O ex-ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), foi eleito senador da República pelo estado do Rio Grande do Norte nas eleições deste domingo. Ele fortalecerá a bancada do Partido Liberal a partir de 2023, seguindo a orientação política do presidente Jair Bolsonaro (PL), que vai enfrentar o ex-presidente Lula (PT) no segundo turno das eleições.
Marinho obteve mais de 700 mil votos para superar o seu principal concorrente, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo (PDT), que fez parte da chapa majoritária da governadora Fátima Bezerra. Carlos recebeu pouco mais de 560 mil votos. Outro nome bem votado para o Senado foi o do deputado federal Rafael Motta (PSB), com mais de 380 mil votos, ficando na terceira colocação.
Com apoio da base bolsonarista, Rogério Marinho enfrentou a esquerda dividida no estado, isso porque Carlos Eduardo e Rafael Motta fizeram campanha no mesmo espaço, ambos defendendo o voto no ex-presidente Lula (PT). Partidários chegaram a afirmar, antes mesmo da campanha começar, que duas candidaturas de esquerda acabariam beneficiando Rogério, o que acabou acontecendo.
O nome natural do PT seria o do atual senador Jean Paul Prates, mas ele aceitou sair da disputa para beneficiar o projeto de reeleição da governadora Fátima (veja matéria na página 3). Jean acabou sendo o primeiro suplente de Carlos Eduardo. O discurso de que era preciso a união de todos para derrotar o bolsonarismo no estado acabou fracassando.
Neste ano, o eleitor escolheu um candidato ao Senado. O mandato de Rogério terá início em 2023 e se estende até 2030.
Atuação no governo Bolsonaro foi decisiva para Rogério
Assim que foi confirmada a sua vitória nas urnas, Rogério Marinho concedeu entrevista aos veículos de imprensa quando falou da importância do resultado eleitoral: "Nós temos a dimensão dessa missão que nós vamos empenhar. Eu asseguro que meu compromisso é trabalhar muito, é ser alguém que vai honrar e dignificar o voto dos potiguares", disse.
Na opinião de Rogério, a escolha feita pelo eleitor potiguar tem um processo de reconhecimento. “Nós estivemos prestando contas das nossas ações. Não fizemos uma campanha de tentar desqualificar os adversários. Nós percorremos o estado dizendo o que fizemos, a forma como nós nos comportamos como deputado e ministro do Estado. Depois, tivemos o apoio de líderes políticos importantes, como é o caso do prefeito de Natal (Álvaro Dias). Nós empatamos em Natal, vencemos em Mossoró e Parnamirim.”
Rogério Simonetti Marinho tem 58 anos, é economista e professor. Foi ministro do Desenvolvimento Regional entre 2020 e 2022. Entre 2019 e 2020, também atuou como secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Foi deputado federal pelo Rio Grande do Norte durante três mandatos. Neste período, criou o Instituto Metrópole Digital, incluindo Natal no mapa da tecnologia da informação. Na Câmara dos Deputados, foi presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviços e Empreendedorismo (CSE), uma das maiores do Congresso Nacional.
Em 2013, como Secretário do Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, criou o Pró-Sertão, Programa de Industrialização do Interior.
Também foi vereador e presidente da Câmara Municipal de Natal, quando fundou a Federação das Câmaras Municipais do Estado (Fecam).
Resultado final para o Senado no RN
- Rogério Marinho (PL) - 708.305 votos (41,85% dos votos válidos)
- Carlos Eduardo (PDT) - 565.235 (33,40%)
- Rafael Motta (PSB) - 385.275 (22,76%)
- Geraldo Pinho (Podemos) - 10.000 (0,59%)
- Freitas Jr (PSOL) - 6.661 (0,39%)
- Shirlei Medeiros (DC) - 5.766 (0,34%)
- Pastor Silvestre (PMN) - 4.024 (0,24%)
- Marcos do MLB (Unidade Popular) - 3.535 (0,21%)
- Dário Barbosa (PSTU) - 3.072 (0,18%)
- Marcelo Guerreiro (PRTB) - 590 (0,04%)
- Total: 2.086.722
- Válidos: 1.692.509 (81,11%)
- Brancos: 154.485 (7,40%)
- Nulos: 239.728 (11,49%)
- Abstenções: 463.569 (18,18%)
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.