Quarta-Feira, 01 de janeiro de 2025

Postado às 13h45 | 06 Jul 2022 | Caso do aditivo suspeito: fala de secretários não se sustenta; veja documentos

Crédito da foto: Edilberto Barros / CMM Presidente Lawrence Amorim com os secretários Kadson Eduardo e Rodrigo Lima

Os secretários Rodrigo Lima (Infraestrutura, Meio Ambiente, Urbanismo e Serviços Urbanos/Seimurb) e Kadson Eduardo (Administração) chegaram de surpresa na Câmara Municipal de Mossoró, nesta quarta-feira, 6, com a justificativa de apresentar detalhes de obra da gestão Allyson Bezerra (Solidariedade) que está sob suspeita.

Foi a estratégia encontrada pelo Palácio da Resistência para suspender a convocação do secretário Rodrigo Lima, feita pela Comissão de Planejamento, Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, Obras e Serviços Públicos, para ele explicar sobre o aditivo de quase meio milhão de reais para a reforma do Memorial da Resistência, após a obra pronta.

A oposição permaneceu no plenário, mas não fez questionamento, justificando que as perguntas a Rodrigo Lima serão feitas na presença dele nesta quinta-feira, às 10h, conforme a convocação oficial.

Para o vereador Francisco Carlos (Avante), líder da bancada de oposição, a estratégia do prefeito Allyson "parece uma confissão culpa" porque "se tudo está correto, não precisaria evitar os esclarecimentos".

O secretário Kadson Eduardo informou que a reforma do Memorial da Resistência foi ordenada oficialmente em 14 de setembro de 2020, a sessão para habilitação das empresas (processo licitatório) ocorreu em 9 de dezembro do mesmo ano, com base na Tomada de Preços nº 11/2020 – atos administrativos da gestão anterior.

No entanto, o secretário não esclareceu que coube a gestão do prefeito Allyson concluir todo o processo licitatório, inclusive, desabilitando a empresa WSC (veja abaixo cópia do resultado do julgamento assinado prefeito Allyson em 25 de maio de 2021) para beneficiar a J.Z.R Construções (empresa registrada em nome de dois cunhados do presidente da Câmara, Lawrence Amorim) que ganhou a licitação.

Cópia do resultado do julgamento da desabilitação da empresa WSC em 25 de maio de 2021

Outro ponto que mostra a responsabilidade da atual gestão no processo licitatório é a data do contrato da obra do Memorial, assinada pelo prefeito Allyson Bezerra em 30 de junho de 2021. (veja cópia abaixo)

Cópia do extrato do contrato da obra com data de 30 de junho de 2021

Para justificar o aditivo de quase meio milhão de reais, assinado por Allyson após a obra pronta, Kadson disse que a Prefeitura liberou as áreas externas do Memorial da Resistência, Teatro Municipal Dix-huit Rosado e Estação das Artes Elizeu Ventania para facilitar o fluxo de pessoas no Pingo da Mei Dia e demais atividades do Mossoró Cidade Junina. Essas obras, segundo ele, já foram retomadas após o MCJ. Ou seja, o secretário diz que o prefeito inaugurou uma obra que não estava concluída.

Na verdade, o aditivo foi assinado no dia 1º de junho de 2022 (veja cópia abaixo) e o prefeito inaugurou a obra no dia seguinte, 2 de junho de 2022, conforme está registrado no site oficial da Prefeitura de Mossoró (VEJA AQUI).

Cópia do aditivo de quase meio milhão de reais assinado no dia 1o de junho de 2022

Já o secretário Rodrigo Lima disse que os aditivos se justificam pela necessidade de ajustes aos projetos originais, para acréscimos de serviços em razão de incompletudes e correção de falhas, porém, não apresentou documentos que foram solicitados há quase duas semanas por vereadores da oposição.

A estratégia do Palácio da Resistência não fará a oposição recuar. O presidente da Comissão de Planejamento, Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo, Obras e Serviços Públicos, vereador Isaac da Casca (MDB), confirma que a convocação de Rodrigo Lima esta mantida para esta quinta-feira, 7, e espera que o secretário compareça para explicar, com documentos, o aditivo suspeito do Memorial da Resistência.

ACOMPANHE OS BASTIDORES DA POLÍTICA E DO PODER NO BLOG DO CÉSAR SANTOS

 

 

Tags:

Mossoró
Memoral da Resistência
aditivo
Câmara Municipal de Mossoró

voltar

AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

COTAÇÃO