Domingo, 17 de novembro de 2024

Postado às 10h15 | 29 Mai 2024 | Suposta falsificação de assinaturas de Allyson será levada à Polícia Federal

Crédito da foto: Reprodução Veja se essas assinaturas, que seriam de Allyson Bezerra, são iguais

A suspeita de falsificação de assinatura do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil), conforme noticiou o Jornal de Fato na edição de ontem, será levada pela oposição ao Ministério Público Eleitoral do Rio Grande do Norte (MPE-RN) e à Polícia Federal, com pedido de investigação urgente. O líder da bancada na Câmara Municipal de Mossoró, Tony Fernandes (Avante), considera o caso “muito grave”.

Em pronunciamento na sessão desta terça-feira, 28, o vereador afirmou que há fortes indícios de crime de falsidade ideológica, uma vez que um perito especializado em grafotécnica confirmou que a falsificação em assinaturas que constam em documentos da prestação de contas da campanha de Allyson em 2020.

“É importante que o Ministério Público Eleitoral e a Polícia Federal investiguem o caso. É para isso que estamos aqui, para levantar esse questionamento e fazer a representação, para que as autoridades competentes possam realmente avaliar esse laudo e essa denúncia, que consideramos grave”, disse.

Tony Fernandes apresentou laudo pericial grafotécnico, que avalia se há ou não distorção na assinatura, feito pelo perito Bruno Francisco, com trabalho no Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região, no Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas e no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

O Jornal de Fato teve acesso ao relatório técnico assinado por Bruno Francisco. O documento, com mais de 20 laudas, faz confronto de assinatura real do prefeito com as assinaturas que seriam de Allyson e que constam na prestação de contas da eleição de 2020. O perito elenca aparelhos utilizados, como scanner, ampliador óptico digital, réguas milimetrizadas e diversos outros instrumentos.

“E, dentre os elementos divergentes que ele aponta, pode-se citar falta de espontaneidade, dinamismo de punho, grau de habilidade, ritmo, velocidade, ataque, remate, pressão, evolução, inclinação axial, espaçamento intergramatical, espaçamento vocabular, comportamento de base, momento gráfico, valores angulares e método de construção”, disse Tony Fernandes.

 “Toda uma análise técnica para se chegar às considerações finais e apontar existência de divergências entre assinaturas, que foram aprovadas, inclusive, pela Justiça Eleitoral. Estranhamente, há o caso de um secretário, braço direito, condenado, inclusive, por falsidade de documentos (Kadson Eduardo); há o escândalo na cultura, no qual aparece áudios sobre repasses financeiros e agora esse indício”, afirmou o vereador.

Laudo

O laudo do perito Bruno Francisco afirma:

“... em virtude dos exames grafotécnicos efetuados nas assinaturas contidas nas peças exame, em comparação com as peças padrões fornecidas, que as mesmas, ainda que produzidas pelo mesmo punho caligráfico, NÃO SÃO PROVENIENTES do punho caligráfico do Sr. Alysson Leandro Bezerra Silva. Concluo também que a falsificação se deu de forma exercitada, momento no qual a cópia é treinada ao ponto de ficar, a olho nu, parecida com a original.”

O líder da bancada de oposição ressaltou que o crime de falsidade ideológica está no Código Penal. “É importante que essa Casa atente quanto a isso. Então, vamos fazer essa representação (aos órgãos competentes) por entender que é uma denúncia fundamentada, que traz um laudo técnico, feita por um perito renomado.”

‘Essa gestão precisa ser investigada’, afirma vereador Isaac da Casca

A bancada de Allyson Bezerra tentou esvaziar a sessão plenária desta terça-feira, 28, como forma de “abafar” o novo escândalo que atinge a imagem do gestor municipal. Os vereadores, que seguem a orientação do prefeito, deixaram o plenário, outros ficaram nos gabinetes.

Com isso, a bancada de oposição ocupou a sessão e repercutiu a suspeita de falsificação da assinatura de Allyson Bezerra em documentos de prestação de contas eleitorais.

O vereador Isaac da Casca (MDB) disse que, após a repercussão do tema na imprensa, o Poder Legislativo precisa tomar providências, ressaltando que “é sério essa denúncia de falsificação de documentos.”

Isaac destacou que a análise que constatou a suposta falsificação não foi feita pela bancada de oposição, mas, sim, por um perito “que tem experiência no que está dizendo, e tem as técnicas”.

“O vereador Tony, que trabalha na polícia, sabe que quando um indivíduo tende a cometer um crime, muitas das vezes, ele gosta de repetir o crime. Mas não estou aqui acusando ninguém”, disse, ao afirmar haver indícios suficientes para se investigar a suspeita.

 

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AUTOR

César Santos é jornalista desde 1982. Nasceu em Janduís (RN), em 1964. Trabalhou nas rádios AM Difusora e Libertadora (repórter esportivo e de economia), jornais O Mossoroense (editor de política no final dos anos 1980) e Gazeta do Oeste (editor-chefe e diretor de redação entre os anos 1991 e 2000) e Jornal de Fato (apartir dos anos 2000), além de comentarista da Rádio FM Santa Clara - 105,1 (de 2003 a 2011). É fundador e diretor presidente da Santos Editora de Jornais Ltda., do Jornal de Fato, Revista Contexto e do portal www.defato.com.

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