BOM SENSO
A maioria decidiu que não é momento para greve na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Em assembleia da Aduern, nesta terça-feira, 6, o indicativo de greve foi rejeitado pelo placar elástico de 169 votos a 60. Prevaleceu o bom senso, com três pontos justificáveis:
1 – A autonomia financeira da instituição é recente, está completando o primeiro ano, o que sugere que a Reitoria não pode resolver de uma só vez as demandas salariais que cruzou uma década;
2 – Os estudantes não podem pagar essa conta, principalmente agora que eles estão bastante prejudicados pelas consequências da pandemia da Covid-19;
3 – Uma greve agora não teria força política dentro da Uern, já que estudantes se manifestaram contra o movimento e firmaram apoio à Reitoria. Os técnicos administrativos também não comprariam o movimento dos docentes, embora também acumulem perdas salariais.
A luta dos professores e professoras é legítima. A última recomposição salarial foi dada pela gestão da ex-governadora Rosalba Ciarlini, em 2012. Os salários estão defasados. A categoria pede recomposição salarial de 80%, de forma escalonada, a partir de 2023 até 2025.
É justo. Agora, a instituição não tem condições de pagar. Deve-se levar em conta que a Reitoria da Uern administra o primeiro exercício financeiro pós-autonomia, está se adaptando ao novo processo, e isso leva tempo. Ademais, o orçamento atualmente em execução e o previsto para 2023, conforme proposta apreciada pela Assembleia Legislativa, não têm cobertura para o tamanho da reivindicação dos docentes.
A Reitoria, em contrapartida, ofereceu a seguinte proposta:
- Implantação, em 2023, da tabela do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCR) docente com aumento salarial de 5% no salário base, para todas as classes e todos os níveis;
- Implantação, em 2024, da tabela 3, com elevação da titulação: 10% para a Classe I; 26% para a Classe II e 55% para a Classe III;
- Antecipação da tabela 4, de 2025 para 2024, com aumento de 10% no salário base e reflexo nas titulações;
- Assinatura de uma Carta Compromisso perante as categorias docentes e técnico administrativa para, a partir de 2025, construir uma campanha salarial, discutindo a reposição de perdas, dentro das condições garantidas pela autonomia financeira.
É uma proposta razoável. Não resolve a defasagem de uma década, mas repara danos. Os docentes devem levar em conta. Aliás, a tão sonhada autonomia financeira, instrumento de luta de todos os segmentos da instituição, deve ser consolidada com a participação de todos. Docentes e técnicos não podem olhar para a Reitoria como uma “adversária”. Devem ser parceiros, assim como foram na luta pela autonomia plena.
A reitora Cicília Maia entende que a situação salarial dos docentes é delicada e reconhece que a categoria não recebe reajuste há 10 anos. Mas, pondera que é importante, nesse momento, a união de todos para consolidar a autonomia plena da Uern.
Que o entendimento seja o melhor da Uern.
FRASE
“O que a Aduern pede ainda está fora da realidade da instituição”
CICÍLIA MAIA – Reitora da Uern
COTADA
A deputada reeleita Isolda Dantas (PT) está na lista dos secretariáveis do novo governo Fátima Bezerra (PT). A sua convocação, se acontecer, abrirá vaga para o deputado não reeleito Vivaldo Costa (PV) continuar na Assembleia Legislativa. Isolda pode ir para a Secretaria do Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, que ela já controla, e que tem como titular o professor Alexandre Lima.
PREFEITÁVEL
Uma secretaria que atua próximo das camadas mais necessitadas é uma boa para Isolda Dantas. As ações podem potencializar o seu nome para as eleições 2024. Ela disputará a Prefeitura de Mossoró, bem mais preparada que em 2020, quando terminou em terceiro lugar com pouco mais de 5% dos votos. Nas eleições 2022, Isolda teve a sexta maior votação para a ALRN com 57.046 votos.
NOVAS ELEIÇÕES
O município de Ipanguaçu vai ter eleição suplementar para prefeito e vice-prefeito. O TRE-RN marcou o pleito para o dia 5 de março. Os eleitos em 2020, Valderedo Bertolo (PL) e Carmelita Lopes (PSB) foram cassados por compra de votos. A Prefeitura vem sendo comandada pelo presidente da Câmara, Jefferson Santos (PL).
EXPECTATIVA
Assú, vizinha de Ipanguaçu, também poderá ter eleições suplementares. O prefeito Gustavo Soares foi cassado em primeira instância por compra de votos. Se o TRE-RN confirmar a decisão, as eleições suplementares serão marcadas para o início de 2023.
SEM SURPRESA
A PEC da Transição passou rápido pela CCJ do Senado e será aprovada em plenário nesta quarta-feira, 7. A proposta estoura os gastos em R$ 145 bilhões para garantir o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, que voltará ser chamado de Bolsa Família a partir de 2023.
CAUTELOSO
O senador eleito Rogério Marinho optou pelo silêncio para não atrapalhar o processo de construção de uma provável candidatura à presidência do Senado Federal. Ele espera a decisão do PL, que pode sair hoje. Marinho tem o apoio de Bolsonaro e da maioria dos liberais.
É NOTÍCIA
1 - O padre Leandro Magalhães é o pregador da novena de Santa Luzia nesta quarta-feira, 7, que traz o tema: "Eles partiram e foram pelos povoados". A novena começa às 19h30, no adro da Catedral.
2 - O Laboratório Central Dr. Almino Fernandes (Lacen/RN) identificou a presença da BE.9 no estado, nova variante da Covid-19. Trata-se de uma evolução da sublinhagem BA.5.3.1, ou seja, uma Ômicron da linhagem BA.5. Foi encontrada inicialmente no Amazonas.
3 - Marcada para o dia 19 deste mês a posse do conselheiro Gilberto Jales na presidência do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN). Ele presidirá a Corte pela segunda vez no biênio 2023/2024.
4 -O litro da gasolina fica 6,1% mais barato a partir desta quarta-feira, 7, conforme anúncio feito pela Petrobras. O preço médio de venda do litro passará de R$ 4,89 para R$ 4,49 nas distribuidoras. Já o diesel terá preço reduzido em 8,2%.
5 - A Cidade do Sol vai colocar ônibus extras no Dia de Santa Luzia, 13, para levar os fiéis à procissão da padroeira dos mossoroenses. A tarifa também terá preço especial. Neste ano, a procissão sairá da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, no Abolição II.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.