Aldemir Freire é o secretário do Planejamento e Finanças do RN
A versão do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) de que o Governo do Estado tem uma dívida acumulada de R$ 125,2 milhões com o município de Mossoró carece de comprovação, segundo o secretário estadual de Planejamento e Finanças, Aldemir Freire. Nos últimos dias, o prefeito de Mossoró ocupa espaços na mídia convencional e nas redes sociais para cobrar a governadora Fátima Bezerra (PT). Para Aldemir, a cobrança não se sustenta.
Na conta do prefeito, o Estado deve R$ 69,7 milhões em dívidas em repasses não realizados de IPVA e ICMS e R$ 55,4 milhões referentes a serviços hospitalares. Na leitura da mensagem anual, terça-feira, 14, ele chegou a acusar a governadora de “penalizar Mossoró”.
Para Aldemir, a versão do prefeito “carece de lastro”. Em entrevista ao jornalista Bruno Barreto, ele disse que a cobrança feita por Allyson não se sustenta: “É a mesma coisa que você anotar um número em um pedaço de papel e vir me apresentar a cobrança.” O titular do Planejamento afirma que os números apresentados pelo prefeito precisam ser apurados rigorosamente, para se chegar ao valor exato.
“São dívidas antigas que outras gestões deixaram. Não faremos acordos com prefeituras individualmente. Só faremos na justiça, via Federação dos Municípios (FEMURN), depois de verificar todos os números e fechar, na justiça, um acordo de parcelamento”, afirmou na conversa com Bruno Barreto.
Segundo Aldemir Freire, o Governo do Estado iniciou um levantamento dos valores de dívidas deixadas por gestões passadas, principalmente no que diz respeito à Saúde e aos repasses do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.
Em campanha
Na opinião do auxiliar da governadora Fátima Bezerra, a cobrança – sem lastro – feita pelo prefeito Allyson Bezerra tem interesse político eleitoral. “Esse discurso já é pré-campanha. Arrumando uma vitrine para atirar pedra”, declarou na entrevista a Barreto.
Essa não foi a primeira vez que o prefeito acusa o governo de dever R$ 125,2 milhões ao município de Mossoró. Na audiência com a governadora Fátima Bezerra, no dia 6 de fevereiro, ele apresentou a cobrança. A governadora, na ocasião, transferiu o assunto para a equipe econômica. Em seguida, o prefeito explorou o tema, usando a estrutura de mídia que tem a seu favor.
Quando assumiu a Prefeitura de Mossoró, em janeiro de 2021, Allyson acusou ter recebido o município com uma dívida de quase R$ 1 bilhão, também carecendo de lastro. Ele somou contas da época da gestão do ex-prefeito Dix-huit Rosado e do antigo Bandern, que deixou de existir há décadas. A versão oficial foi massificada.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.