Domingo, 05 de maio de 2024

Postado às 08h15 | 14 Jun 2023 | Coluna César Santos - 14 de junho de 2023

Crédito da foto: Reprodução Servidores nas galerias da Câmara Municipal de Mossoró

PELA PORTA DO FUNDO

O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) emitiu sinais que havia recuado da tentativa de retirar direitos dos servidores públicos municipais, depois da desgastante sessão extraordinária da Câmara Municipal de Mossoró, em pleno feriadão de Corpus Christi, que terminou em invasão do plenário da Casa por parte de manifestantes contrário ao famigerado Projeto de Lei Complementar - PLC 17/2023. 

Só que não.

 Na verdade, o prefeito montou estratégia para surpreender os “inimigos”. Veja:

Na segunda-feira, 12, ele mandou o consultor geral do município, Rodrigo Forte, se reunir com os representantes das diversas categorias para passar a ideia que estaria dialogando. Logo, os servidores baixariam a guarda.

Depois, determinou que o líder de sua numerosa bancada na Câmara, Genilson Alves (Pros), apresentasse requerimento de urgência para colocar a PCL em votação, nesta terça-feira, 13. As galerias estariam vazias, sem pressão dos servidores.

Estratégia sorrateira, logo, inaceitável.

Como tratar o servidor público dessa forma, no momento em que está em jogo direitos adquiridos?

Allyson Bezerra é assim. Aliás, sempre foi assim. O que ocorre agora é que a máscara está caindo.

Comentamos aqui, na edição de sábado, 10, que estava ganhando força a opinião que o prefeito não gosta dos servidores efetivos do município. A imagem, cada vez mais enraizada, é sustentada por uma série de ataques aos direitos das diversas categorias. A PLC 17 é o pano de fundo dessa relação antipática, mas, tem muitas outras coisas, com o DNA do prefeito, que afetam a vida das categorias.

Só para ilustrar: os servidores não recebem recomposição salarial há sete anos, sendo que três sob o comando de Allyson; e os professores e professoras não tiveram direito ao reajuste de 14,95% este ano, previsto na lei do piso salarial.

O que incomoda ainda mais as diversas categorias é que, por meio de sua forte estrutura midiática, o prefeito procura vender a ideia de que trata muito bem os servidores. No caso do PLC 17, Allyson discursou nas redes sociais que a proposição não tira direito e, sim, amplia os benefícios. Ele acha que a sua mídia sustenta a versão.

Esse comportamento de Allyson, que contraria a sua própria história de servidor da Ufersa, quando se dizia um lutador em defesa da causa, está cada vez mais desprezível. As pessoas não suportam esse tipo de político, que esconde a ira de perseguidor por trás da popularidade de menino bonzinho.

O fato é que, indiscutivelmente, o prefeito Allyson não gosta dos servidores públicos. Ele adota medidas cruéis, de retirada de direitos, para castiga-los. Allyson só suporta os comissionados porque são obrigados a aplaudi-lo, em qualquer circunstância, sob pena de perderem o emprego.

Infelizmente, é o gestor que o Mossoró tem no momento.

 

FRASE

“Traidor do servidor”

ELIETE VIEIRA – Presidente do Sindiserpum diante da tentativa e aprovação do PLC 17 que retira direitos das categorias

 

IMAGENS

A sede da Câmara de Mossoró é vigiada 24 horas por dia por câmeras instaladas em todas as áreas, dentro e fora da Casa. São essas câmeras que vão revelar se houve excessos por parte dos servidores públicos durante as manifestações contra o PLC 17. O presidente da Casa, Lawrence Amorim (SDD), garante que medidas serão adotadas para garantir a ordem.

 

OUTRO LADO

A direção do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SINDISERPUM) garante que a manifestação não foi abusiva, nem cometeu excesso. Os servidores, no entendimento da entidade, ocuparam a "Casa do Povo" para evitar que o prefeito Allyson Bezerra (SDD) retire direitos das categorias, mas sem violência. O sindicato afirma que defende o diálogo, mas a gestão municipal prefere a imposição.

 

NOME FORTE

O vereador Tony Fernandes (ainda no SDD) ganha força ao assumir a bandeira de luta dos servidores públicos municipais. Na tumultuada sessão desta terça-feira, 13, ele levantou voz para fazer o enfrentamento ao prefeito Allyson Bezerra, e afirmou que não vai recuar porque não tem medo de ameaças e de represálias. Tony tem sido bastante atacado nas redes sociais pelo batalhão midiático do chefe do Palácio.

 

ANDES EM MOSSORÓ

Mossoró vai sediar o Seminário de Reorganização da Classe Trabalhadora, deliberado pelo 41o Congresso do ANDES-SN. A meta é fortalecer o enfrentamento à extrema-direita, que avança em organização. O seminário será realizado entre os dias 16 e 18 deste mês, no Auditório Amâncio Ramalho, campus da Ufersa.

 

LÍDER

O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN é presidido pela professora Rivânia Moura, que foi presidente da Associação dos Docentes da Uern (ADUERN), em Mossoró.

 

VAI CEDER

O Governo do Estado vai ceder dois servidores para o secretariado de Allyson Bezerra: Edilson Júnior, da Tributação, para a Fazenda municipal; e o Coronel Costa, da Sesed, para a Segurança e Mobilidade Urbana.

 

É NOTÍCIA

1 - A programação da semana do Mossoró Cidade Junina segue hoje nos Polos Antônio Francisco, São João Batista e na Cidadela Junina. Músicas, teatro e atividades da cultura popular.

2 - A governadora Fátima Bezerra anunciou 1.061 equipamentos e 245 cuidadores para a rede estadual de educação, que conta com 7.688 estudantes com necessidades educacionais especiais. Investimentos de mais de R$ 2 milhões.

3 - Sátiro Cavalcanti Dantas é a primeira personalidade a receber a Medalha Rodolfo Fernandes, conferida pela Prefeitura de Mossoró. A honraria, criada em 2022, reconhece a trajetória de vida do nosso padre educador. Justíssimo.

4 - A Força Nacional vai ficar por mais 30 dias no RN, por autorização do Ministério da Justiça. Agentes foram enviados ao estado em 14 de março, devido aos ataques violentos promovidos por uma facção criminosa. Eles ficarão até 14 de julho.

5 - Penitenciária Agrícola Doutor Mário Negócio, em Mossoró, está sediando a 1a Semana da Ciência, com o tema "Terra e Universo", voltada às internas privadas de liberdade. As rodadas de conversas são coordenadas por professores da Uern e UFRN.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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