, seu livro de memórias. Trocávamos perguntas e respostas. Ela me perguntava sobre a geografia e a história de onde passávamos. Eu perguntava sobre o livro e seus personagens.
Perguntei sobre um episódio relatado no livro de um breve encontro que ela, já senhora, tinha tido com um senhor no hotel onde estava hospedada em Paris. Quem disse que ele era um senhor?!
Paramos em Riachuelo. Ela comprou queijo e castanha vendidos na estrada.
Adeus, Danuza!"
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.