Ezequiel Ferreira entre Walter Alves e Fátima Bezerra
MDB, PSDB, Cidadania e Podemos abrem diálogo para formação de um só partido. A ideia é construir uma estrutura partidária para ser protagonista no Congresso Nacional. Se o processo consolidar, o novo partido nasceria com 21 senadores e 72 deputados federais, levando em conta os parlamentares que renovaram mandato e os novatos que foram eleitos em 2 de outubro.
As quatro siglas saíram menores individualmente nas urnas de 2022. O PSDB, por exemplo, deixará de governar São Paulo em 2023 depois de quase três décadas controlando o maior estado do país. O PSDB comanda São Paulo desde 1995, quando Mário Covas tomou posse como governador em 1º de janeiro daquele ano. De lá para cá, se passaram quase 28 anos, com seis diferentes governadores no estado, em oito mandatos consecutivos.
O MDB também saiu fragilizado. Na disputa presidencial, o partido obteve apenas 4,16% dos votos válidos, embora a candidata Simone Tebet tenha saído fortalecida individualmente, com apoio dado ao presidente eleito Lula (PT) no segundo turno.
Diante do cenário oferecido pelas urnas, MDB e PSDB precisam da fusão em só partido para manter o protagonismo na política nacional. Inclusive, os dois partidos já flertam para a possibilidade de apoio ao novo governo Lula, o que se consolidaria com a criação da nova sigla.
A discussão em Brasília repercute no Rio Grande do Norte. Os líderes do PSDB e do MDB aprovam a possível fusão. O presidente estadual do PSDB, deputado Ezequiel Ferreira de Souza, se manifestou positivamente, assim como o presidente do MDB, deputado federal e vice-governador eleito Walter Alves.
Ezequiel e Walter firmaram aliança nas eleições deste ano e chegaram, inclusive, a admitir uma chapa para disputar o governo com o tucano na cabeça e o emedebista como vice. Eles, porém, decidiram juntos o apoio à reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT), com Walter compondo chapa como vice.
A fusão de PSDB e MDB, somados ao Cidadania e Podemos, o novo partido terá força considerável para as próximas eleições municipais em 2024. Tucanos e emedebistas foram os que mais elegeram prefeitos, vice-prefeitos e vereadores no RN em 2020. Os dois partidos juntos controlam 70 dos 167 municípios potiguares. O MDB elegeu 39 prefeitos e o PSDB 31, contando com a capital do estado.
Além de Natal, o PSDB também elegeu os prefeitos de cidades como Areia Branca, na região da Costa Branca; Caicó, no Seridó; Santa Cruz, no Trairi e Nísia Floresta e Bom Jesus, na região metropolitana. O MDB controla prefeituras importantes como Patu e Apodi, na região Oeste, São José de Mipibu, na Grande Natal, e Nova Cruz, no Agreste.
“Somos favoráveis a esta união, que caminha nacionalmente para as eleições 2024 e as futuras”, adianta Ezequiel Ferreira. “Temos um bom diálogo com Walter Alves, nosso vice-governador e estamos na torcida”, frisa.
Walter Alves revela que já disse ao presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, que o partido no Rio Grande do Norte é favorável à federação com o PSDB e outras siglas. “Vamos fazer um grande trabalho de fortalecimento no Estado. O deputado Ezequiel já foi do MDB e tenho uma amizade e sintonia política”, lembra Walter.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.