Os números ainda não são oficiais, mas, muito dificilmente sofrerão alteração significante. Foi o que disse o técnico Hidelbrando Reis, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), sobre a diminuição do número de habitantes de Mossoró. Ele apresentou os dados preliminares nesta segunda-feira, 3, durante a 3ª Reunião de Planejamento e Acompanhamento do Censo 2022, na Câmara Municipal.
De acordo com o levantamento, a população de Mossoró caiu de 303.792 pessoas em 2019 para 264.181 habitantes em 2022. O técnico do IBGE explicou que a divergência ocorre porque os dados foram feitos por meio de um cálculo utilizando-se os Censos de 2000 e 2010, ou seja, o número anterior, de 2019, era apenas uma estimativa calculada levando em conta os Censos anteriores. “Este novo dado é o resultado da pesquisa dos recenseadores, que fizeram visitas nas residências, entrevistaram a população, foram de casa em casa”, explicou.
A diminuição do número populacional provocará impactos em várias áreas de Mossoró, inclusive, na Câmara Municipal. Se os números preliminares forem oficializados pelo IBGE, o que ocorrerá possivelmente até o final deste mês, haverá redução do número de vereadores, caindo dos atuais 23 para 21.
Na legislatura anterior, entre os anos de 2017 e 2020, a Câmara de Mossoró era formada por 21 vereadores, mas, utilizando-se a estimativa do IBGE de 2019 que apontou a cidade com mais de 300 mil habitantes, o plenário decidiu criar mais duas cadeiras, elevando para 23.
A Constituição Federal é clara: municípios que tenham acima de 160 mil habitantes até 300 mil habitantes podem ter até 21 vereadores. E municípios com mais de 300 mil habitantes podem ter até 23 vereadores. O presidente da Casa, Lawrence Amorim (Solidariedade), já deixou claro que vai cumprir o que determina a Constituição tão logo os números do Censo sejam oficializados.
“A Constituição diz que se tiver menos de 300 mil habitantes o município pode perder as cadeiras. Se esses dados se concretizarem, após a revisão que será realizada pelo próprio IBGE, pode ser que diminua a quantidade de cadeiras”, disse, embora lembrando que os dados apresentados são ainda preliminares.
Se a Câmara não tivesse usado as estimativas para criar duas cadeiras no plenário, os vereadores Paulo Igo (Solidariedade) e Edson Carlos (Cidadania) teriam ficado de fora. Agora, com a perspectiva de voltar a ter 21 vereadores, a Câmara de Mossoró terá uma disputa ainda mais acirrada nas próximas eleições em 2024.
Vereadores eleitos em 2020
1 - Isaac da Casca (DC) - 3.113 (2,26% dos votos válidos)
2 - Carmem Júlia de Izabel (MDB)- 3.112 (2,26%)
3 - Zé Peixeiro (PP) - 3.034 (2,20%)
4 - Cabo Tony Fernandes (Solidariedade) - 2.530 (1,83%)
5 - Larissa Rosado (PSDB) - 2.516 (1,82%)
6 - Ricardo de Dodoca (PP) - 2.324 (1,68%)
7 - Professor Francisco Carlos (PP) - 2.297 (1,66%)
8 - Naldo Feitosa (PSC) - 2.132 (1,55%)
9 - Pablo Aires (PSB) - 1.857 (1,35%)
10 - Lucas das Malhas (MDB) - 1.849 (1,34%)
11 - Wiginis do Gás (Podemos) - 1.740 (1,26%)
12 - Lawrence (Solidariedade) - 1.739 (1,26%)
13 - Marckuty da Maísa (Solidariedade) -1.729 (1,25%)
14 - Marleide Cunha (PT) - 1.528 (1,11%)
15 - Didi de Arnor (Republicanos) - 1.528 (1,11%)
16 - Genilson Alves (Pros) - 1.502 (1,09%)
17 - Lamarque (PSC) - 1.501 (1,09%)
18 - Raério Araújo (PSD) - 1.301 (0,94%)
19 - Costinha (MDB) - 1.221 (0,88%)
20 - Gideon Ismaias (Cidadania) - 1.088 (0,79%)
21 - Omar Nogueira (Patriota) - 964 (0,70%)
22 - Paulo Igo (Solidariedade)- 929 (0,67%)
23 - Edson Carlos (Cidadania) - 924 (0,67%)
Técnico do IBGE afirma que cidade não “encolheu”
O técnico Hidelbrando Reis, que é responsável pelas informações geográficas e estatísticas do IBGE, afirmou que a cidade de Mossoró não encolheu, garantindo, inclusive, que houve um acréscimo em comparação ao último censo.
“Quando nós comparamos com o censo anterior, Mossoró não diminuiu, houve um acréscimo. O Censo passado deu 259 mil, agora está 264 mil, houve um acréscimo; a questão é que o acréscimo foi menor do que o esperado, quando comparado à estimativa calculada de 2019”, explicou, para ressaltar: “A estimativa é calculada todos os anos, feita através de cálculo matemático que se baseia nos dois últimos Censos”.
Sobre a situação de casas fechadas e pessoas que se recusaram a responder o Censo 2022, Hidelbrando disse que a situação não causa impacto significativo nos números colhidos, quando se leva em conta dados quantitativos, pois há como fazer uma estimativa.
“O prejuízo, no caso de pessoas que se recusaram a responder, é mais qualitativo. Por exemplo, no Censo de 2022 perguntamos sobre pessoas com autismo. Quando as famílias se recusam a responder, perdemos este número específico. Mas o impacto em relação ao número populacional não é tão grande”. Hidelbrando explicou ainda que cerca de três mil casas estavam fechadas durante visita dos recenseadores.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.