Quarta-Feira, 01 de maio de 2024

Postado às 12h00 | 06 Abr 2024 | De volta ao PSB, Larissa pode ser candidata em disputa majoritária

Crédito da foto: Arquivo / Jornal de Fato Em 2012, Eduardo Campos veio a Mossoró pedir votos para Larissa Rosado, candidata à prefeita

Por César Santos – Da Redação

Seis anos após deixar o PSB, o rosadismo está de volta ao partido, no qual atuou durante 13 anos, no período de 2005 a 2018. Nesta sexta-feira, 5, a ex-deputada estadual e ex-vereadora Larissa Rosado confirmou a filiação ao PSB, após entendimento com a direção nacional do partido. Nesta segunda-feira, 8, ela será recebida em Brasília pelo presidente da sigla, Carlos Siqueira. A reunião, provavelmente, oficializará Larissa na presidência do PSB do Rio Grande do Norte.

O retorno de Larissa à legenda socialista tem a interferência direta do PT, da governadora Fátima Bezerra, por consequência das eleições municipais deste ano. O PSB estadual, que estava sob o controle do ex-deputado federal Rafael Motta, vinha criando problemas em Natal e Mossoró, os dois maiores colégios eleitorais do RN, contrariando os interesses políticos da aliança dos partidos a nível nacional.

Em Natal, o próprio Rafael Motta se lançou pré-candidato a prefeito, em detrimento da postulação da deputada federal Natália Bonavides, nome do PT à sucessão na capital. Daí, o PSB abriu as portas para a saída de Rafael, que agora está filiado ao Avante. Por gravidade, a legenda ficou livre para apoiar Bonavides.

Em Mossoró, Rafael Motta havia dado o PSB ao prefeito Allyson Bezerra (União Brasil), que é adversário do PT e opositor ao governo Fátima Bezerra. Ele, o prefeito, colocou o seu auxiliar de gabinete, Wilson Fernandes, para presidir a sigla. Agora, Wilson será convidado a deixar o cargo ou, se quiser permanecer, seguir a nova orientação político-eleitoral.

Com o PSB nas mãos do rosadismo, o partido em Mossoró deverá perder a nominata à Câmara Municipal, que havia sido formada pelo prefeito Allyson. A informação no fim da tarde desta sexta-feira era que os pré-candidatos a vereador sairiam para o Rede, partido presidido no estado pelo ex-vereador João Gentil.

Em contato com o Jornal de Fato, Larissa Rosado afirmou que o PSB será aliado do PT, conforme orientação da direção nacional. O partido tem a vice-presidência da República, com Geraldo Alckmin, e faz parte do projeto liderado pelo presidente Luiz Inácio da Silva, que visa à reeleição em 2026. Por isso, a orientação para que as duas legendas sigam juntas nas eleições municipais, sobretudo em médios e grandes colégios eleitorais.

 

Majoritária

Larissa Rosado é consciente que uma “revoada” de pré-candidatos a vereador do PSB, que deve ocorrer, praticamente inviabiliza uma candidatura sua à Câmara Municipal. Como hoje é o último dia do prazo de filiação partidária para quem vai disputar as eleições de 6 de outubro, não há tempo para o rosadismo conseguir formar uma chapa.

Isso, porém, não significa que Larissa Rosado esteja alijada das eleições municipais 2024. Ela pode ser um nome para compor chapa majoritária, como candidata à prefeita ou à vice-prefeita. Larissa não admite essa hipótese de público, mas a federação partidária formada por PT/PCdoB/PV aceita a possibilidade.

“A única coisa que posso informar agora é que eu vou para uma reunião com Carlos Siqueira, na próxima segunda-feira, para discutir o projeto do PSB do Rio Grande do Norte para as eleições municipais deste ano”, disse Larissa.

 

Rosadismo passou 13 anos no PSB, antes de sair em 2018

Em 23 de março de 2018, a então deputada estadual Larissa Rosado, com a sua mãe Sandra Rosado, que era vereadora, acertaram a saída do PSB para o PSDB, levando todo o grupo para a sigla tucana.

Naquele momento, o rosadismo estava encerrando uma parceria política de 13 anos com PSB. O grupo chegou ao partido socialista em 2005, pelas mãos da então governadora Wilma de Faria (falecida em 2017), saindo do PMDB onde estava enraizado há décadas, sob a liderança do ex-deputado federal Vingt Rosado, pai de Sandra e avô de Larissa.

Foi no PSB que o rosadismo se aproximou de Eduardo Campos (falecido em 13 de agosto de 2014, em acidente aéreo, quando era candidato à Presidência da República) e fortaleceu laços políticos e de amizade. Sandra Rosado, na condição de deputada federal, fez parte do movimento pela indicação e nomeação de Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, para o cargo de ministra do Tribunal de Contas da União (TCU).

A transferência do rosadismo do PSB para o PSDB foi costurada pelo presidente do partido no RN, Ezequiel Ferreira de Souza, que também é presidente da Assembleia Legislativa.

Quatro anos depois, em 2022, o rosadismo trocou o PSDB pelo União Brasil, a convite do ex-senador José Agripino Maia. Pelo União, Sandra e Larissa foram candidatas à deputada federal e estadual, sem sucesso nas urnas.

Em 2023, Agripino tirou o comando do União Brasil de Mossoró das mãos do rosadismo e entregou ao prefeito Allyson Bezerra, obrigando o grupo a deixar o partido e, por gravidade, abrindo caminho para o retorno de Larissa e Sandra ao PSB.  

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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