Domingo, 17 de novembro de 2024

Postado às 14h15 | 18 Abr 2024 | Sem presença de governistas, audiência exige recuperação do Nogueirão

Crédito da foto: Edilberto Barros / CMM Audiência pública no plenário da Câmara Municipal de Mossoró

O prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) tentou esvaziar a audiência pública na Câmara Municipal de Mossoró, nesta quinta-feira, 18, que debateu o Estádio Municipal Manoel Leonardo Nogueira. Ele não permitiu a presença da secretária de Esportes, Larissa Maciel, e proibiu a participação de sua bancada. Nenhum vereador governista esteve presente.

Convocada pelo vereador Isaac da Casca (MDB), a audiência pública expôs a crise na principal praça de esportes de Mossoró, que está interditada desde o dia 7 de fevereiro deste ano, por decisão da Justiça. O fechamento do Nogueirão foi consequência do não cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinada pelo prefeito, para realizar obra de acessibilidade. Três dias depois da interdição, uma ventania derrubou a marquise do estádio.

Segundo Isaac da Casca, Mossoró é a única cidade brasileira, com uma população com mais de 250 mil habitantes, que não possui estádio de futebol habilitado para receber um jogo oficial de futebol. O Potiguar, que disputará o Brasileiro da Série D 2024 terá que mandar seus jogos para estádios de outras cidades.

Há um desejo do prefeito Allyson de vender/permutar a área do Nogueirão, que compreende 40 mil metros quadrados no Nova Betânia, o bairro mais valorizado de Mossoró. Levantamento feito junto ao imobiliário aponta que a área vale em torno de R$ 45 milhões.

A vontade de Allyson, porém, esbarra na luta dos desportistas que defendem a recuperação urgente do estádio.

O presidente do Baraúnas,Lima Neto, fez um apelo para a recuperação do estádio, citando o abandono do gramado e os custos proibitivos de realizar jogos em outras cidades. “Estamos quase perdendo o gramado dali, que está abandonado. Temos que realizar os jogos na cidade de Assú, porque Mossoró não tem estádio adequado para eventos oficiais de futebol. Torcedores gastam com deslocamento e nós gastamos com a estrutura de outros estádios, quando estes valores poderiam está sendo investidos no Nogueirão”, disse.

 

Ausência

Para a vereadora Marleide Cunha, a falta de representantes da Prefeitura de Mossoró e de vereadores da situação na audiência é emblemática. “Observo aqui que não há representantes da Prefeitura e nem vereadores de situação. Não há desculpa para a ausência, temos obrigação de vir aqui debater assuntos importantes para a população”, disse.

Os vereadores Tony Fernandes, Omar Nogueira e Paulo Igo reforçaram a crítica da vereadora e condenaram a ausência da Secretaria Municipal de Esportes. “A audiência pública deixa claro que a situação do Estádio Nogueirão é uma questão urgente que requer atenção imediata. A comunidade de Mossoró e os representantes do esporte local estão clamando por ações concretas para restaurar o estádio e garantir a segurança e o bem-estar das famílias que vivem no entorno. E é um espanto que a Secretaria Municipal de Esportes não envie representantes”, disse Tony.

Na composição da mesa, estiveram presentes o vereador Isaac da Casca, a vereadora Marleide Cunha, Hieraldo Santos, professor de educação física da UERN, Hermeson Pinheiro, presidente da OAB/Mossoró, o representante do Baraúnas Lima Neto, Lenilton, do Mossoró Esporte Público e o ex-vereador Genivan Vale. Também participaram da audiência os vereadores Tony Fernandes, Paulo Igo e Omar Nogueira, além de representantes de setores ligados ao esporte.

 

Nota da Prefeitura

A Prefeitura de Mossoró, por meio da Comissão de Projeto Estratégico de Gestão, enviou uma nota à Câmara, sobre um projeto técnico e a possibilidade de permuta para um novo estádio na cidade.

De acordo com a nota, assinada pelo secretário de programas e projetos estratégicos, Almir Mariano, a ideia é construir um novo estádio. A ideia, segundo a nota, surgiu após debates e análises de diversas secretarias e representantes dos clubes mossoroenses Potiguar e Baraúnas.

Haverá uma consulta pública para que a população possa opinar. Posteriormente, o documento será enviado à Câmara Municipal de Mossoró para aprovação do edital de permuta para construção do estádio.

 

Ofício

Ao final da audiência, um ofício com demandas e sugestões feitas pelos participantes do debate, e com o objetivo de para minimizar os impactos que a paralização do Estágio Nogueirão, será encaminhado para a Prefeitura de Mossoró.

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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