A foto acima reproduz - de forma fiel - a situação do Estádio Municipal Manoel Leonardo Nogueira, o “Nogueirão”. A bola “enterrada” no gramado esburacado e a chuteira do jogador Cleiton, do Baraúnas, “engolida” pela grama alta e desnivelada. É cara do descaso da gestão do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) com a principal praça de esportes de Mossoró.
Além das péssimas condições do gramado, os torcedores que foram assistir à abertura do Campeonato Estadual 2024 na noite desta quarta-feira, 10, depararam-se com falhas gritantes no sistema de iluminação, lixo acumulado e as arquibancadas comprometidas.
Nem a vitória do Baraúnas por 2 x 0 sobre o Força e Luz amenizou a insatisfação de jogadores e torcedores. As críticas ao prefeito Allyson foram inevitáveis. O grito da torcida, chamando o gestor municipal de incompetente, não pode ser ignorado pelo próprio Allyson, que precisa fazer alguma coisa para devolver o Nogueirão em boas condições.
Aliás, essa é uma questão que precisa ser observada. Quando municipalizou o estádio, há três anos, Allyson discursou em alto e bom som que era a sua maior ação em prol do futebol e que o Nogueirão seria um estádio bem estruturado e bom para a prática do esporte.
Não cumpriu. Pior ainda. Na sua gestão, os problemas no Nogueirão se multiplicaram e protagonizaram uma cena bizarra, quando um torcedor do Potiguar caiu em um buraco na arquibancada. As imagens repercutiram em todo o país, inclusive, sendo exibidas pelo Sportv, o maior canal de esportes do Brasil.
Quem foi ao Nogueirão nesta quarta-feira, principalmente os torcedores mais velhos, aqueles que frequentam o “Gigante do Nova Betânia” nas últimas décadas, afirmam que nunca na história do estádio a situação esteve tão crítica. E afirmam que na época que era administrado pela Liga Desportiva Mossoroense (LDM), o zelo era bem maior e os problemas, menores.
Pois bem.
O prefeito Allyson está deixando o Nogueirão se acabar. Por incompetência ou de forma deliberada. As duas coisas são graves.
Se é falta de competência, revela o fracasso da gestão e compromete o pedido de continuar no cargo na sucessão municipal deste ano.
Se é de forma deliberada, sugere que existe algo nocivo ao patrimônio público. O comentário corrente é que o Nogueirão está sendo levado à destruição para justificar, no futuro próximo, um processo de permuta. Se é verdade, o caso é mais grave, mais danoso, do que se imagina.
É desumano, como disse o goleiro Edson, do Baraúnas, ao deixar o esburacado gramado do Estádio Municipal Manoel Leonardo Nogueira.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.