“A chapa tá pronta, é Allyson com Lawrence vice”. O comentário de um vereador governista, que pediu reservas, veio na sequência da presença do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) na celebração de aniversário do presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Lawrence Amorim, que está saindo do Solidariedade para se filiar ao PSDB. Allyson fez questão de ir à sede do Legislativo para abraçar o aliado político.
No discurso, o prefeito chamou Lawrence de “amigo” e de “braço forte” de todos os seus passos e projetos. O presidente da Câmara retribuiu os elogios: “Quero agradecer ao prefeito Allyson pela amizade e por estarmos juntos buscando construir uma cidade mais próspera e mais desenvolvida.”
Os elogios mútuos seguiram nas redes sociais. Allyson postou foto com Lawrence: “Feliz aniversário, amigo”. Lawrence, também no Instagram, retribuiu: “Obrigado, meu amigo.”
Na noite anterior, Allyson e Lawrence tiveram uma longa reunião, com dois pontos na pauta: 1 – o projeto político-eleitoral de 2024; 2 – A recomposição do duodécimo da Câmara Municipal, que sofreu um corte de quase R$ 1 milhão neste início de ano.
No primeiro ponto, Allyson Bezerra reafirmou o compromisso de Lawrence ser o vice de sua chapa nas eleições deste ano. Essa decisão, de bastidores, foi tornada pública há mais de um mês pela “Coluna César Santos”, do Jornal de Fato, mas não assumida de público pelo prefeito. Com isso, abriu espaço para Lawrence ser cortejado por outros lados.
Na semana passada, o presidente da Câmara foi convidado pelo senador Rogério Marinho para ser o candidato a prefeito pelo PL. Lawrence ouviu o senador e conversou com a cúpula do partido em Mossoró, mas não aceitou o convite, embora também não tenha fechado as portas.
O PL prometeu estrutura de campanha, prioridade do fundo eleitoral e um vice para tornar a chapa mais competitiva. O nome sondado foi do vereador Tony Fernandes, líder da bancada de oposição, que está saindo do Solidariedade para o Avante. Também foi prometida a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro na campanha. Mesmo assim, Lawrence não se sentiu seguro para aceitar o projeto do PL.
No entanto, a reunião de Lawrence com o PL fez balançar a relação política entre ele e Allyson, mas os dois deram sinais, nesta terça-feira, 19, que está caminhando bem, na medida em que a vaga de vice está prometida para o presidente da Câmara.
Quanto à recomposição do duodécimo, o prefeito se comprometeu a resolver a questão. Lawrence mostrou as dificuldades de cumprir compromissos básicos em virtude do corte nos valores do repasse e que a situação só será normalizada se o Executivo pagar o que deixou de repassar nos últimos meses.
Portanto, se não houver surpresas, a chapa governista está formada: Allyson Bezerra/Lawrence Amorim.
Sem Lawrence Amorim, PL busca alternativas
Com Lawrence Amorim fora dos planos do PL e com a vaga de vice de Allyson Bezerra preenchida, o partido liderado pelo senador Rogério Marinho vai buscar novas alternativas para as eleições municipais 2024. O projeto de disputa majoritária será mantido, mas com nomes que já estão no partido e que se identificam com o bolsonarismo.
Se depender de Rogério Marinho, o candidato a prefeito será o empresário Tião Couto. O senador entende que, pelo fato de já ter disputado a Prefeitura de Mossoró, nas eleições de 2016, Tião está melhor preparado para enfrentar a campanha.
O empresário não descarta a possibilidade. Em entrevista ao radialista Jota Nobre, ele disse que tem até julho para tomar uma decisão e deu sinais de que pode ser o candidato. “Eu fiz graduação e pós-graduação nas eleições de 2016, agora estou pronto”, afirmou.
Outro nome especulado é o do ex-vereador Genivan Vale, presidente do PL de Mossoró. Vale não tem dado declarações de público sobre uma possível candidatura, mas tem dito que o partido terá nome próprio à sucessão municipal.
Rogério Marinho cumprirá agenda política em Mossoró no sábado, 23, quando, possivelmente, anunciará de público a posição do PL sobre a sucessão municipal.
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César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.