O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) marcou agenda de quatro dias em Brasília, na próxima semana, exatamente no período de abertura do ano legislativo, o que sugere que ele não pretende ir à Câmara Municipal de Mossoró para fazer a leitura da mensagem anual.
De acordo com a agenda organizada pelo Palácio da Resistência, Allyson estará na capital federal entre segunda-feira, 6, e sexta-feira, 10. A abertura do ano legislativo foi confirmada pelo presidente da Câmara, Lawrence Amorim (Solidariedade), para terça-feira, 7.
Dessa forma, se não houver mudança no retorno das atividades da Câmara Municipal, o prefeito deverá mandar um auxiliar para fazer leitura da mensagem.
A oposição entende que não há coincidência entre a viagem do prefeito com a data da abertura do ano legislativo. A versão é que Allyson criou uma agenda para “fugir” dos protestos dos professores e demais servidores públicos municipais, que está sendo organizado para o dia da leitura da mensagem anual.
Os professores tentam uma audiência com o prefeito desde dezembro do ano passado. Eles querem, pelo menos, a garantia da implantação do novo piso salarial do magistério, com reajuste de 14,95%.
As demais categorias protocolaram pedido de audiência no dia 18 de janeiro. Até agora, nenhuma resposta foi dada pelo Gabinete Civil. Os servidores querem, entre outras pautas, uma recomposição salarial de 35%.
A “fuga” de Allyson, desconfiada pela oposição, faz sentido, uma vez que é questionável uma agenda em Brasília nesse momento em que o novo governo federal ainda está ocupando a estrutura pública. Os novos ministros não conseguiram sequer arrumar as gavetas, diante da crise política agravada com os atos antidemocráticos de janeiro.
Ademais, Allyson Bezerra é visto como um bolsonarista por ter apoiado a candidatura vitoriosa do senador Rogério Marinho (PL), além de ser opositor ao governo do PT no Rio Grande do Norte. Logo, nesse primeiro momento, não teria acesso fácil aos ministérios do governo Lula, embora o seu partido Solidariedade, liderado por Paulinho da Força, faça parte do governo federal.
Custo
A viagem de Allyson à Brasília vai custar caro ao bolso do contribuinte. Conforme está publicado no Diário Oficial do Município (DOM), com autorização de pagamento de diárias, o prefeito levará junto os secretários Kadson Eduardo (Planejamento) e Almir Mariano (Projetos Estratégicos) e o assessor especial de Gabinete, Bruno Martins.
Só com diárias o contribuinte vai pagar R$ 13.500. A despesa será muito maior com os custos de passagens aéreas e hospedagens na capital federal.
Veja os valores das diárias autorizadas
- Allyson Bezerra – R$ 4.050,00
- Kadson Eduardo - R$ 3.375,00
- Almir Mariano - R$ 3.375,00
- Bruno Martins – R$ 2.700,00
Tags:
César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.