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Postado às 09h15 | 30 Dez 2022 | Jean Paul assumirá a Petrobras com missão de conter preços dos combustíveis

Crédito da foto: Reprodução Presidente eleito Lula com o senador Jean Paul Prates

A três dias de assumir a Presidência da República pela terceira vez, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completou o time de ministros que ajudará a governar o Brasil a partir de domingo, 1º de janeiro de 2023. O novo governo terá 37 ministérios, 14 a mais em relação as 23 pastas atuais. A formação contempla partidos que apoiaram a eleição de Lula e siglas que tinham outros candidatos, mas que vão fazer parte da base política no Congresso Nacional.

Lula também anunciou que o deputado José Guimarães (PT) será líder do governo na Câmara dos Deputados, o senador Jaques Wagner (PT) será líder do governo no Senado e o senador Randolfe Rodrigues (Rede) será líder do governo no Congresso.

Já o senador Jean Paul Prates (PT-RN) está com passe certo na presidência da Petrobras. É uma convocação definida, depois de Lula ter superado alguns entraves.

A ida de Jean Paul para o futuro governo foi selada antes mesmo das eleições deste ano, quando ele abriu mão de tentar reeleição para viabilizar a candidatura ao Senado do ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT), para fortalecer o projeto de reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT). Paul atendeu ao pedido de Lula, que articulou a aliança do PT com MDB e PDT, partidos comandados pela tradicional família Alves no Rio Grande do Norte.

Paul Prates tem longa atuação no setor de óleo e gás. Ele foi relator, no Senado, de projetos importantes, como o que levou à redução dos preços de combustíveis – a lei complementar da monofasia do ICMS. O senador reforça a promessa de Lula para os combustíveis, que é acabar com a política de paridade internacional de preços, criada pelo governo Michel Temer em 2016.

A ideia do futuro presidente da Petrobras é retomar os investimentos, com mais atenção à transição energética, o que, para o mercado de ações, pode reduzir os pagamentos vultosos de dividendos feitos este ano, que ajudaram nas contas da União.

Paul propõe criar referências regionais que possam levar em conta a formação de preços nacionais e importados. Segundo ele, não se trataria de tabelamento de preços dos combustíveis, no entanto, a proposta precisa ser detalhada.

Jean Paul Prates foi consultor na área de petróleo e gás e secretário de Energia do Rio Grande do Norte, quando atuou para a instalação e expansão da energia eólica e solar no estado. Em 2014, ele foi o primeiro suplente da senadora eleita Fátima Bezerra e, em 2018, com a vitória da petista para o Governo do RN, assumiu o mandato de senador da República.

 

Lula: “Depois de muita tensão, montamos o primeiro escalão do governo”

 

“Depois de um trabalho intenso, depois de muita tensão, depois de muita conversa e muito ajuste, terminamos de montar primeiro escalão do governo”, afirmou Lula logo ao subir ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona a transição, para anunciar os nomes nesta quinta-feira, 29.

Entre os nomes anunciados estão o da senadora Simone Tebet (MDB) para o Planejamento, Marina Silva (Rede) que voltará à chefia do Meio Ambiente após 14 anos — a ambientalista ocupou o mesmo ministério durante os dois governos do petista, entre 2003 e 2008 — e o de Sonia Guajajara (PSOL-SP), que será a ministra dos Povos Indígenas.

Na montagem do futuro ministério, Lula deixou sob a influência do PT postos-chave da administração como Fazenda, Casa Civil, Educação e Desenvolvimento Social, mas barganhou áreas importantes para atrair apoio de MDB, União Brasil e PSD, que representam 28% das cadeiras da Câmara e 38% do Senado. Entregou pastas de relevância a futuros aliados como Cidades, que ficará com Jader Filho (MDB-PA) e Transportes, com o senador eleito Renan Filho (MDB-AL).

O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) assumirá Agricultura e o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), Minas e Energia. Diante da insatisfação de deputados do PSD pela escolha de dois senadores, Lula decidiu ampliar o espaço da legenda e entregou à legenda de Gilberto Kassab um terceiro ministério, a Pesca, que ficará com o deputado federal André de Paula (PSD-PE).

Já o cobiçado Ministério de Integração Nacional ficará com o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), um indicado do senador Davi Alcolumbre (União Brasil), numa vaga que estava reservada para o União. O presidente da legenda, Luciano Bivar, porém, disse não se tratar de uma escolha da sigla, que indicou os deputados Daniela do Waguinho (RJ), no Turismo, e Juscelino Filho (MA), nas Comunicações.

Ao entregar Comunicações ao União Brasil, Lula precisou deslocar o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), para quem já havia sido prometida a pasta. A saída foi oferecer ao deputado petista o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que dias antes havia sido ofertada ao líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG). Reginaldo era dado como certo no Desenvolvimento Agrário até a tarde de quarta-feira, mas acabou rifado em meio ao novo arranjo político para acomodar o PSD e União Brasil, que ficarão com três ministérios cada.

O PSD na Câmara, que terá 42 parlamentares em 2023, também demonstrou insatisfação com o espaço recebido e tratou a oferta da Pesca como "troféu de consolação" após o veto ao nome do deputado Pedro Paulo (RJ), que era cotado para assumir o Turismo. O parlamentar teve o nome rejeitado por pessoas próximas a Lula por uma acusação de agressão contra sua ex-mulher. Na época, ele negou ter agido com violência e o inquérito que apurou o caso foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal em 2016.

 

Veja os ministros do governo Lula

- Marina Silva (Meio Ambiente)

- Sonia Guajajara (Povos Originários)

- Juscelino Filho (Comunicações)

- Jader Filho (Cidades)

- Simone Tebet (Planejamento)

- Carlos Lupi (Previdência)

- Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário)

- Renan Filho (Transportes)

- Alexandre Silveira - Minas e Energia

- Carlos Fávaro – Agricultura

- Paulo Pimenta - secretaria de Comunicação

- Daniela do Waguinho – Turismo

- Waldez Góes - Integração Nacional

- André de Paula – Pesca

- General Gonçalves Dias - Gabinete de Segurança Institucional (GSI)

- Ana Moser – Esporte

- Jean Paul Prates – Petrobras

- Fernando Haddad (PT) - Ministério da Fazenda

- Rui Costa (PT) - Casa Civil

- Flávio Dino (PSB) - Justiça e Segurança Pública

- José Múcio Monteiro – Defesa

- Mauro Vieira (diplomata de carreira) - Relações Exteriores

- Margareth Menezes – Cultura

- Alexandre Padilha - Relações Institucionais

- Anielle Franco - Igualdade Racial

- Camilo Santana – Educação

- Cida Gonçalves – Mulheres

- Esther Dweck – Gestão

- Geraldo Alckmin - Indústria e Comércio

- Jorge Messias – AGU

- Luciana Santos - Ciência e Tecnologia

- Luiz Marinho – Trabalho

- Nisia Trindade – Saúde

- Márcio França - Portos e Aeroportos

- Márcio Macêdo - Secretaria Geral

- Silvio Almeida - Direitos Humanos

- Vinícius Marques - CGU

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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