Cobrança com cobrança se paga. Parece ser esta a máxima na crise política entre o prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) e o Governo do Estado. Há poucos dias, o gestor municipal cobrou uma dívida de mais de R$ 90 milhões que o Estado teria com Mossoró. Em resposta, o Estado vazou números de dívidas acumuladas do município com a Caern, companhia controlada pelo Estado, que somam mais de R$ 111 milhões.
O confronto de contas começou quando Allyson Bezerra fez cobrança pública à governadora Fátima Bezerra (PT), durante mobilização de gestores municipais no Centro Administrativo, em Natal, na semana passada. O prefeito divulgou a lista de ofícios, protocolados no governo estadual, em que reclama dívidas com ICMS, saúde e IPVA. Segundo o gestor, a conta soma R$ 90,8 milhões.
Conforme a cobrança tornada pública por Allyson Bezerra, a dívida relacionada ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) chega a R$ 67.249.245,32. Já a conta do Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores (IPVA) atinge R$ 11.052.250,07. Quanto ao setor de prestadores de serviços hospitalares, os valores, segundo o prefeito, chegam a R$ 11.867.781,38, incluindo entidades como a Apamim, Cardiodiagnóstico e Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer. Além disso, Allyson cobra R$ 715.687,70 referente a repasses da Farmácia Básica.
Diante da postura do prefeito, houve reação por parte do Governo do Estado, com o vazamento de dívida milionária que a Prefeitura de Mossoró tem para com a Companhia de Água e Esgotos do Rio Grande do Norte. O Blog do Barreto divulgou os números em primeira mão nesta terça-feira, 1º. Segundo o levantamento de ações judiciais movidas pela estatal, o município deve à Caern R$ 111.060.255,31.
Num simples confronto de descontas, observa-se que a dívida do município supera em R$ 20 milhões o montante cobrado pela Prefeitura ao Estado. Um ponto importante é que tanto a dívida do Estado quanto a do Município não são números gerados somente nas atuais gestões, uma vez que incluem contas atrasadas por gestores anteriores. Mas, em ambos os casos, tem compromissos não honrados pelas atuais gestões.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.